sexta-feira, maio 28, 2010

O monstro alimentado pela teta estatal

Se perguntassem a todos os dirigentes e responsáveis do Estado que indicassem que meios seriam imprescindíveis para o desempenho do Estado o país iria À falência de um dia para outro para lhes satisfazer as necessidade prioritárias, poucos ou nenhum diria que estava satisfeito ou que deveria prescindir de aumentar a despesa em tempos de crise.

Os generais queixar-se-iam da falta de soldados, ordenanças e tanques sem os quais o país não poderia assegurar a sua defesa ou honrar os seus compromissos externos, os almirantes pediriam mais submarinos, uma ou outra fragata e alguns navios patrulhas. Os magistrados chamariam a atenção para a necessidade de garantir a dignidade da justiça, pediriam mobílias compatíveis com o seu alto estatuto, a conversão de alguns palacetes em tribunais, uns tapetes de Arraiolos e subsídio de viatura para que o país não ter se envergonhar por ver os seus juízes ficarem sem carro na inspecção automóvel. Os professores pediriam menos horas lectivas, subsídios de deslocação, a equiparação do topo da carreira aos juízes do Supremos e mais uma série de condições indispensáveis para assegurar a qualidade pedagógicas das nossas escolas.

Pior ainda, se pedisse aos dirigentes do Estado para paralisar toda a actividade que tivesse relação com a área do negócio dos seus serviços continuariam a queixar-se da falta de meios. Para manter um imenso Estado que vive produzindo burocracia para se alimentar a si próprio é necessário manter uma imensa estrutura especializada em produzir inutilidades e em satisfazer falsas necessidades, os serviços de recursos humanos continuariam a crescer, a imagem continuaria a ser produzida a bom ritmo, o batalhão de secretárias continuaria a aumentar a bom ritmo. Enfim, cada serviço do Estado quer ter os seus submarinos, não servem para nada mas são indispensáveis para dar credibilidade e assegurar o bom desempenho dos serviços.

À sombra deste monstro e alimentando-se das suas generosas tetas vive uma imensidão de gente, “altos dirigentes” especializados na gestão da treta burocrática, magistrados dos mais diversos tribunais, incluindo os altos especialistas da gestão da burocracia arvorados em juízes do TC, generais e almirantes, uma classe de sindicalistas pagos pelos contribuintes, a que se junta a classe de novo ricos formada pelos jotas, sobrinhos, sobrinhas e afilhados dos membros do governo e dos dirigentes dos diversos escalões dos partidos.

Alimentado por uma imensa elite que se alimenta da teta estatal e que enriqueceu e se multiplicou à custa do esbanjamento do dinheiro dos contribuintes este monstro ganhou vida próprio e não para de crescer.