segunda-feira, maio 17, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Graffiti do restaurante 'A Gôndola', Lisboa

IMAGEM DA SEMANA

[Khaled Abdullah/Reuters)]

«PILED IN: Children sat in a car trunk in Aden, Yemen, Friday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

Ao que parece o primeiro-ministro convocou uma reunião da concertação social só para dizer aos parceiros sociais o que já ouviram na televisão. Digamos que é uma reunião de descontracção social.

«José Sócrates convocou para quarta-feira uma reunião da concertação social. O tema único será o pacote de austeridade que o Governo apresentou quinta-feira (e que foi negociado com o PSD).

Fonte governamental autorizada garantiu, porém, ao DN que está fora de causa negociar com patrões e centrais sindicais o conteúdo das medidas (que incluem um aumento generalizado de impostos). "O pacote está fechado. A reunião servirá para explicar o conjunto das medidas, enquadrá-las na nova realidade europeia e ouvir os parceiros. Não negociar", garantiu o interlocutor do DN.» [DN]

"A MAIOR CRISE DESDE 1918"

«A revista Der Spiegel, nas bancas amanhã, entrevistou Jean-Claude Trichet. Revista alemã e o patrão francês do Banco Central Europeu - afinal, os dois eixos que mandam nas nossas finanças. Trichet fala de nós. Na verdade, põe as mãos na cabeça: "Esta é a situação mais grave desde a II Guerra Mundial, e até desde a I Guerra Mundial." Estranhei vê-lo tão sabedor da nossa história, a ponto de conhecer o consulado de Canto e Castro, que nos presidia no armistício de 1918. Erro meu, Trichet generalizava: "Vivemos tempos verdadeiramente dramáticos." Nós, afinal, é a Europa: "Nós temos necessidade de melhores mecanismos para prevenir e sancionar erros de conduta." A Europa gasta mais do que produz, uns países mais que outros, é certo, mas o mal é (quase) comum. Os remédios também têm de ser comuns: Trichet descarta a saída da Grécia, ela que, além de padecer dos males comuns, era a única que traficou as contas públicas. A situação é pois essa, dramática. E comum. Era bom que Portugal saísse da paralisia política que dura há muito (e que, lembro, nos ocupou com esta tolice: a "asfixia democrática"). Os partidos políticos que são mesmo para governar deviam aproveitar este susto da Europa para nos regenerar de um pecado que se é europeu é ainda mais nosso: gastar de mais.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ZAINAL BAVA NÃO AJUDOU OS INVESTIGADORES AMADORES

«Zeinal Bava não muda nada do que disse na primeira audição (a 29 de Abril) da Comissão de Inquérito ao caso PT\TVI. Questionado por João Oliveira, deputado do PCP que esteve na origem do regresso do presidente da PT ao Parlamento, se queria corrigir ou clarificar alguma coisa em relação ao primeiro depoimento a resposta foi clara: “Não".» [CM]

Parecer:

Para o pessoal do PCP tudo tem de ser formal e certinho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à Comissão de Inquérito que publique já as conclusões finais e investigue depois.»

SINDICATOS QUEREM FORÇAR ENTRADA DE PROFESSORES NO ESTADO

«Entre "15 e 20 mil professores". São estes o número de professores contratados que os sindicatos contam ver integrados nos quadros do Ministério da Educação (ME), em 2011. Números que correm agora o risco de se tornarem num mero exercício contabilístico se for aplicado aos docentes o congelamento das novas admissões da função pública, que o Ministério das Finanças quer.» [DN]

Parecer:

Que pena que todos os grupos corporativos não possam fazer o mesmo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se a Fenprof que quem paga aos professores são os contribuintes e que estes estão fartos de pagar impostos.»

BANCOS GREGOS EM MAUS LENÇÓIS

«O National Bank of Greece, EFG Eurobank Ergasias, Alpha Bank, Piraeus Bank, Emporiki Bank of Greece, Agricultural Bank of Greece, General Bank of Greece, Marfin Egnatia Bank e Attica Bank foram os ‘alvos' da Moody's. A solidez financeira do Marfin Egnatia Bank baixou de 'D' para 'E', a escala mais baixa da agência para os bancos comerciais.

A agência sublinha que a enorme crise económica que a Grécia enfrenta tem um forte impacto nas condições financeiras da banca helénica, que requererá mais assistência no futuro. O pacote de ajuda da União Europeia e do FMI de 110 mil milhões durante os próximos três anos para tirar a Grécia da bancarrota inclui um fundo de estabilização para a banca de 10 mil milhões de euros mas a Moody's não menciona este aspecto no seu relatório.» [DE]

Parecer:

A crise grega está a ser uma lição para muitos políticos portugueses.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.»

DMITYR PAVLOV

THE FRIST