sexta-feira, agosto 14, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTOS DE FÉRIAS NA PRAIA DO CABEÇO

Bando de Flamingos [Phoenicopterus roseus]

FOTO JUMENTO

Procissão em Cascais

IMAGEM DO DIA

[Win McNamee/Getty Images]

«U.S. President Barack Obama presented the Medal of Freedom to Dr. Joseph Medicine Crow High Bird at the White House Wednesday. Mr. Crow High Bird received the highest U.S. civilian award for his service in World War II and his studies of Native Americans.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

Cavaco Silva que nos tempos de primeiro-ministro acusava de forças de bloqueio todos os que incomodassem a sua governação, incluindo a Presidência da República e os tribunais, de forças de bloqueio tornou-se no presidente campeão no envio de diplomas ao Tribunal Constitucional.

Um dia destes ainda se lembra de mandar o próprio governo para o TC já que os magistrados não o conseguiram através do caso Freeport.

UMA DÚVIDA

O caso BPN foi de férias.

AVES DE LISBOA

Alvéola-branca [Motacilla alba - subespécie Motacilla alba yarrellii]

AVES DE LISBOA

No Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

PROGRAMAS SECRETOS

«A deputada do BE Helena Pinto terá afirmado a semana passada que “o Partido Socialista tem um programa que é secreto”.

Ora, sendo público o programa do PS, a afirmação é uma encenação própria da liturgia e da cultura política da extrema-esquerda.

Mas, comecemos pelo princípio. O BE (uma coligação de extrema-esquerda, unindo personagens e grupos irredutivelmente desavindos nos anos 70 e 80) é o fenómeno político mais relevante desta década. Desde logo, pela capacidade de unir vaidades pessoais e sectarismos de grupo que se anavalhavam nas estreitas e envelhecidas vielas ideológicas que frequentavam. Em segundo lugar, pelos resultados eleitorais e pelo fascínio sobre a juventude que tal convergência produziu. E, finalmente, porque souberam enfeitar a sua matriz ideológica e política e os objectivos estratégicos com fitinhas coloridas, como se de uma prenda de Natal se tratasse.

O invólucro assim enfeitado - que vai da defesa dos animais ao ambiente, das zonas uraníferas ao combate à corrupção - tem lastro para fidelizar o seu eleitorado nuclear (o que opta em função da matriz ideológica) e, ao mesmo tempo - pela transversalidade das "causas" - atrair os descontentamentos, as vinganças e os revanchismos: do PSD, do CDS e, sobretudo, do PS (os que se sentem penalizados por medidas do Governo, sejam professores ou magistrados). O BE repete, hoje, o papel que coube ao PRD há mais de vinte anos: o de tubo de escape de desenfados e pecados. Não faltam sequer coincidências no "discurso" moralista. E, tal como aconteceu com o PRD, também hoje há militante do CDS e padres católicos a abraçarem o BE.

Contudo, o BE não tem nenhuma prenda de Natal para oferecer aos portugueses. Tal como o PCP, o BE só concebe uma sociedade "justa" sem grupos económicos, sem economia de mercado, sem iniciativa privada. Querem repetir as receitas falidas e enterradas nos escombros do muro de Berlim. "A todos o que é de todos" - não é um ‘slogan' de ocasião; é todo um programa. Começaria pelo controlo da actividade bancária (afim de estrangular a actividade económica) e um vasto plano de nacionalização dos sectores estratégicos ("energia, água, transportes públicos, vias de comunicação, entre outros"), como consta no seu programa. Depois, se lhes fosse permitido, iria por aí fora. Mais cedo ou mais tarde entrariam pelos supermercados a fixar o preço do pão e do leite. Hoje, sabemos onde estes caminhos desembocaram: na miséria, no desemprego e na privação das liberdades.

Há descontentamentos, vinganças e revanchismos eleitorais que podem custar muito caro e durante muitos anos. » [Diário Económico]

Parecer:

Por Tomás Vasques, autor do http://simplex.blogs.sapo.pt/, um ‘blog' feito por apoiantes do Partido Socialista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A ÉTICA POLÍTICA SERVIDA ÀS FATIAS

«Manuela Ferreira Leite arriscou por estes dias uma original interpretação da ética que se exige aos candidatos a cargos políticos. Tentando justificar a escolha de António Preto para a lista de Lisboa, a líder do PSD dividiu a ética individual em duas metades: uma que se pratica na esfera pública, outra que se cultiva na vida privada. Se um candidato é suspeito, ou judicialmente pronunciado, de crimes cometidos na sua vida pessoal, a vida é de cada um e ninguém tem nada com isso; se, pelo contrário, for um amor de pessoa na sua relação com a comunidade, mas cometer qualquer acto censurável na vida pública, então aí não deverá candidatar-se sequer a uma assembleia de freguesia. Com esta cisão, a ética e a responsabilidade individuais, que se julgavam representar um valor absoluto, são relativizadas em função da condição em que são praticadas. Um cidadão poderia assim estar pronunciado pelas mais vis patifarias cometidas na vida privada e ainda assim ser candidato a deputado? À luz desta tese, sim.

Esta crença de que alguém pode ser lobo e cordeiro ao mesmo tempo levar-nos-ia a discussões profundas sobre a natureza da alma humana, podendo chegar ao Dr. Jekyll e ao Mr. Hyde, ou aos filme baseados em casos de dupla personalidade. Mas deixemos o exercício para especialistas e concentremo-nos no código de valores que deve servir de filtro aos que se candidatam a cargos políticos. Para o senso comum, é mais ou menos óbvio que o exemplo de um cidadão cuja vida pessoal é suspeita de desvios éticos não recomenda a sua nomeação para cargos políticos, certo? Errado. O que Manuela Ferreira Leite nos diz é que "não tem de se pronunciar" sobre exemplos assim. Será então o Direito que deve reger estes princípios? A líder do PSD fala de "leis" que, neste particular, se referem apenas a crimes relacionados com o "exercício de funções públicas". Estaria a falar do projecto ao qual Marques Mendes deu a cara e que a própria não quis discutir na campanha? De resto, mesmo estando pronunciado, António Preto tem o direito à presunção da inocência, como o tinham Valentim Loureiro ou Isaltino Morais. Mas nem isso evitou que fossem afastados do PSD. Porquê? Pela única razão que conta nesta discussão: pela subordinação do partido a um padrão ético que excluía da esfera política pessoas a contas com a Justiça, fosse por actos públicos ou privados.

Talvez o caso de António Preto não venha a ser o "erro irreparável" que Mário Soares denunciou. Talvez até a dinâmica da campanha o relativize face a outras questões da agenda. Nestes dias, porém, o que a escolha das listas de deputados provou e as justificações que se lhe seguiram reiteraram é que Manuela Ferreira Leite e o PSD suspenderam o processo de afirmação e de credibilização iniciado nas semanas que precederam as europeias. A líder tenta agora gerir os danos. Depois de amarrar o PS a compromissos éticos, depois de elevar a fasquia das exigências para tornar transparente e mais afectiva a relação entre eleitores e eleitos, o PSD deu um passo em falso e, como o mostram várias reacções de militantes e não-militantes, pode ter encontrado o caminho para o seu Waterloo em Setembro.

Porque não é preciso ser filósofo nem teólogo para se perceber que quem propala a verdade, o rigor e a credibilidade não pode interpretar a ética à luz das conveniências. O PSD já se deu conta do problema e percebeu que não se trata apenas de uma escolha de um nome: o que está em causa é um programa e, talvez, a sorte do PSD nas próximas legislativas.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Manuel Carvalho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAVACO SILVA PERDE NO CONSTITUCIONAL

«O diploma sobre Reabilitação Urbana não é inconstitucional. A conclusão é do Tribunal Constitucional (TC) que, a pedido do Presidente da República, procedeu à fiscalização preventiva de duas normas do diploma que prevê a venda forçada e não garante o direito a uma indemnização para os arrendatários.

'O Tribunal considerou que nenhuma das normas em causa é inconstitucional. Do ponto de vista do Tribunal, não há desconformidade entre as normas apresentadas e a Constituição' da República, adiantou o presidente do TC, Rui Moura Ramos. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Desta vez, ao contrário do que sucedeu com o estatuto dos Açores, ficou calado e não cantou vitória.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva porque não fez comentários desta vez.»

É DIFÍCIL GERIR A TAP EM ANO DE ELEIÇÕES

«Presidente da TAP diz que "Quando eu vim para Portugal (...) disseram-me que [a TAP] seria ingovernável em ano de eleições por causa da própria acção política dos sindicatos e isso eu estou a sentir que está a ser muito difícil", disse Fernando Pinto, em declarações à imprensa.

O presidente da TAP, que falava num reacção ao anúncio de novas greves dos trabalhadores da companhia, recordou também quando assumiu funções na transportadora lhe disseram que "teria alguma dificuldade em governar" a empresa por causa dos sindicatos, o que acabou por não acontecer.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É difícil gerir a TAP e qualquer empresa ou instituição pública, para o PCP os sindicatos devem enquadrar-se na sua estratégia eleitoral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Jerónimo de Sousa quantos dias de férias já promoveu a pensar nas eleições.»

CAVACO NÃO DÁ DESCANSO AO TC

«Presidente da República requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva de uma norma do diploma que aprova o novo Código de Execução das Penas.

Segundo o site da Presidência da República, o chefe de Estado requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da norma do artigo 14º, nº 6, alínea b), do Decreto nº 366/X, da Assembleia da República, que aprova o novo Código de Execução das Penas. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

No mesmo dia em que perdeu um caso envia outro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco se ainda se recorda dos tempos em que falava das forças de bloqueio.»

PANCADA LEVA CANDIDATO DO PSD A RESIGNAR

«O candidato do PSD à Assembleia Municipal de Alcochete, Luís Proença, resigna à candidatura na sequência da agressão que diz ter sofrido por parte de um elemento da lista da CDU à Câmara, Jorge Giro, que desmente o sucedido, noticia a Lusa.

Luís Proença disse à Lusa que não se sente «em condições de continuar com a candidatura», por ter «receio de que a sua família sofra as consequências da sua actividade política».» [Portugal Diário]

Parecer:

Parece que há mais Alcochete para além do outlet.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «'Os brancos que se entendam.'»

THAIB CHAIDAR

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THE ANNUAL CHEESE ROLLING FESTIVAL