domingo, abril 13, 2008

Semanada


Enquanto no Zimbabué de Mugabe ninguém conhece os resultados eleitorais (por cá Jerónimo de Sousa, numa entrevista ao Avante, estranhou a insistência dos opositores de Mugabe na sua divulgação), na Madeira do Alberto João o congresso do PSD-M dedicou uma das suas maiores ovações ao futuro líder do partido que ainda ninguém sabe quem vai ser. Resta saber se Alberto estava a pensar no líder do PSD nacional já que é muito provável que muito antes de dar lugar ao fantasma aplaudidos seja Menezes a ser substituído na liderança do partido. Quem decidiu ver em Menezes um primeiro-ministro foi Miguel Cadilhe, um dos mais conhecidos fantasmas do PSD. Depois de ter sido um fantasma nos corredores da presidência do PSD o ex-ministro de Cavaco Silva regressou ao seu papel de fantasma do ministério das Finanças.

O mesmo PCP que tem esperança que o fantasma de Mugabe continue a pairar no Zimbabué, descobriu que Rui Rio, o autarca do Porto de que foi um apoiante no passado recente, teve uma “deriva autoritária”. Enfim, diz o roto ao nu.

Jorge Coelho ainda não recebeu o aplauso dos accionistas da Mota-Engil mas tem mais sorte do que o futuro líder do PSD-M pois não restam dúvidas de que vai mesmo presidir à empresa. Por agora está a redigir o seu plano estratégico, sabendo-se que a empresa vive de obras públicas não é difícil de adivinhar no que para esse plano o mais importantes é saber quais das grandes obras públicas dos próximos anos (aeroporto, auto-estradas, ponte, TGV, etc.) vão ser construídas pela Mota-ENgil. Quem melhor do que Coelho para redigir esse plano? Nem mesmo o actual ministro em regime de acumulação já que terminada a legislatura terá menos poder do que Jorge Coelho. Entretanto Jorge Coelho chama invejosos aos que o criticam, tem razão, quem não sente inveja por alguém que tendo modestos conhecimentos de gestão e que apenas mostrou ter jeito para distribuir benesses pelo aparelho e organizar eleições autárquicas chega ao topo de uma das maiores empresas portuguesas? É como se o pior aluno do primeiro ano de económicas fosse convidado para a uma empresa pública.

Menezes começou o sue roteiro das estradas municipais elogiando Sócrates, ao prometer uma descida da taxa do IVA para 16% reconhece não só que Sócrates foi bem sucedido no reequilíbrio das contas públicas, como os resultados foram bem melhores do que o primeiro-ministro sugere. Se em Bragança Menezes prometeu uma descida do IVA em cinco pontos, imagine-se o que poderá prometer quando chegar ao Algarve, provavelmente uma ponte sem portagens para Casablanca.

Passados três anos desde as insinuações de Santana Lopes acerca de Sócrates, Luís Filipe Menezes decidiu adoptar a mesma estratégia e mandou alguém lançar insinuações sobre um contrato entre uma jornalista do DN e a RTP2. Um deputado cinzento questionou a RTP sobre esse contrato, os termos foram outros mas a pergunta escrita em português do PSD rasca era mais ou menos a seguinte “quanto vai a RTP pagar à gaja do primeiro-ministro?”.

As ratazanas são as primeiras a abandonar o navio e Ângelo Correia, um homem com investimentos na navegação marítima, sabe-o melhor do que ninguém. Começou a semana dizendo que Menezes o tinha desiludido pois desde que chegou a líder o score eleitoral do PSD só o aproxima do governo se fosse convertido para a escala Fahrenheit.