Em vez do espectáculo das escolas fechadas à força ou que não abriam por falta de professores a notícia foram os protestos de país que retiraram os filhos de colégios privados para os colocarem na escola pública. Estavam desiludidos, os filhos não foram colocados nas melhores escolas públicas e queixam dos problemas de adaptação de crianças que percebi serem especiais e por isso merecerem ser excepção para as regras das escolas públicas.
Ao que parece terá sido a crise o que me faz pensar que esta crise tem costas largas justificando todos os males que nos acontece, incluindo os abusos do cartão visa, a distribuição familiar de viaturas de luxo e a corrida às praias tropicais com recurso a crédito bancário. Ninguém assume que no tempo dos prémios chorudos não pouparam ou que algumas escolas públicas são tão boas como as privadas e que isso ajuda a explicar o forte movimento migratório entre escolas privadas e escolas públicas.
Enquanto os mais pequenos entram na escola os mais crescidos sabem se entraram na universidade e ficamos a saber de números curiosos. Há dezanove cursos sem alunos candidatos e trezentos e três cursos correm o risco de perder financiamento, o que me faz recear que alguma oferta no ensino universitário é feita a pensar mais no emprego dos professores universitários.
Mais grave, em quarenta cursos foi possível a colocação de alunos com negativa, o que promete uma grande qualidade dos futuros licenciados, sérios candidatos a um emprego como repositores de hipermercado depois de uns quantos anos de estudos universitários.
Neste mesmo dia os estudantes entram nas escolas ou se preparam para serem pranchados na universidade os envolvidos no processo Casa Pia poderão receber a cópia do famoso acórdão. Os tempos são mesmo outros, a juíza Ana Peres nunca teve um Magalhães pelo que não se deverá ter familiarizado com o Microsoft Word. Ninguém diria que no dia da abertura do anos escolar os jornalistas em vez quererem saber que escolas não abriam estão mais interessados em noticiar que o acórdão está online, digamos que pontualmente com uma semana de atraso.