domingo, fevereiro 14, 2010

Semanada

Esta semana assinala a recuperação económica do jornal Sol, com duas edições esgotadas mais uma edição extra para enganar os mais papalvos. Depois de estar à beira da falência o semanário conseguiu, graças à criatividade imaginativa do juiz de Aveiro e à generosidade desinteressada dos gargantas fundas da justiça o que não conseguiu com a competência do seu director, fazer sombra ao semanário Expresso.

As conjecturas criativas do juiz de instrução de Aveiro foram transformadas em sentença num tribunal organizado à pressa, com o réu a ser condenado à revelia por tal Saraiva promovido a juiz de um tribunal plenário. Os golpistas viraram heróis da liberdade, elegíveis para uma comenda presidencial no dia 25 de Abril, jornalistas medíocres foram promovidos a símbolos da liberdade , magistrados golpistas ganharam o direito a inscrever o seu nome na estátua dedicada aos capitães de Abril em Grândola.

Os jurisconsultos dedicaram a semana à teorização do golpe de estado defendendo o perdão dos gargantas fundas da justiça, algumas ratazanas do PS desorientaram-se e quase abandonaram o navio, Manuel Alegre fez jus ao poema (há sempre uma voz que se levanta e Cavaco nem se manifestou preocupado, a esta hora deverá andar a analisar se já se pode declarar vencedor antecipado de umas presidenciais.

O que pretendem os golpistas? É evidente que há muito que o Sol tinha a peças do processo, se analisarmos oi discurso de personalidades como Manuela Ferreira Leite ou Jerónimo de Sousa percebemos que havia muita gente que sabia do seu conteúdo, a sua divulgação foi impulsionada pela crise da dívida pública nos mercados financeiros. Só que se esqueceram que neste momento o PSD não é alternativa a Sócrates, daí que algumas vozes se tenham lembrado de pedir a sua substituição.

Agora só resta saber quem na justiça entrega os processos judiciais à Felícia Cabrita, bem como os seus envolvimentos político partidários. Outra hipótese é seguir a lógica dos investigadores do caso Freeport e concluir que houve crime e apontar para os seus eventuais beneficiar as suspeitas para os eventuais beneficiários. Neste caso o benefício foi todo para os cavaquistas e a sua candidatura presidencial, não admira os disparates ditos por António Capucho.