quarta-feira, novembro 22, 2006

O Óptimo é Inimigo do Bom


Sempre que um português quer fazer melhor aparece um chefe, um gestor, um director-geral, ou um governante com ar paternalista avisá-lo de que o óptimo é inimigo do bom, Portugal é um país onde se aprecia a mediania, a competitividade e a ambição são pecados.

Nas escolas o que importa é que chumbem poucos alunos, mais importante do que ensinar aos mais capazes é assegurar que os que menos estudam consigam resultados mínimos. Nas universidades o que importa é manter cursos mesmo que isso seja conseguido à custa de alunos que entram com resultados miseráveis. Na Administração Pública o funcionário que se mostre ambiciosa é promovido a inimigo número um do chefe imediato.

Na economia a concorrência é abafada, a corrupção protege os mais fracos, o Estado é o inimigo da iniciativa privada mas uma boa parte deste vive à sombra das suas encomendas. Acusa-se (com razão) que o Estado tem funcionários a mais mas o que se pretende é que sejam as empresas privadas a assumir as funções do Estado, isto é, o que se pretende não é libertar recursos para que o sector privado se torne mais dinâmico, mas sim privatizar o funcionário público. Perante o imenso mercado mundial as nossas empresas em vez de procurarem aí o espaço para os seus produtos preferem sobreviver nas margens do Estado.

A falta de competitividade da nossa economia é o seu principal problema, mas esquece-se que para que haja competitividade é necessário que exista concorrência, e numa sociedade onde a concorrência foi eleita como pecado capital não existem condições para que a competitividade seja estimulada.
As empresas que vencem nem sempre são as mais competitivas, são as que melhor gerem influências, o empregado que é promovido nem sempre é o mais competente é o que melhor dá "graxa" ao chefe, o funcionário que ascende ao cargo de chefia nem sempre é io mais habilitado, é o que se filiou no partido que está no poder,

A competitividade não é um objectivo, é um resultado.