A gestão dos pequenos favores adquire uma importância tão grande em tempo de oposição que até resulta na queda de uma coligação na maior autarquia de Lisboa. Se Marques Mendes estivesse o governo tudo seria fácil, haveria uma imensidão de cargos para pagar as suas contas, mas na oposição o líder do PSD tem que se socorrer dos pequenos tachos proporcionados pelas autarquias para pagar às suas tropas, tal como os exércitos medievais se desmoronavam quando o príncipe não dispunha de meios para pagar o soldo, também o PSD entra em crise quando faltam lugares no Estado para manter felizes os seus "oficiais de carreira".
Marques Mendes não hesitou em lançar a crise numa autarquia onde nem sequer é eleitor para colocar um amigo no lugar de um adversário num pequeno tacho proporcionado pelas mudanças na Baixa de Lisboa. Que se danem Lisboa e os seus munícipes, para Marques Mendes a gestão da capital antes de servir a cidade e os seus cidadãos deve estar ao seu próprio serviço.
Marques Mendes não hesitou em lançar a crise numa autarquia onde nem sequer é eleitor para colocar um amigo no lugar de um adversário num pequeno tacho proporcionado pelas mudanças na Baixa de Lisboa. Que se danem Lisboa e os seus munícipes, para Marques Mendes a gestão da capital antes de servir a cidade e os seus cidadãos deve estar ao seu próprio serviço.
Quem deve ter gostado deste incidente foi o autarca de Oeiras, Isaltino Morais, que em tempos acusou Marques Mendes de lhe ter pedido favores, esta crise na CML mostrou que o líder do PSD usa os cargos do Estado para gerir o seu poder interno no partido. A este propósito vale a pena reproduzir uma acusação que Isaltino dirigiu na ocasião a Marques Mendes:
«Isaltino Morais foi ontem à SIC-Notícias fazer graves acusações ao presidente do PSD, Luís Marques Mendes. O candidato à Câmara de Oeiras afirmou ter sido pressionado enquanto ministro das Obras Públicas do Governo de Durão Barroso pelo então ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Mendes, para que colocasse um amigo seu na presidência da Águas de Portugal. Instado a dizer a quem se referia, Isaltino garantiu tratar-se de um administrador que não tinha "competência" para presidente daquela empresa e que era neste momento vice-presidente do PSD.» [Diário de Notícias 2005/05/20 Link]