Das minhas idas às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores guardo duas recordaçõs: a da simpatia pelos Açores e a da indignação pelo que vi na Madeira. Nos Açores sente-se Portugal em cada esquina, vêm-se mais bandeiras portuguesas do que no Continente em tempo de bola, os açorianos entendem os dinheiros do Continente como solidariedade entre regiões e percebe-se que os dinheiros são gastos visando o desenvolvimento. Na Madeira vi a elite do poder promover a arrogância em relação ao resto do país, cruzei-me com sinais de ostentação de riqueza, vi obras sobredimensionadas em relação às necessidades, vi abandono nas autarquias que não votam lerto João.
Há três décadas que o PSD usa a chantagem independentista, que Alberto João ofende impunemente quem quer e lhe apetece, fazendo de Portugal o bombo da festa, que os seus deputados na AR estão ao serviço exclusivo das negociações orçamentais, que os dirigentes nacionais (à excepção de Cavaco Silva) se encolhem e vão à Festa de Chão de Lagoas ao beija-mão do Alberto. Há três décadas que olhamos para Alberto João como um idiota para não nos sentirmos ofendidos.
Talvez seja tempo de dizer basta, de dizer que há no Continente ou nos Açores regiões que beneficiaram menos dos fundos públicos do que a Madeira e nunca ofenderam os portugueses ou insinuaram que queriam ser integrados em Espanha ou ser independentes, que nessas regiões podem ser pobres mas não são mal agradecidos.
Estou farto das elites políticas da Madeira, que representam meia dúzia de gatos pingados e graças à cobardia do PSD nacional ofendem a democracia portuguesa sempre que querem e lhes apetece e quando o dinheiro dos contribuintes não lhes escorre nas mão usam a chantagem independentista. É preciso dizer a essa gente que o dinheiro custa a ganhar e que numa Nação não há lugar para proxenetimos financeiros.
Se querem ser independentes que o sejam, por mim até acho que deveria ser o Continente e os Açores a declarar a independência unilateral em relação à Madeira. Estou farto dessa gente sem escrúpulos e preferia qu os impostos que pago com sacrifício fossem investidos em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Baixo Alentejo ou n Algarve serrano do que na Madeira.