Não costumo usar O Jumento para celebrar efemérides ou prestar homenagens, mas não poderia deixar de evocar Zeca Afonso no dia em que passam 20 anos desde a sua morte, não pelas suas músicas, porque essas podemos ouvi-las, mas sim pelos seus sonhos, utopias e grandeza humana.
Ouvi uma única vez o Zeca Afonso ao vivo, terá sido em 1977 e num local que também me deixou saudades, o Clube Militar Naval, que ficava num palacete na esquina da Rua Braacamp na Rotunda do Marquês de Pombal, com as traseiras a dar para as janelas da redacção do jornal Expresso. Foi ali que durante alguns anos festejei o 25 de Abril, naquele ano Zeca Afonso cantou para muitos dos que tiveram a coragem de mudar Portugal.
Pelos seu sonhos e utopias porque vivemos tempos em que deixou de haver espaço para sonhar, as ideologias implodiram e a grandeza dos projectos políticos é medida pela reacção do PSI20. Talvez os tempos sejam outros, talvez a esquerda do Zeca tenha dado lugar a uma outra que é tanto melhor quanto mais eficaz for a aplicar o que a direita não conseguiria implementar, talvez o mundo já não seja o do Zeca Afonso, mas esse mesmo mundo está carente da generosidade, da ética, do desinteresse de muitos homens do tempo do Zeca, de muitos que estavam ao seu lado e de outros tantos que partilhando muitos dos seus valores estariam do outro lado.
Concorde-se ou não com as suas utopias, Zeca Afonso deixou-nos um legado de grandeza humana, de generosidade e de ética política que à medida que o país se dissolve na pequenez de muitos dos que se diz serem a classe política se agiganta cada vez mais. Para além de um grande poeta cantor, Zeca Afonso foi um dos grandes homens do seu tempo, um tempo em que havia homens grandes.
Tenho saudades do Zeca Afonso, da liberdade de sonhar, do prazer de se poder ter utopias, dum país onde ao valores eram mais importantes que o PSI20 ou a percentagem do PIB que viaja no avião do primeiro-ministro e onde havia mais igualdade por maiores que fossem as desigualdades.
Ouvi uma única vez o Zeca Afonso ao vivo, terá sido em 1977 e num local que também me deixou saudades, o Clube Militar Naval, que ficava num palacete na esquina da Rua Braacamp na Rotunda do Marquês de Pombal, com as traseiras a dar para as janelas da redacção do jornal Expresso. Foi ali que durante alguns anos festejei o 25 de Abril, naquele ano Zeca Afonso cantou para muitos dos que tiveram a coragem de mudar Portugal.
Pelos seu sonhos e utopias porque vivemos tempos em que deixou de haver espaço para sonhar, as ideologias implodiram e a grandeza dos projectos políticos é medida pela reacção do PSI20. Talvez os tempos sejam outros, talvez a esquerda do Zeca tenha dado lugar a uma outra que é tanto melhor quanto mais eficaz for a aplicar o que a direita não conseguiria implementar, talvez o mundo já não seja o do Zeca Afonso, mas esse mesmo mundo está carente da generosidade, da ética, do desinteresse de muitos homens do tempo do Zeca, de muitos que estavam ao seu lado e de outros tantos que partilhando muitos dos seus valores estariam do outro lado.
Concorde-se ou não com as suas utopias, Zeca Afonso deixou-nos um legado de grandeza humana, de generosidade e de ética política que à medida que o país se dissolve na pequenez de muitos dos que se diz serem a classe política se agiganta cada vez mais. Para além de um grande poeta cantor, Zeca Afonso foi um dos grandes homens do seu tempo, um tempo em que havia homens grandes.
Tenho saudades do Zeca Afonso, da liberdade de sonhar, do prazer de se poder ter utopias, dum país onde ao valores eram mais importantes que o PSI20 ou a percentagem do PIB que viaja no avião do primeiro-ministro e onde havia mais igualdade por maiores que fossem as desigualdades.