domingo, maio 02, 2010

Semanada

Nesta semana fez-se a missa do sétimo dia pelo enterro do pensamento político dupla “maravilha” constituída por Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira, o encontro entre Sócrates e Pedro Passos Coelho mostrou que há dois partidos e dois projectos, que estes se podem aproximar e que a luta de política se faz com ideias e não com ódios pessoais. Ainda assim, parece que se esqueceram de os enterrar, por isso há o PSD que quer dar uma imagem de credibilidade e o PSD constituído pelo lumpen-cavaquismo que ainda se exibe no parlamento, designadamente, na comissão de inquérito, essa emanação do pensamento manuelista a que Francisco Louçã aderiu.

Entretanto, Manuel Alegre ainda não percebeu que o seu projecto político morreu e insiste em forçar o apoio do PS a uma candidatura presidencial em que é cada vez mais o Otelo do BE, desta vez tentou marcar a agenda política anunciando que ia anunciar a sua candidatura já anunciada há vários anos. Talvez por isso tenha decidido criticar Cavaco Silva por este criticar o governo, nada mal para quem não fez outra coisa nos últimos anos, até se juntou à extrema-esquerda numa simulação da unidade de esquerda.

Entretanto, Cavaco Silva continuou com os seus palpites sobre a economia portuguesa, em matéria de economia portuguesa até parece o comboio espanhol que chega sempre pontualmente com uma hora de atraso, vem sempre descobrir aquilo que toda a gente já sabia. Desta vez, para além de insistir na não realização de obras públicas ou no seu adiamento, descobriu que era preciso produzir mais bens transaccionáveis para aumentar as exportações. Só que isso é o resultado de um processo que leva muitos anos, desde a aposta no ensino e na formação profissional para qualificar os trabalhadores, investir na eficácia na tecnologia e eficácia energética para aumentar a produtividade e apostar na investigação para produzir bens inovadores. Pois é, Cavaco teve uma excelente ideia, é pena que a tenha tido com vinte anos de atraso , se a tivesse tido quando tal devia ter sucedido, quando foi primeiro-ministro, Portugal estaria agora bem melhor.

O mesmo Cavaco, não sei bem se o candidato presidencial não assumido ou o mau Presidente da República que temos tido, decidiu escolher o discurso do 25 de Abril para ensinar o país, só é pena que não tenha dito aos portugueses que não estava a descobrir a pólvora, quase tudo o que propôs estava no programa do governo e mais não é do que uma bora parte das apostas governamentais desde que Sócrates é primeiro-ministro.