Garça-real [Ardea cinerea], Quinta dos Lilazes, Lisboa
Portas junto ao Castelo, Lisboa [A. Cabral]
Paulo Portas
Paulo Portas decidiu mascarar-se de vítima de criminalidade violenta e decidiu brincar à política em tempo de carnaval. Ao medo da crise financeira quer acrescentar um outro medo muito ao gosto da direita, o medo da insegurança, já só falta vir com o tema do aborto mas aí ele sabe que perde votos e manda os seus princípios às urtigas.
«O líder do CDS-PP disse hoje que a criminalidade violenta está "fora de controlo" e defendeu que é necessário proteger a polícia dando-lhe meios para que a "situação não se agrave".
"Está de volta um surto não controlado, bastante perigoso e preocupante, de um certo tipo de criminalidade, que é violenta e que é organizada, sobretudo em três áreas, assaltos a gasolineiras, assaltos a multibancos e assaltos a ourivesarias. É preciso proteger a polícia e dar-lhe os meios para que esta situação não se agrave", disse à agência Lusa o líder do CDS-PP.» [DN]
Bagão Félix propôs um governo de direita com a participação do PCP onde Jerónimo de Sousa poderia ter uma pasta governamental, a mesma que em tempos tinha no governo de Vasco Gonçalves. O PCP tomou posição ou rejeitou apoiar e participar num governo de direita? Não, ficou em silêncio, um silêncio muito comprometedor.
«A arma do povo é o televoto. Para o maior dos portugueses, elegeu Salazar; para os maiores do cançonetismo, os Homens da Luta. É um conservador este povo de valor acrescentado: se não são botas são boinas, é para aí que lhes foge o chinelo do voto. Mas foge-lhes só a eles? O povo votante deste Festival da Canção esteve ao nível das escolhas de tantos júris anteriores: o gel do Jel vale o mesmo que gelatinosas canções outrora vencedoras, o espanto fingido na cara pitosga do Falâncio é igual ao fingimento geral de outras divas que "nos" representaram. E, no entanto, este 47.º Festival foi especial. O duo disparatado que o ganhou vai dar o seu próximo recital na manifestação do dia 12 - aquela contra todos os partidos e todos os políticos, mas que já teve apoio expresso de alguns partidos e alguns políticos. Jel e Falâncio vão com aquele enxoval que os cunhou (como a carapinha loura ao Abel Xavier): a boina e as calças à boca de sino, o "pá" e o "camarada", mais a procissão que agora os acompanha, a ceifeira, o operário da Lisnave, o furriel de camuflado... Os saudosos do Verão Quente de 75 deveriam aborrecer-se, porque gozados pelo duo idiota, mas, ao que parece, estão encantados. Estes Homens da Luta são instrumento de uma tenebrosa vontade conspirativa? Antes fosse. Estes Homens da Luta são só a expressão vazia (mas vasta) de quem pensa, mesmo, que isto vai lá de megafone.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
«As últimas declarações do PSD sobre educação foram um tiro na água. Convocar os jornalistas a um sábado para sublinhar aquelas posições é um acto fracassado.
Não só falham o navio almirante do Governo, como dão o flanco aos ataques dos submarinos socialistas. De uma vez por todas, o PSD tem de arrumar a cabeça. Não pode passar metade da semana a atacar José Sócrates porque é incapaz de reduzir a despesa pública de forma consolidada - o que é verdade - e a outra metade a chumbar as poucas medidas do Executivo que se traduzem em poupanças. Sobretudo quando a justificação do PSD passa pelas consequências negativas dos cortes nos gastos para algumas centenas de professores. O partido de Passos Coelho não deve ser demagógico. As receitas de emagrecimento do Estado provocam dor e afectam os funcionários públicos. Infelizmente é assim mas não há outro caminho para sair da actual crise financeira. (...)» [DE]
Autor:
Por Bruno Proença.
«Cada vez mais barões sucumbem ao suplício de Tântalo. Desejosos de aceder ao banquete do poder, atiçados pela fome prolongada de cargos e prebendas, dispõem-se a todas as ginásticas, dizendo à tarde o contrário do que disseram de manhã.
Mais uma semana tantalisante terminou com a frustração de, afinal, o homem continuar a resistir à intervenção externa e pior para eles, continuar a ter apoio lá fora.
Olhos a brilharem de cobiça, boca seca à espera do néctar e da ambrósia, multiplicam-se em declarações de impaciência. Começa a ser trivial. Primeiro o crescendo de esperança até ao primeiro leilão do ano, agora, o desejo bem explícito de que Ângela desejasse um outro vizinho a seu lado na mesa europeia. Arrefecidos os ânimos com mais uma frustração, a cena irá repetir-se no final do mês. Admito até que façam figas para que a sua parente política perca as eleições de Baden-Wurtenberg para, de uma vez para sempre, se recolher às posições duras e pouco europeias que o seu eleitorado tanto acarinha e imponha a Portugal o castigo dos insubmissos.
Este comportamento contrasta com o dos mais astutos: reclamar o poder já, mesmo com todas as culpas assacadas ao PS, pode ser uma saída do espeto para entrada na caçoila. Perante o crescendo de problemas e a escassez de soluções, o noivado político seria breve, tal como se passou no Reino Unido. Errando entre dois caminhos, a alternativa perde-se, desforrando-se os barões mais esfomeados em urros atroadores. Por quanto tempo mais resistirão como Tântalo, à água que se esvai e aos frutos abundantes que o vento afasta de cada vez que a sede e fome apertam, é uma questão sem resposta. Neste percurso binário entre a impaciência e a astúcia começam a vir a público os que, pregando contenção, antevêem já a oportunidade para baldear dirigentes em que nunca acreditaram.
O resultado de tudo isto é a descrença progressiva na alternativa. E o regresso do olhar intranquilo dos Portugueses àqueles que já conhece e que sabe que o servem sem ambição mesquinha, certamente com erros e angústias, mas sem lhe apresentarem um caminho inçado de desigualdades e de negocismo.
A confiança no olhar só se reafirma se as políticas austeras continuarem, na linha da rudeza socialmente temperada, cortando na gordura para deixar o músculo liberto. Convém pois, que as medidas anunciadas, sejam elas vinte, cinquenta ou cem, dêem mostras de estarem a ser acompanhadas. Falaremos então de outras coisas, que estas nos prendem demais.» [DE]
Autor:
Correia de Campos.
E OS JUROS CONTINUAM A SUBIR «No geral, os juros da dívida portuguesa estão a subir e no caso do prazo a dez anos, o valor é de 7,549 por cento, um valor
Segundo a Bloomberg, os juros a cinco anos chegaram a atingir esta manhã os 7,59 por cento.
Estes números registam-se no mesmo dia em que a agência de notação financeira Moody's cortou o 'rating' da Grécia em três níveis: de Ba1 para B1. Facto que já motivou a contestação do Ministério das Finanças grego. O governo grego classificou a decisão de "injusticada".» [CM]
Parecer:
Parece que a amabilidade da senhora Merkel de nada nos serviu.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo leilão de dívida na próxima quarta-feira.»
«A amizade de há vários anos com um bilionário norte-americano, condenado por exploração sexual de uma menor e acusado de ter molestado outras onze, custou ao Príncipe André o seu cargo de representante especial do Reino Unido para o comércio e indústria.
Segundo o Daily Telegraph, o governo britânico decidiu rever a posição de Príncipe André, segundo filho da Rainha Isabel II, e reduzir as suas responsabilidades, mas fontes governamentais admitem que o membro da realeza poderá mesmo vir a ser totalmente afastado se houver mais danos causados pela sua vida pessoal.
Jeffrey Epstein é um bilionário norte-americano que cumpriu 18 anos de prisão por ter pago para ter sexo com uma menor. Enfrenta também um processo em que mais onze raparigas o acusam de as ter molestado. Uma das testemunhas chave deste caso é o antigo governante (de Agosto de 2004 a Março de 2005) da mansão de Epstein na Florida: Alfredo Rodríguez disse em tribunal que o Príncipe André telefonava para a mansão pelo menos uma vez por semana. E há pelo menos uma foto que indica que o membro da realeza britânica conheceu uma das menores que acusam Epstein.» [DN]
«Na resposta a uma interpelação escrita do eurodeputado Diogo Feio, o comissário Johannes Hahn, responsável pela Política Regional, mostra-se disponível para avaliar um adiamento das obras das linhas de alta velocidade Lisboa-Porto, Porto-Vigo e Lisboa-Madrid por causa do desequilíbrio das contas públicas de Portugal.
"Mesmo que o financiamento destas linhas esteja previsto a título do QREN para o actual período de programação de 2007-2013, a Comissão está disposta a estudar um adiamento parcial das obras, para ter em conta a presente situação orçamental de Portugal", lê-se na declaração do comissário europeu. No mesmo documento, o responsável de Bruxelas reafirma que as três linhas de alta velocidade em questão são "projectos prioritários das redes transeuropeias de transportes".» [DE]
Parecer:
Assim deixa de existir o argumento da comparticipação comunitária.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Sócrates e o ministro das Obras Públicas.»
«Foram divulgadas imagens inéditas do ataque terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, em Setembro de 2001, captadas de um helicóptero da polícia. Veja o vídeo.» [DN]
«Também o eurodeputado Miguel Portas manifestou a sua opinião no Facebook. "Nem música nem letra são por aí além. E depois? Não é quase sempre assim no Festival da Canção?", diz. "A novidade é outra: um povo inconformado e bem disposto deu à 'luta' os votos que lhe faltaram no júri. Boa!". » [DN]
Parecer:
Não importa a figura que vamos fazer, o que interessa é que cheire a esquerda, mesmo que se trate de uma esquerda em adiantado estado de putrefacção.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se que em 2012 se concorra com o 2atirei o pau ao gato".»
«Uma modelo israelita teve de ser assistida no hospital depois de ser mordida no seio por uma cobra, durante a gravação de um programa de rádio. O animal morreu intoxicado pelo silicone da prótese da modelo. Veja o vídeo.
Orit Fox, conhecida em Israel por ter os maiores seios do Médio Oriente e pelas dezenas de cirurgias plásticas que já fez, foi mordida por uma serpente após tentar beijá-la durante a gravação de um programa de rádio, em Telavive, Israel. » [JN]
Parecer:
Pobre cobra, já não se pode morder uma mama ou um traseiro sem se correr o risco de se morrer intoxicado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
«A greve prende-se com o "problema que se arrasta há mais de um ano", como "o não cumprimento do contrato colectivo de trabalho" e a "repressão" da gerência a "todos os trabalhadores que se sindicalizam", explicou o presidente do Sindicato da Hotelaria e Turismo, Adolfo Caseiro.
O dirigente sindical deu como exemplo dessa "repressão da gerência" a "alteração diária do horário de trabalho" aos funcionários sindicalizados, uma decisão que não tem qualquer explicação por parte dos responsáveis por aquele espaço comercial. » [JN]
Parecer:
"A Brasileira" merecia melhor.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Leaente-se.»
Velhinho mas ainda actual...
