Na Administração Pública, fundamental para gerir criteriosamente os recursos públicos, instalou-se uma escola de subserviência, cunhas e sabujice, onde se misturam estranhos poderes de corredor com compadrios políticos, onde as qualidades foram transformadas em defeitos. Os serviços afundam-se na incompetência, cada geração é pior do que a anterior.
Nas empresas, uma boa parte delas ainda ligadas a fortunas familiares, beneficia-se de um mercado pouco competitivo, onde dominam mecanismos proteccionistas pouco transparentes para que a inteligência e capacidade dos seus gestores não sejam qualidades determinantes para o sucesso. Importante sim, são as redes de compadrios, os bons conhecimento dos decisores do Estado. Os nossos bons gestores não se formam nas universidades, foram-se nos bons restaurantes onde agraciam políticos e directores, magistrados e jornalistas, com lautas refeições pagas com cartão visa e lançadas na contabilidade das empresas a título de despesas a deduzir nos impostos.
Se nos abstrairmos do que dizem os nossos políticos, jornalistas, magistrados (começando pelos sindicalistas) e gestores mais mediáticos ficamos abismados com a pobreza intelectual que impera nas elites que nos dirigem. Incultos, boçais, com fracos recursos intelectuais mas especialistas na arte de destruir os adversários, de eliminar qualquer concorrente.
Enquanto o país não se libertar desta burrocracia inculta que domina a generalidade dos processos de decisão, dificilmente superará a imensidão de obstáculos que se colocam ao seu desenvolvimento.