domingo, maio 16, 2010

Semanada

O Papa partiu depois de uma viagem em que ajudou a melhorar a sua imagem e que deu a Cavaco Silva a oportunidade de fazer mais uns dias ce campanha eleitoral não assumida. Se o Papa revelou estar em boa forma intelectual, já o mesmo não se pode dizer de um Cavaco Silva que ficou todo vaidoso porque o Papa repetia o nome dos seus netinhos à medida que os ia apresentando. Aliás, fiquei na dúvida se o Papa veio visitar Portugal ou vei de visita à família real de Boliqueime, mais uma vez o Palácio de Belém reuniu a família de Boliqueime em cerimónia oficial, como se o filho do casal Silva fosse o príncipe da Ilha da Armona e a filha a princesa da Ilha do Pessegueiro. O Presidente da República chega a ser deprimente, é uma pena que não haja limites de idade para os candidatos presidenciais ou que estes não sejam sujeitos a exames para avaliar a sua saúde, tenho dúvidas de que Cavaco Silva passasse na inspecção.

Mas numa coisa Cavaco tem razão, este país precisa das rezas papais, eu seu tivesse tido oportunidade de me encontrar com Sua Santidade ter-lhe-ia pedido para rezar umas ave-marias para ajudar Teixeira dos Santos a acertar nas suas previsões e para que Sócrates nunca se engane naquilo que garante que não vai suceder.

Quem não andou nos seminários da Igreja Católica foram o magistrado do Baixo-Vouga e Pacheco Pereira, o primeiro andou a ouvir as conversas de Sócrates e como não conseguiu condenar este num tribunal espera agora consegui-lo fazer numa comissão de inquérito manipulada com o objectivo de conseguir uma condenação política fácil, pois trata-se de um tribunal sem regras, onde a sentença já estava escrita antes da primeira sessão. É lamentável que um parlamento considere provas obtidas ilegalmente e, pior do que isso, tenha acesso a elas, mesmo depois de a sua destruição ter sido decidida pelo Supremo Tribunal de Justiça. Isto não é uma comissão de inquérito, é a exibição dos valores democráticos de Pacheco Pereira.

Enquanto alguns deputados vão ler o que nunca deveria ter sido escrito, Manuel Alegre decidiu sugerir aos portugueses que leiam o seu registo militar para ficarem a saber que também ele bateu com os costados em África.