sábado, junho 27, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Vila Real de Santo António

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Em poucos dias Manuela Ferreira Leite conseguiu operar dois milagres, convencer os seus militantes de que vai ser primeira-ministra e revalorizar Santana Lopes que já voltou a ter cotação no mercado de câmbios políticos, de má moeda de Cavaco Silva o candidato a Lisboa passou a ser a boa moeda da afilhada do presidente.

Manuela não perdeu tempo e não só já está a preparar o seu governo e, como se pode ver pela imagem, até já encarregou Santana Lopes de tratar das cadeiras governamentais.

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

Sócrates sabe como ninguém que será alvo de todos os golpes, de gay a corrupto e agora de manipulador dos negócios de uma empresa privada em favor da sua imagem. Depois de ter ficado claro que a eventual compra da TVI pela PT não passava de um negócio privado só tinha que deixar Cavaco Silva e Ferreira Leite a falarem sozinhos e deixar que duas empresas privadas fizessem os negócios que entendessem. De nada serve o gesto de impedir o negócio, daqui a alguns dias Ferreira Leite inventará outra e é sabido que Cavaco Silva usará a artilharia que o cargo lhe oferece para dar mais um exemplo do que entende por lealdade institucional.

ARGUIDOS

Não sou jurista mas gostava que se comparasse a forma como são constituídos os arguidos no caso Frreport e no caso BPN. Tenho uma ligeira sensação de que no segundo caso tudo se faz para evitar constituir mais arguidos, enquanto no caso Freeport fico com a sensação que basta ter passado por Alcochete.

ENGANEI-ME ... OU TALVEZ NÃO

à medida que as eleições se aproxima o caso Freeport volta a ganhar animação enquanto o caso BPN cai no esquecimento judicial. Será que o caso BPN vaio ficar na prateleira até que as corporações da justiça andem zangadas com um governo do PSD?

Mas ainda bem que o caso Freeport acelerou, bom, bom, seria estar concluído antes das eleições, mas duvido que os magistrados sejam tão generosos.

CONSENSO

Vamos ver se Cavaco Silva que tanto fala em consenso vai respeitar o consenso da maioria dos partidos quanto à data das eleições, ou desta vez dispensa o consenso e apoia a pretensão de Manuela Ferreira Leite.

AVES DE LISBOA

Felosa-comum [Phylloscopus collybita]

FLORES DE LISBOA

Jardim Botânico

O CONTRATO

«Raramente os portugueses viveram a paz social e a paz política destes 30 anos de democracia. Desde 1976 que nenhuma força desafiou o regime. Os partidos revolucionários respeitaram a legalidade e quase não influíram na história do país. Não houve, por assim dizer, repressão ou violência e as normas constitucionais foram aplicadas com regularidade e consenso. Tudo isto se deveu a um contrato tácito entre quem governava - ou seja, o PS, o PSD e, de quando em quando, o CDS - e a maioria do eleitorado. Os termos desse contrato estiveram sempre à vista: o Estado criava as classes médias que não existiam, protegia as que existiam e assegurava uma certa prosperidade a todas. Com um soluço ou outro - de resto, sem gravidade de maior -, as coisas correram bem.

Na essência, o contrato tinha três partes. Em primeiro lugar, o Estado garantia o emprego, mesmo através de um funcionalismo monstruoso, de um investimento público discutível ou de subsídios ao sector privado (indígena e estrangeiro) sem rentabilidade ou segurança. Em segundo lugar, sustentava um sistema universal de pensões de reforma, que permitissem uma existência digna. Em terceiro lugar, fornecia serviços de saúde com o mínimo de eficiência e prontidão. Em quarto lugar, o Estado educava gratuitamente as crianças no básico, no secundário e, em alguns casos, na universidade. Mas, principalmente, o Estado (o Estado-Providência que o PS e o PSD fizeram) não impunha às classes médias - que resistiam ou se formavam com dificuldade - uma carga fiscal intolerável.

As classes médias, que já não precisavam de poupar para a velhice e para a doença, ou para a instrução dos filhos, ficavam com um rendimento disponível, que, como é natural, usaram para "consumir" o que julgavam que a "Europa" consumia. Infelizmente, pouco a pouco a situação mudou ou, se quiserem, a sua intrínseca fraqueza (a penúria atávica de Portugal) acabou por se revelar. Hoje o desemprego aumenta dia a dia; Sócrates limitou e reduziu as pensões de reforma; os serviços de saúde (subfinanciados) não conseguem tratar em tempo útil uma parte considerável da população; e o ensino não passa de uma fraude irreformável e caríssima. Pior ainda, e antes de mais nada, o fisco é hoje pura e simplesmente punitivo. O Estado não cumpriu o contrato com as classes médias, que vinha do princípio da democracia. Votar em Sócrates, como por aí se aconselha, não esconde, ou alivia, esse fracasso essencial.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A PORCA DO NILO

«Todos nós temos um papão, que nos atormenta as noites e do qual passamos a vida a fugir. Para uns, é o homem do saco. Para outros, o dos impostos. Para mim, é a perca do Nilo. É um monstro lamacento do lago Vitória, tão voraz e nauseabundo que fizeram um documentário sobre ele chamado O Pesadelo de Darwin.

Quem comeria um peixe de água podre tão repugnante? Eu. Eu e o leitor e toda a gente à sua volta. Então entre 1995 e 2005, quando ainda era possível ocultar e disfarçar a identidade do bicho. Aparecia em tudo o que era casamento ou restaurante duvidoso como "cherne". O cherne, como toda a gente sabe, é um peixe raro, caro e delicioso. Como é que ninguém estranhou que, de repente, explodisse uma abundância de medalhões e de filetes de cherne, a preços (e aparências e sabores) de cantina da tropa? Comemos e calámos que nos fartámos, pensando que estávamos a papar uma pechincha.

Há tempos entrei num pseudo-restaurante de sushi onde o pseudo-itamai confessou que aquela gigantesca ossadura de carne translúcida que ali jazia era de uma perca do Nilo. Agarrei as narinas e saí a correr.

Estamos tramados. Como os mercadores da porca do Nilo já não podem dizer que é cherne, vendem-na descaradamente como perca do Nilo. Se são mais espertos, omitem o "do Nilo" (que mete nojo) e dizem só "perca" (que também mete nojo, mas que engana os ignorantes, que julgam que é peixe do mar).

Cuidado com o papão que anda aí!» [Público assinantes]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TÍTULO 16

«O Governo decidiu hoje a marcar a data das próximas eleições autárquicas para o dia 11 de Outubro, referiu à agência Lusa fonte oficial do executivo.

"O Governo decidiu marcar a data das eleições autárquicas para o próximo dia 11 de Outubro, data que foi referida nas preferências de todos os partidos políticos que, nos termos da lei, foram previamente ouvidos sobre esta matéria", justifica o Governo.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Agora Cavaco já pode dar o seu golpe e marcar as legislativas para o mesmo dia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pela decisão do "presidente" do PSD.»

FREEPORT: MAIS UM ARGUIDO SEM CRIME

«Foi o ex-autarca que na altura solicitou uma reunião com o então ministro do Ambiente, José Sócrates, para tratar do licenciamento do centro comercial.

O processo relativo ao Freeport conta agora com seis arguidos: Charles Smith, Manuel Pedro, Eduardo Capinha Lopes, Carlos Guerra, José Manuel Marques e José Dias Inocêncio.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Parece que o MP primeiro encontra os arguidos e só depois procura o crime.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela conclusão das "investigações".»

MANUELA FERREIRA LEITE NÃO LARGA PT

«A líder do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de utilizar a 'golden share' na Portugal Telecom para defender a sua imagem, recorrendo "ao argumento mais extraordinário", de afastamento de suspeições, para vetar o negócio com a Media Capital.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Sinal de nervosismo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite se não percebe que está a fazer uma figura triste.»

CHOVEM COMPRADORES PARA A TVI

«A Cofina, que detém títulos como o "Correio da Manhã", "Record" ou "Jornal de Negócios", quer comprar uma posição de controlo na Media Capital, não estando interessada nos 30 por cento que agora ficaram disponíveis com a inviabilização do negócio da PT, disse à Lusa fonte oficial do grupo.» [Público]

Parecer:

Não me admiraria nada que Joaquim Coimbra também aparecesse na corrida, assim juntava-se o SOL à TVI e o novo grupo até se poderia chamar Freeport TV.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite se já sugeriu o negócio ao seu colega de partido e dono do SOL.»

PORTUGAL TEM MENOS 700 MILIONÁRIOS

«A crise financeira fez Portugal perder 700 milionários em 2008. O número de pessoas com activos financeiros superiores a um milhão de dólares, cerca de 719 mil euros, (os chamados high net worth individuals, HNWI) caiu 6,4 por cento face ao ano anterior. Ou seja, segundo o World Wealth Report, há actualmente 10.400 milionários em Portugal, que representam uma fatia mínima da população total: apenas 0,09 por cento.A desaceleração económica e a quebra do preço das casas e da capitalização de mercado são apontados no relatório, a que o PÚBLICO teve acesso, como os principais inibidores de riqueza. No lado oposto, a estimular a criação de riqueza, estão a descida das taxas de juro decididas pelo Banco Central Europeu, os apoios ao sector automóvel e a estagnação do consumo, para níveis de 2007. » [Público assinantes]

Parecer:

Resta saber para onde foi o dinheiro, talvez para accionistas mais sortudos como Cavaco Silva e a filha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dêem-se as boas-vindas aos novos "pobres".»

20% DOS TRABALHADORES DA BRITISH AIRWAYS

«Quase sete mil dos cerca de 40 mil trabalhadores da companhia de aviação inglesa British Airways aceitaram a proposta feita pela administração de trabalhar um determinado período de tempo - no prazo máximo de um mês - sem dele receberem vencimento imediato. A percentagem de adesão voluntária conseguida, que não chega a 20 por cento, foi considerada pelo presidente executivo da empresa, Willie Walsh, como uma "fantástica primeira resposta", e que demonstra "claramente a diferença que um indivíduo pode fazer".A diferença invocada por Walsh pode ser medida em números, e eles foram avançados do último comunicado de imprensa que pode ser lido na página da companhia aérea: foram 6940 os empregados que responderam afirmativamente ao e-mail que lhes foi enviado há pouco mais de uma semana. E essa resposta positiva irá permitir à empresa poupar, no imediato, cerca de dez milhões de libras (11,7 milhões de euros). Estes funcionários aceitaram tirar licenças sem vencimento, abdicaram de horas de trabalho ou voluntariaram-se mesmo para trabalho não pago - o vencimento correspondente ser-lhes-á creditado num período de entre três e seis meses.» [Público assinantes]

Parecer:

Ainda bem que na TAP o dinheiro é tanto que os nossos trabalhadores se entretêm a fazer greves.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Jerónimo de Sousa, pode ser que perca o sono.»

BURAK ERTRUK

WWF