sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

IMAGEM JUMENTO

Mértola

IMAGENS DOS VISITANTES

Marvão (imagem de A. Cabral)

IMAGEM DO DIA

[Rajesh Kumar Singh-AP]

«A woman begs at the roadside in the old part of New Delhi.» [The Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Manuela Ferreira Leite

Com a revisão da lei das finanças regionais a pedido de Alberto João e com o objectivo de favorecer eleitoralmente o seu próprio partido Manuela Ferreira Leite mostra a que ponto pode ser oportunista, incompetente e irresponsável. É deprimente ver uma ex ministra das Finanças e candidata recente a primeiro-ministro desprezar o impacto financeiro do favor que pretende fazer á Madeira esquecendo que mais do que o montante está em causa o sinal dado.

O sinal que Ferreira Leite dá ao mercado financeiro é o de que em Portugal os favores políticos à clientela estão acima do interesse nacional e que todo e qualquer acordo orçamental não passou de uma fachada, a seguir promove-se a bandalhice financeira a todos os níveis.

HÁ SEMPE UMA VOZ QUE SE CALA?

Por onde andará Manuel Alegre? O que terá ele a dizer do ambiente de crise política? O que pensa ele das alianças à direita de Louçã, o seu afilhado no fórum da esquerda"? Pois, há sempre uma voz que se cala.

POBREZA DE OPOSIÇÃO

Há alguns dias Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas com muito sério e compenetrados da sua importância para salvar o país entravam para reuniões com o governo para discutir a aprovação do orçamento. Aprovado o orçamento na generalidade os partidos da oposição regressaram à bandalhice financeira que já tinham iniciado com a suspensão do Código Contributivo e fazem tudo, agora com o apoio de uma esquerda conservadora convertida ao perfume da direita, para aprovar a bandalhice financeira na Madeira.

Estes políticos devem achar que os analistas internacionais são parvos e se deixam enganar por aprovações de fachada, quando se sabe que em leis avulso e na discussão do orçamento na especialidade se pode dar o dito pelo não dito e acrescentar uns pontos ao défice orçamental.

SÓCRATES DEVE DEMITIR-SE?

Se através do debate da especialidade do orçamento ou em leis avulsas a direita se juntar à extrema-esquerda para aprovar medidas cujo único objectivo parece ser servir clientelas à custa do aumento do défice e à custa deste infligir derrotas políticas ao governo só resta a Sócrates pedir a demissão e sugerir a Cavaco Silva que nomeie Ferreira Leite pois esta conta com o apoio parlamentar do PCP e do BE.

NÃO CAISAS, s.f.f., PEDE A OPOSIÇÃO

«Há, sem dúvida, uma crise ("risco da dívida portuguesa dispara para dívida recorde", "bolsas portuguesas e espanholas têm as maiores quedas do mundo" - notícias de ontem, com nuvens negras de crise mundial, velhas de mais de um ano, como pano de fundo). Mas quando sabemos que há uma crise séria? Uma crise, mesmo? É quando nos acontece o que nos acontece. Passo a narrar. A Oposição vai votar - e, se unida, vai ganhar a votação - o aumento de verbas para a Madeira. Aprovado o projecto de lei, o Presidente da República promulga-o ou veta- -o. Seria natural que o Governo, colocado em minoria neste caso, gostasse que o PR vetasse e, por uma vez, fosse seu aliado. Mas os sinais que temos é que o PS prefere que a corda fique esticada, com Oposição e PR juntos, de forma a dar pretexto ao Governo para cair. Pelo seu lado, seria também natural que a Oposição visse com bons olhos que o PR promulgasse a lei que ela votou. Mas há também sinais de que, perante a possibilidade de queda do Governo, a Oposição preferia, afinal, que o PR vete. Os que votaram a lei querem a sua perda, os que a recusaram, a sua vitória. Confusos? Era aí que eu queria chegar: isso é que é a tal crise, mesmo. Crise, mesmo, é quando o Governo quer cair e a Oposição quer é segurá-lo.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

APARECEU MORTO

«Na última coluna de Joaquim Vieira como provedor, sugeria mais atenção ao crime. Também acho. E o PÚBLICO ouviu-o. No de anteontem até usaram, como título, uma das minhas expressões predilectas: apareceu morto.

O título era: Dono de cervejaria em Benfica apareceu morto. Logo se aprende que foi encontrado morto na casa de banho. Os populares (outra figura perene de que não poderemos abrir mão) logo se precipitaram a descrever a vítima como "bom vizinho" e "boa pessoa"; duas coisas diferentes, para quem sabe ou já sofreu a diferença - embora, milagrosamente, acumuláveis.

Parecer morto e aparecer morto também são mais diferentes do que se pensa. Embora aparecer (surgir, apresentar-se) pareça uma acção voluntária, exclusiva dos vivos; o choque de encontrar uma pessoa morta justifica atribuir-lhe o aparecimento. O "cresce e aparece" não exclui o "morre e aparece". Tudo o que parece; é ou não é; independemente da mulher de César. Um morto, mesmo quando não é tão estimado como o desafortunado senhor de Benfica, aparece. É uma aparição. Quando se descobre que está morto; é uma coisa que surge do nada, mais do que um nada que desapareceu do tudo.

Parecer morto é um susto que passa. Aparecer morto é uma partida por que não se esperava. Por alguma razão dizemos assim: está certo. A percepção também tem grau. Também a sempre tão viva Rosa Lobato Faria nos apareceu morta. E continua a parecer.

A expressão está certa. Como é que não podia ser assim?» [Público]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

OMINISTÉRIO PÚBLICO INSISTE NA ACUSAÇÃO A VEREADORA DA CM DO PORTO

«O Ministério Público de Gaia não tem dúvidas de que a vereadora do Conhecimento e da Coesão Social da Câmara do Porto, Guilhermina Rego, lesou o Estado em mais de cem milhões de euros. Segundo a Acusação, "Guilhermina – juntamente com um irmão e mais três arguidos – formou uma associação criminosa para defraudar o Fisco".

O MP diz ainda que os lucros da actividade revertiam integralmente a favor dos cinco arguidos e que aqueles apenas entregaram pequenas quantias aos "colaboradores" (os demais arguidos).» [Correio da Manhã]

Parecer:

O problema é que neste país já ninguém acredita no Ministério Público, uma instituição que de processo em processo tem destruído a sua credibilidade e a pouca confiança que os portugueses tinham na justiça. Esta apetência para "prender" políticos, com os processos a atingirem um partido de cada vez não ajuda nada, até parece que os magistrados querem tomar conta do país depois de terem destruído o sistema político e a democracia. Não é por ser uma vereadora do PSD que vou embarcar nos processos de um Ministério Público que considero incompetente e que usa a comunicação de forma manhosa e duvidosa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelas conclusões de um eventual julgamento.»

MAIS UMA DO LIMA?

«Ao contrário do que avança a edição online do jornal 'Público', o gabinete do primeiro-ministro garante ser "totalmente falso" que José Sócrates tenha avisado o Presidente da República de que se iria demitir e que o Conselho de Estado tenha sido convocado por essa razão.

Segundo a edição de hoje do jornal Público, o Presidente da República, Cavaco Silva, só convocou o Conselho de Estado depois de perceber que a ameaça de demissão de José Sócrates e do Governo era um cenário para ser levado a sério.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Quando o Público divulga notícias que envolvem o pessoal do Fernando Lima o melhor é ter um pé atrás.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Fernando Lima se foi tomar café à Av. de Roma nos últimos dias.»

PLANO FUNDAMENTALISTA

«Há um obstáculo comprometedor para os vários investimentos em curso na península de Tróia e no que resta de frente marítima do concelho de Grândola. Desde a Comporta até Melides. A proposta do novo Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Alentejo prevê apenas a construção de uma cama turística por cada habitante residente nos respectivos concelhos. No caso de Grândola equivalia a um total de 15 mil camas, mas só Tróia vai ter 15 307 e já estão aprovadas mais 18 mil para todo o concelho.

O autarca local eleito pelo PS a título independente, Carlos Beato, nem queria acreditar no que ouvia quando há dias foi informado da proposta pelo Ministério do Ambiente, alertando estar na disposição de "ir até às últimas consequências" para que o documento, que ainda está em debate entre várias entidades, não chegue à mesa do Conselho de Ministros na actual versão. O edil alerta que o simples facto de a proposta ter passado a existir já se revelou "suficientemente alarmista" para alguns grupos económicos que têm projectos aprovados no concelho.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Reduzir o número de camas ao número de habitantes como se o problema ambiental do turismo resulte de qualquer pressão sore a população local é uma ideia peregrina de ambientalistas fundamentalistas. A verdade é que ao mesmo tempo que surgem planos a limitar investimentos de qualidade que bem geridos até podem contribuir para proteger o ambiente, surgem verdadeiros bairros da lata junto das nossas praias.

Grândola é um dos maiores concelhos do país e ao mesmo tempo um dos menos populosos, limitar dezenas de quilómetros de praia a 15.000 é próprio de gente que acha que o país descobriu petróleo e pode desprezar o aproveitamento da indústria turística, umas das poucas que tem resistido a crises sucessivas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos senhores que vão fazer planos para o deserto do Saara»

MR G.Q

DNKY