quarta-feira, maio 19, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

O "Besugo" no Rio Guadiana, Castro Marim

PORTUGAL VISTO PELOS VISITANTES D'O JUMENTO

Cruzeiro em Atalaia (fotografia de A. Cabral)

IMAGEM DO DIA

[Hans Deryk-Reuters]

«Oil drips from the gloves of Greenpeace marine biologist Paul Horsman, who is at the mouth of the Mississippi River where it meets the Gulf of Mexico in Louisiana.» [The Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Teixeira dos Santos, ministro das Finanças

Em poucos meses o ministro das Finanças elaborou um orçamento, um PEC e um pacote de medidas a aplicar até 2011, dias depois já diz que estas medidas podem-se prolongar no tempo. Primeiro estava tudo bem e o problema era das empresas de rating, adora adoptam-se medidas dias sim, dia não. De quem será a culpa?

«O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou hoje que as medidas adicionais anunciadas pelo Governo deverão manter-se enquanto forem necessárias para assegurar a redução do défice, depois do primeiro ministro ter afirmado que durariam um ano e meio.

O Governo quer reduzir o défice para 7,3 por cento este ano e para 4,6 por cento em 2011, e para isso anunciou na semana passada um pacote de medidas de austeridade que, na altura, e segundo o primeiro » [DN]

E PORQUE NÃO REDUZIR O CRÉDITO AO CONSUMO

O presidente do BPI defende, com alguma razão, que os investimentos públicos irão secar o crédito às empresas. Só que Fernando Ulrich parece esquecer ou querer esquecer que há muito mais crédito para além do utilizado pelo Estado ou pelas empresas, uma boa parte da capacidade de endividamento de Portugal é gasta no crédito ao consumo de bens de luxo importados.

Então porque razão Fernando Ulrich está tão preocupado com o recurso ao crédito por parte do Estado? A razão é simples, o seu banco nada ganha com o crédito usado pelas obras públicas, enquanto no crédito ao consumo ganha 10, 15 ou 17%.

AS MANIFS DO PCP

O PCP decidiu aproveitar-se da crise para se antecipar ao BE e lançar um movimento de ruas como, aliás, fez no passado, ainda que nessa altura não se tenha conseguido descolar dos bloquistas. É isso que justifica a apresentação de uma moção de censura ao governo em apoio à manifestação que convocou através da CGTP.

A única coisa que o PCP conseguiria se tivesse sucesso com esta estratégia e provavelmente é essa a sua estratégia é lançar a desconfiança dos mercados internacionais em relação à capacidade do governo para corrigir os desequilíbrios económicos. O grande objectivo do PCP é agravar a imagem de Portugal junto dos mercados e aumentar a desconfiança destes em relação à viabilidade da economia portuguesa.

A estratégia é inteligente mas nada tem que ver com o interesse dos trabalhadores portugueses, pelo menos dos que estão empregados pois o sucesso desta estratégia significará mais, muito mais desemprego.

UMA DÚVIDA

Por onde andará o Manuel Alegre? Será alérgico a debates de economia?

UMA SEMANA HISTÓRICA

«Não me refiro à vitória do Benfica, como campeão nacional. Suponho que os meus leitores sabem que não sou um entusiasta do futebol. Nem, sem comparação possível, à visita histórica, do ponto de vista religioso, do Papa Bento XVI a Portugal, que mobilizou multidões, e teve momentos de grande significado, quanto à abertura da Igreja ao mundo de hoje.

Refiro-me à resposta dada, finalmente, pela União Europeia à crise financeira, em virtude do ataque feito pelos especuladores internacionais ao euro, começando pela Grécia. Criou, como se sabe, uma imensa perturbação e insegurança nos mercados e nas Bolsas europeias e não só.

Tenho acompanhado, nesta coluna, em sucessivos artigos, o que se tem vindo a passar, desde o Verão de 2008, em que a crise global se manifestou na América e, depois, contagiou a Europa e o mundo inteiro, de modo mais ou menos intenso. Desde o início que insisti que o capitalismo especula- tivo-financeiro, dito de casino, que originou a crise, implicava, para se poder suplantar, um novo modelo de desenvolvimento, respeitador de regras éticas, sociais e ambientais, transparentes e claras. E notei, em várias ocasiões, a falta de um plano concertado entre os Estados membros da União, como condição sine qua non para ultrapassar a crise. Acusei a União de paralisia perigosa, de ausência de uma estratégia, ao menos convergente, da falta de reformas económicas e políticas e de seguir a política egoísta do "salve-se quem puder", em ordem dispersa.» [DN]

Parecer:

Por Mário Soares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

NÃO FOSSE A CRISE NÃO VOS CASAVA

«Basicamente, o que Cavaco Silva disse foi: "Promulgar, promulgo, mas só por causa da crise." Isto de passar a ideia de que há portugueses, os gays, que ganham direitos à custa dos problemas do País vai levar a confusões. Daí a pensar que foram eles que sabotaram a economia só para poderem casar-se vai um passo... Como piada não está mal. Portugal presta-se a este humor involuntário mas, em vez dele, prefiro o dos ingleses. Voluntaríssimo. David Laws, o novo secretário do Tesouro inglês, quando entrou no seu novo gabinete encontrou um bilhete do antecessor, o trabalhista Liam Byrne. O bilhete dizia: "Lamento dizer-te que o dinheiro acabou." Laws apressou-se a revelar a frase aos jornais. Reconhecia-lhe, claro, a ironia, mas a anedota ajudava a alicerçar a ideia de que a herança do anterior Governo era pesada: o Reino Unido vai precisar, este ano, de mais 170 mil milhões de empréstimo e o défice público é de 12%. Também lá a situação é dramática. Como durante a II Guerra Mundial, quando aquele comerciante londrino viu a sua loja devastada por um bomba. Como a vitrina ficou estilhaçada, pôs um cartaz: "Mais abertos do que nunca!" O humor deste tipo é a coisa mais séria do mundo, ajuda a dar a volta por cima. O humor é das maiores provas de vida - mais uma razão para o usar com intenção. » [DN]

Parecer:

Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AINDA SALVOS PELA EUROPA?

«Como bem demonstrou o historiador Alan Milward em "The European rescue of the nation state", a integração foi responsável por um reforço da legitimidade dos Estados-nação e não por uma diminuição das suas capacidades políticas. Primeiro, a integração foi a resposta à barbárie da guerra, que tinha feito colapsar as soberanias nacionais; depois, com as formas de proteccionismo selectivo do mercado único foram gerados recursos para o desenvolvimento dos Estados-Providência nacionais; finalmente, com a coordenação crescente das políticas, muitos Estados-membros, à cabeça os da "coesão", encontraram na integração um racional, mas, também, uma "desculpa" para levar a cabo reformas que de outro modo não seriam capazes. Ao longo da história, o processo de integração, em lugar de diminuir a soberania nacional, foi a base política e económica para a sobrevivência dos Estados-nação.» [DE]

Parecer:

Por Pedro Adão e Silva

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A FITCH CONFIA NAS EMPRESAS DO SUL DA EUROPA

«Apesar das pressões na dívida soberana, o risco de refinanciamento das empresas do sul da Europa permanece baixo, defende a Fitch. A agência de notação financeira destaca que a resposta das empresas dos países mais afectados nos últimos 18 meses tem sido “consistente” com o que se observou na maioria do portfólio das empresas europeias.

“Enquanto a resposta da Zona Euro a 10 de Maio foi bem sucedida no aliviar algumas das severas condições de mercado e os receios de contágio regional, a maioria das empresas avaliadas nos países afectados - Grécia, Portugal e Espanha – enfrentam um pequeno risco de refinanciamento de curto-prazo dados os balanços existentes, o recente acesso ao mercado de obrigações, e as actuais linhas de compromisso dos bancos com pelo menos dois anos para executar”, refere a nota da agência.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Isso contraria algumas declarações que se vão fazendo em relação ao financiamento da economia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Fernando Ulrich, presidente do BPI.»

SACRIFÍCIOS

«1. Há muitos anos, o meu pai contou-me uma história sobre a diferença entre os espanhóis e os portugueses.

Dizia ele que, certo dia, comentando com um amigo castelhano a fraca qualidade dos camiões Pegaso, fabricados em Espanha, este lhe retorquiu "mas são espanhóis". Dizia o meu pai "se fosse nosso, dizíamos: Pois! São portugueses…". Lembrei-me desta história quando soube que, depois de uma reunião com o respectivo governo, em que lhes terão sido explicados os porquês das medidas adoptadas, os sindicatos espanhóis suspenderam a greve que estava decretada. Ao ouvir a notícia, um amigo que estava comigo exclamou: "só em Espanha!". Num país aparentemente retalhado em múltiplas autonomias, num país cuja desagregação os profetas do centralismo estão sempre a antecipar, quando toca a rebate é para todos.

2. As medidas tomadas em Espanha são bastante mais duras que as nossas e, o que faz toda a diferença, mexem com a função pública. Por cá, é certo que a CGTP não decretou greve, mas mantém a convocatória de uma jornada de luta insistindo em soluções que levariam o país directamente para a bancarrota. Seria irónico se o apelo tivesse o maior eco entre os sindicatos de funcionários públicos. É que, quer se queira quer não, uma das razões para o apertar de cinto a que todos estamos a ser sujeitos é o peso da despesa pública, na qual avultam os ordenados dos funcionários públicos. Sei que muitos são mal pagos e que outros tantos são profissionais dedicados. Não está em causa nada de pessoal. Mas a garantia de emprego de que gozam não justificaria um pequeno sacrifício adicional?» [JN]

Parecer:

Por Alberto Castro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CM DE CARTAXO SOB SUSPEITA

«A investigação que a PJ tem curso sobre a câmara do Cartaxo está centrada em suspeitas de financiamento da candidatura do PS a este concelho nas eleições autárquicas de 2005.

O Correio da Manhã apurou que esse financiamento pode ter ocorrido através de concursos de obras ilegais acertados entre o presidente da autarquia, Paulo Caldas, e mais dois vereadores, também socialistas, que autorizaram adjudicações em substituição daquele.» [CM]

Parecer:

Nada mal, factos relativos a 2005 são investigados em 2010.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a nomeação do procurador do processo para director da Torre do Tombo.»

DESEMPREGO AUMENTA

«A taxa de desemprego em Portugal aumentou 1,7 pontos percentuais, para 10,6 por cento, no 1.º trimestre deste ano face ao mesmo período de 2009, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Relativamente ao último trimestre de 2009, o desemprego aumentou 0,5 pontos percentuais, fruto do "efeito conjugado" do decréscimo de 0,3 por cento da população empregada (14,8 mil indivíduos) e do acréscimo de 5,1 por cento da população desempregada (28,9 mil indivíduos).» [DN]

Parecer:

E continuará a aumentar se não se enfrentar o problema do mercado de trabalho sem lutas ideológicas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adapte-se a legislação laboral à realidade económica.»

MOURINHO DIZ QUE TEM VERGONHA DE GANHAR TANTO DINHEIRO

«“Não é um problema de contrato ou de dinheiro e até me dá, inclusivamente, alguma vergonha ganhar o que ganho, com esta crise”, declarou, numa conferência de imprensa de antecipação da final da Liga dos Campeões com o Bayern. “É um problema de satisfação pessoal, de me sentir respeitado ou não num país que é apaixonado pelo futebol, mas em que tive tantos problemas.”O discurso está feito. José Mourinho não quer continuar no Inter de Milão. Diz que não se sente respeitado em Itália, ainda que reconheça que o clube não pode fazer muito mais por ele. » [i]

Parecer:

Eu também teria, a vergonha e o dinheiro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

ESTADO GASTA MAIS EM FUNCIONÁRIOS?

«A apenas duas semanas da saída do Banco de Portugal (BdP) para o Banco Central Europeu, Vítor Constâncio lança uma bomba sobre uma das reformas mais queridas do governo: a redução do total de funcionários públicos. Segundo o relatório anual de 2009, ontem publicado, nos últimos dois anos (2008 e 2009) não houve redução líquida de trabalhadores na Administração Pública e a despesa com vencimentos continuou a acelerar.

Estas conclusões colidem frontalmente com o que diz o governo. Ao passo que o Orçamento do Estado para este ano diz que o número de funcionários caiu de 708,5 mil em 2007 para 692,3 mil em 2008 e depois para 675 mil em 2009, o banco central admite que em 2008 houve uma "estabilização" nessa dinâmica e que no ano passado até se registou "um ligeiro aumento", algo que "contrasta com as reduções em 2006 e 2007".» [i]

Parecer:

Se por cada dois funcionários que saíram entrou um e os dois que saíram se aposentaram, em termos líquidos a despesa aumenta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

MINISTRO DA ECONOMIA DIZ QUE NADA MUDOU NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

«O ministro da Economia sublinhou hoje que Portugal "sempre teve capacidade para se financiar" e que "nada mudou radicalmente face há dois anos atrás". Vieira da Silva reagia às declarações de Fernando Ulrich, CEO do BPI, que acusou hoje o Governo de não ter levado em conta a possibilidade, que diz estar ao virar da esquina, de os mercados financeiros deixarem pura e simplesmente de emprestar a Portugal.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Pois, nada mudou em Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro se acha que a maior crise financeira internacional e a fragilidade da zona Euro não é uma mudança.»

DEPUTADOS DO PS QUEREM MEXER NOS FERIADOS

«Acabar com dois feriados religiosos e dois civis, criar um outro a seguir ao Natal e programar o gozo dos feriados à sexta ou à segunda-feira são propostas de um projecto de resolução de duas deputadas socialistas para aproximar Portugal das "economias mais atractivas e competitivas".

Num diploma entregue por Teresa Venda e Maria do Rosário Carneiro na Assembleia da República, a que o Negócios teve acesso, as parlamentares analisam as economias europeias mais competitivas e recomendam ao Governo “o desenvolvimento de um processo negocial, com as diferentes instituições e agentes envolvidos, que viabilize o consenso em torno de uma intervenção ao nível da reorganização do tempo de trabalho, designadamente o gozo dos dias de feriado nacional”.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Faz algum sentido ainda que essa do "dia da família" me cheire a sacristia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela rejeição por parte dos sindicatos e da Igreja.»

PRÉMIO NOBEL DEFENDE QUEDA DOS SALÁRIOS EM PORTUGAL

«O prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, acredita que a solução para os desequilíbrios na Zona Euro passa por uma descida dos salários nos países com menor competitividade da região. Dado que Grécia, Espanha e Portugal não podem desvalorizar a moeda, a solução passa por cortar nos salários, diz o professor de Princeton.

“Com uma moeda única, um ajustamento a choques requer ajustamento nos salários relativos – e como os países da periferia europeia passaram do crescimento à crise, o seu ajustamento tem de ser feito em baixa”, diz Paul Krugman no seu blogue do Wall Street Times, de que é colunista. “Neste altura, os salários na Grécia/Espanha/Portugal/Lituânia/Estónia, etc., precisam de cair qualquer coisa como 20 a 30% face aos salários relativos na Alemanha."» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Nada mais fácil...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao professor de economia se quer vir para cabo da GNR no caso de a sua sugestão ser aprovada.»

SCUTS SERVEM DE AQUECIMENTO PARA MANIFESTAÇÃO DO PCP/CGTP

«O Movimento Conjunto de Contestação às Portagens vai avançar, já na próxima semana, com um conjunto de três marchas lentas nas SCUT que o Governo pretende portajar, já a partir do próximo dia 1 de Julho.

Assim, o primeiro protesto será já na próxima segunda-feira, com concentração marcada para as 17.30 horas, em Coimbrões (Vila Nova de Gaia), junto ao supermercado Lidl. Os utentes da SCUT Costa da Prata seguirão, a partir dessa hora, pela A29 até à saída de Ovar/Norte.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

A seguir serão mos polícias, depois os militares, depois os reformados, etc..

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela rotina do costume.»

BE VOTA NA MOÇÃO DE CENSURA

«O líder do BE anunciou esta terça-feira que a sua bancada vai votar a favor da moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP, afirmando que o desemprego, o aumento dos impostos e a redução dos salários «fundamentam» esta opção.

«O BE votará a favor da moção de censura, considerando que, na circunstância difícil que se está a viver agora em Portugal, com o desemprego a cavalgar para números nunca antes conhecidos, este estrangulamento da economia que estas medidas estão a representar, com o aumento dos impostos, a redução dos salários, com as maiores dificuldades para quem mais sofre, é totalmente injusto, é desequilibrado e é prejudicial», afirmou Francisco Louçã.» [Portugal Diário]

Parecer:

Agora que fez do Manuel Alegre o seu candidato presidencial o BE não perde uma oportunidade para enfrentar o PS, tudo apostando numa rotura.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuel Alegre de que lado está.»

MARCELO REGRESSA À TVI

«O social-democrata e comentador Marcelo Rebelo de Sousa vai voltar a fazer comentário político na TVI, confirmou o PÚBLICO junto de uma fonte da direcção do canal. O contrato foi assinado hoje à tarde nas instalações da estação de televisão em Queluz e terá a duração de dois anos.» [Público]

Parecer:

Esperemos que o PSD não faça pressões para correrem com ele outra vez.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Pedro Santana Lopes.»

ZACK SCHNEPF

FORTNIGHT LINGERIE