domingo, março 06, 2011

Semanada

Num país onde tanto se discute o número de assessores governamentais a notícia de que o séquito presidencial de Cavaco Silva é constituído por 500 funcionários, quase tantos como os dos serviços centrais de um grande ministério. Não será gente a mais para uns cãs. Umas quantas promulgações e um ou outro veto? É evidente que é, quase faz lembrar o séquito da rainha de Inglaterra e mesmo sabendo-se que a despesa do nosso palácio presidencial é muitas vezes superior ao de anteriores presidência não se ouviu uma única voz a comentar a notícia, o casal Silva está acima de qualquer crítica, desconfiança ou discussão, está mais protegido da opinião pública do que qualquer monarquia absolutista.

Parece que Jerónimo de Sousa não se ficou atrás de Francisco Louçã que por estar enrascado com a moção de censura se atrelou à manifestação rasca e também vai à manif. Talvez por ver Jerónimo de Sousa aplicar a esta manifestação os princípios políticos das manifestações populares contra as SCUT ou o encerramento dos centros de saúde, onde os militantes comunistas se disfarçam de populares anónimos e dão os braços à direita, Bagão Félix lembrou-se de propor uma coligação governamental juntando a direita ao PCP, experiência que tem dado excelentes resultados em numerosas autarquias.

Cavaco decidiu convidar 50 jovens para a sua tomada de posse, compreende-se a sua opção, as cerimónias da sua candidatura só não pareceram uma festa num centro de dia da terceira idade por estarem presentes os seus netos.

José Sócrates foi a Berlim mostrar a Merkel quanto conseguiu poupar cortando nos vencimentos de uns quantos portugueses, gente que para ele pouco conta em termos eleitorais. Ao que parece a chanceler alemã gostou do que o seu servi aluno mostrou e recompensou-o com algumas declarações públicas destinadas a aligeirar as taxas de juro sem que tenha que alterar as regras do fundo de estabilização.