De repente e sem que nada de substancial tinha sucedido no plano interno ficou tudo de pernas para o ar, bem, tudo não, pois Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã continuam a acreditar que há muito dinheiro para gastar, o problema é da política de direita de José Sócrates. Os que exigiam uma baixa dos impostos vão mostrar a suas preocupações ao Presidente, os ministro das Finanças responsáveis pela economia que temos abandonam o sossego das suas avenças e administrações para irem a Belém mostrar o caminho da salvação do país que não souberam encontrar enquanto governantes.
O alarmismo e desorientação das nossas elites políticas, políticos, jornalistas e opinion makers só revela o oportunismo como uma coisa tão séria como a economia e o bem-estar dos portugueses se discute em Portugal. Usam-no não para encontrar soluções para os problemas mas sim para manipular o dados e usarem-nos para manipular a opinião pública.
Num ano nada mudou substancialmente na economia, a crise já estava instalada, era sabido que o défice iria aumentar e que as receitas fiscais entrariam em queda. Todavia, Cavaco só usou os seus vastos conhecimentos de economia quando se soube que a Grécia tinha aldrabado as contas públicas e estava à beira da bancarrota, enfim, a previsão económica não parece ser o forte do velho professor.
E o que dizer dos que defendiam uma descida dos impostos, até andaram vários meses a exigir que o governo baixasse o IVA, para não falar das propostas de redução do IRC e o fim do pagamento especial por conta. Foram os mesmos que em tempos defenderam o choque fiscal e depois fizeram o mesmo que os gregos, enganaram os cidadãos aldrabando o défice.
Isto leva-nos a pensar em que medida os eleitores decidem com base na realidade ou em ficções, sejam as apresentadas pelos governos, sem as propostas ilusórias das oposições. Numa questão tão séria deveria haver um pouco de mais rigor.