Com a equipa desorientada depois de um bom início da partida Passos Coelho bem tem precisado de pedir um desconto de tempo, marcou cedo e ficou tão convencido da vitória que a equipa desvalorizou a capacidade do adversário e até mesmo dos espectadores. A partir daí foi o que se viu, cada jogada acaba com uma bola no poste ou um golo do adversário e se tenta reagir é apanhado em fora de jogo. A equipa tem cometido erros sucessivos, deixou de ter fio de jogo e quando precisa de atacar é remetida à defensiva, os passes mal dados e os erros individuais impedem-na de sair do seu meio campo.
Depois de ter ido a Espanha para protestar contra o uso na golden share na PT teria dado jeito uma interrupção do jogo durante uns dias, daria tempo para aguardar pela concretização do negócio e teria evitado o desgaste a que se sujeitou e pouparia Pedro Passos ridículo de explicar o inexplicável.
Quando as primeiras vozes no PSD questionaram o projecto de revisão constitucional teria sido preferível interromper o jogo a levar o projecto até à aprovação obediente do conselho nacional. Agora não sabe o que fazer com o projecto pessoal de revisão constitucional do Paulo Teixeira Pinto. A fragilidade de Pedro Passos Coelho é tal que têm de ser os habituais treinadores de bancada do PSD a fazer sugestões para uma saída airosa, foi o que fez o inevitável Marcelo na universidade de verão da JSD.
A questão do orçamento é outro bom exemplo de como daria jeito mais uma interrupção da partida, num dia o Relvas admite um tecto aos benefícios fiscais na saúde, no outro o Nogueira Leite manifesta espanto por esta cedência. Responder com voz grossa não faz sentido, Pedro Passos Coelho sabe que vai deixar passar o orçamento, as sondagens não resistiriam a uma birra só para limpar a sua face.
Resta a Pedro Passos Coelho esperar com a interrupção do jogo que acaba por suceder com as eleições presidenciais, até lá vai ser um suplício com a equipa a não acertar uma bola.