FOTO JUMENTO
Estabelecimento Prisional de Lisboa
(Imagem dedicada ao Memórias do Cárcere)
IMAGEM DO DIA
[Jeon Heon-Kyun / EFE]
«Hora del baño. Un macaco japonés se baña en una piscina del parque de atracciones surcoreano Everland, en Youngin.» [20 Minutos]
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
A CIP já encontrou uma solução para viabilizar o aeroporto em Alcochete onde as passagens do maldito maçarico-de-bico-direito (limosa, lomosa) pode mandar uns aviões abaixo. Encomendou um estudo a técnicos reconhecidos que vão tentar negociar com os pássaros a sua mudança para o rio Sado onde para além de proporcionar um ambiente selvagem em redor do empreendimento de Belmiro de Azevedo não incomodarão as aeronaves.
JUMENTO DO DIA
O referendo segundo Jerónimo de Sousa
Para Jerónimo de Sousa não basta um referendo ao Tratado, é necessário que o referendo seja vinculativo independentemente do nível de participação. É evidente que o que Jerónimo quer não é a opinião dos portugueses, ele sabe que num referendo deste tipo a maioria irá alhear-se sendo os votantes constituído à base do eleitorado militantes, esperando desta forma que a minoria que é o seu eleitorado se torne numa maioria.
DURÃO BARROSO JULGA-NOS PARVOS
Ao justificar o seu apoio à invasão e destruição do Iraque Durão Barroso está a considerar-nos parvos, teria sido mais honesto se justificasse a sua opção por estar a apoiar dois amigos que foram determinantes pata a sua ambição, ser presidente da Comissão.
Durão Barroso não foi enganado, não leu os únicos documentos que haviam sobre a matéria, simplesmente leu o que lhe convinha ler, leu os documentos forjados pelos americanos que só convenceram os que estavam envolvidos na manobra de Bush. É bom recordar a Bush que durante meses os inspectores da ONU procuraram armas proibidas e não as encontraram.
Durão Barroso não foi enganado, tentou enganar os portugueses mas nem isso conseguiu. Vir agora justificar-se é um gesto de oportunismo e de cobardia. De oportunismo porque sabe muito bem que envolveu Portugal numa guerra com base em documentos falsos que foram produzidos para enganar a opinião pública. Cobarde porque sabendo desde o princípio da manobra em que se envolveu foi o último dos líderes presentes nas Lages a ter a assumir a sua responsabilidade.
GRAÇAS A SÃO PEDRO
Graças a São Pedro bastou um dia para Lisboa resolver alguns dos seus problemas, as ruas ficaram lavadas, o urinol do Terreiro do Paço deixou de ser usado, as personagens incómodas da Rua Augusta desapareceram e até as passadeiras que António Costa prometeu pintar a título de prenda de Natal ficaram visíveis. Em conclusão, fez mais um dia de chuva do que cem dias de mandato de António Costa, resta agora esperar que numa futura equipa António Costa escolha um meteorologista para vereador, mesmo que não faça nada sempre pode prever quando se vai fazer alguma coisa.
JUDEUS AINDA NÃO DECIDIRAM SE QUEREM UM HERÓI ÁRABE
«Steven Spielberg transformou Oskar Schindler no mais famoso dos homenageados no Yad Vashem, o memorial aos não judeus que arriscaram a vida para evitar mais vítimas do Holocausto. Mas mesmo sem o poder de Hollywood, outro americano, o académico Robert Satloff, está a tentar fazer história no memorial que Israel dedica aos "Justos Entre as Nações". Foi ele quem descobriu Khalid Abdal- -Wahab, o tunisino que salvou uma judia de ser violada por oficiais nazis e depois protegeu a família desta e outras gentes. O caso foi conhecido no início do ano, quando se falou do "Schindler árabe" referido num livro sobre o Norte de África durante a Segunda Guerra Mundial. Mas um artigo no Sunday Times sobre a edição de bolso de Among the Righteous, de Satloff, trouxe de novo atenção ao caso. E a impressão de que Abdal- -Wahab continua por incluir nos homenageados no Monte Herzl - pelo menos a página do Yad Vashem na Internet não faz ainda referência à Tunísia.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Leonídio Paulo Ferreira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
DESPESA PÚBLICA E REFORMA DO ESTADO
«Em 2006 as despesas totais do Estado representaram 46 por cento do PIB português. É muito, mas já foi mais: excedeu 48 por cento em 2004.
Mas importa evitar ligeirezas quando se critica o facto de o Estado absorver quase metade da riqueza nacional criada cada ano. Só os gastos da segurança social levam mais de um terço da despesa corrente primária (despesa sem juros nem gastos de investimento, valendo 86 por cento da despesa pública total). Incluindo outras verbas de índole social, quase metade daquela despesa vai para prestações sociais. Ou seja, boa parte dos gastos públicos é dinheiro que o Estado tira de uns para dar a outros.
A despesa social tende a subir no futuro. Contra expectativas criadas com alguma irresponsabilidade, entre nós o desemprego não vai baixar significativamente a médio prazo, podendo até aumentar. Subirão os gastos em subsídios de desemprego.
Não será em poucos anos que se irá alterar (se vier a alterar-se...) o perfil estrutural da nossa produção e, sobretudo, da nossa exportação de bens e serviços. Até há pouco, esse perfil assentou na mão-de-obra pouco qualificada e barata, vantagem competitiva que se evaporou com a globalização. Conquistar capacidade concorrencial em actividades mais valorizadas exige tempo. Não por acaso, a economia portuguesa é a que agora menos cresce entre os 27 países da UE.
Mais importante ainda para o futuro da despesa pública é o acelerado envelhecimento da população portuguesa. Daí decorrem inevitáveis subidas nos gastos com pensões e cuidados de saúde.
Cortar drasticamente nas prestações sociais é inaceitável, desde logo por razões éticas. Seria agravar ainda mais as desigualdades, de que Portugal detém o triste recorde europeu.
Claro que importa evitar fraudes. E devem evitar-se injustiças, como certos regimes especiais, alguns dos quais já foram eliminados. Há, ainda, que assegurar a sustentabilidade financeira da segurança social, onde se concretizou, aliás, a única verdadeira reforma dos últimos anos. O que implica necessariamente cortar alguns benefícios. Vão-se os anéis...
Mas impunha-se uma maior discriminação positiva em favor dos realmente pobres. Só que isso é politicamente difícil, uma vez que a maioria dos votos está na chamada classe média. Classe que, por toda a Europa, se apropriou de um Estado providência criado para proteger os mais desfavorecidos. E não faltam ricos, e até muito ricos, a não dispensarem as ajudas do Estado.
Então, se do lado da despesa social não é previsível, nem desejável, uma futura diminuição, é indispensável um redobrado esforço de reforma noutros gastos do Estado. Sob pena de as finanças públicas portuguesas nunca mais endireitarem. Contra o optimismo (pré-eleitoral?) do primeiro-ministro, o problema orçamental ainda não está resolvido.
Reformar não é simplesmente cortar na gorduras mais evidentes e conter remunerações na função pública. Trata-se de "passar de restrições na despesa a verdadeiros cortes", como aqui escreveu o prof. Luís Campos e Cunha. Não é só fazer um pouco mais gastando um pouco menos (o que o Governo conseguiu na educação e é positivo), mas fazer de outra maneira, poupando substancialmente.
Era o que se prometia na administração pública, mas que, afinal, ainda não aconteceu. Irá acontecer com as eleições de 2009 a aproximarem-se? Não é encorajante o abrandamento do ritmo da redução do peso da despesa corrente primária no PIB, previsto no Orçamento para 2008. Os próximos tempos serão um "test" à afirmação de Sócrates de que preferia arriscar perder eleições a falhar as reformas indispensáveis.
Mas também a oposição, e em particular o PSD, estará à prova. O vice-presidente do PSD Rui Gomes da Silva propôs reforçar os gastos na segurança interna, compensando com cortes nas verbas (de facto, enormes) inscritas para consultadoria. É um bom método, pois não aumentaria a despesa pública.
Tal método tem de ser seguido pelo partido em geral e pelo seu líder em particular. É que L. F. Menezes já se insurgiu contra beliscar quaisquer direitos das pessoas (o que inviabilizaria mudanças de fundo na função pública e na segurança social). E criticou o Governo pela sua insistência em só aumentar 2,1 por cento os funcionários públicos. Onde iria, então, cortar na despesa do Estado? São clarificações deste tipo que se exigem duma oposição séria e não demagógica.» [Público assinantes]
Parecer:
Um artigo de Sarsfield Cabral com que não concordo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
A MEDIDA DE TODAS AS COISAS
«Foi preciso chegar ao fim de uma entrevista congratulatória (ontem, ao DN e à TSF) para que Durão Barroso fosse questionado sobre a Guerra do Iraque e confessasse: "Houve informações que me foram dadas, a mim e a outros, que não corresponderam à verdade."
Ouvir estas as declarações, bem como as dos restantes protagonistas da Cimeira dos Açores, é como ouvir as contraditórias desculpas de um grupo de rapazolas sobre uma noitada que correu mal. Cada um se justifica com os outros. Durão diz agora que só organizou o encontro porque os espanhóis lho pediram. É curioso: na altura toda a gente viu as piruetas que deu para poder aparecer na fotografia.
É embaraçoso para Durão, e mesmo escusado. Nós sabemos hoje muito mais do que as suas justificações insinuam. O memorando de Downing Street, publicado pelo Times em 2005, demonstra que quase um ano antes da guerra George W. Bush já tinha decidido invadir o Iraque. As informações e os factos iriam ser "amanhados" (fixed around no original) para justificar a decisão. Os seus aliados britânicos sabiam. As actas da reunião de Crawford entre Bush e Aznar, que o El País publicou recentemente, demonstram que um mês antes da guerra Bush recusara a ideia de Saddam abdicar e exilar-se no Egipto. Aznar sabia.
Sabemos hoje que Saddam poderia ter sido contido de muitas formas, já desde os anos 80, e que esta guerra deveria ter sido evitada. Perante isto, Durão diz que "agora é fácil". Pelo contrário, Sr. Durão: não foi fácil então ser contra a guerra e não é fácil ainda hoje - desde "fascistas" a "apoiantes de Saddam" e a "pró-terroristas" já fomos chamados de tudo -, mas foi demasiado fácil, isso sim, ir na onda e cuidar da carreira.
Se falo em carreira é porque Durão diz na mesma entrevista que não gosta da expressão "carreira política". Declarações portentosas vindas de quem, sobre a Guerra do Iraque, diz ainda o seguinte:
"Não temos que estar de forma nenhuma arrependidos da posição que tomámos. Portugal não perdeu nada, também na Europa, com isso. Repare, depois das decisões que tomei, fui convidado a ser presidente da Comissão Europeia e tive o consenso de todos os países europeus. O que demonstra que o facto de Portugal ter tomado naquela altura aquela posição não prejudicou em nada, em nada, a imagem de Portugal junto dos seus parceiros europeus."
Durão Barroso pode não gostar da expressão, mas faz da sua carreira política a medida de todas as coisas. Aquelas frases sugerem bem como funciona a sua cabeça e a de tantos políticos como ele. Portugal não tem que estar arrependido do apoio à invasão do Iraque. Porquê? Porque "não perdeu nada com isso". Não perdeu o quê: honestidade, credibilidade, autoridade moral? Nada de tais coisas; foi a nossa "imagem" que não sofreu. E como sabemos que a nossa "imagem" não sofreu? Porque a carreira de Durão o "demonstra".
Esta é a mais pura inversão moral. A carreira de um indivíduo é a medida da imagem de um país. A imagem de um país é mais importante do que o seu comportamento. E a opinião dos parceiros - em geral mais ricos, poderosos e brancos - é mais importante do que o destino de gente que é menos qualquer dessas três coisas.
Muitos anos, muitos jornais e muitas crónicas depois, pergunto-me se será demasiado ter uma palavra sobre os quinhentos mil mortos e quatro milhões de refugiados desta guerra. Mas afinal, os portugueses não devem preocupar-se com isso, porque Durão Barroso veio depois a ser nomeado para um cargo importante. Mais alguma coisa interessa?» [Público assinantes]
Parecer:
Rui Tavares responde à desculpa esfarrapada de Durão Barroso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
PS CRITICA DURÃO BARROSO PELO ATRASO
«À esquerda do PSD, as afirmações de Durão Barroso caíram mal. Mesmo no PS, que agora é Governo, e com que o presidente da Comissão Europeia mantém relações de forte proximidade, por via, nomeadamente, da presidência portuguesa da União Europeia. José Lello, responsável do PS pelo pelouro das Relações Internacionais, considerou ao DN que Durão Barroso "já devia ter dito isto há mais tempo". A invasão do Iraque - acrescentou - "foi uma armação que caíram alguns líderes internacionais". "Deveriam ter tido mais contenção em relação a informações pouco consistentes", acrescentou.» [Diário de Notícias]
Parecer:
A crítica era dispensável.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Durão Barroso desde quando sabe que foi "enganado".»
O AVANTE NO SEU MELHOR
«O crítico de televisão do Avante! Correia da Fonseca, considera que o Canal História, distribuído exclusivamente por cabo, "transmitiu um documentário que foi, no plano da televisão, um bom exemplo do que é a história quando escrita pelos vencedores".No artigo "Uma história no História , Correia da Fonseca refere que "ali nunca sequer foi aflorado que o Muro de Berlim foi o recurso possível para que um Estado internacionalmente reconhecido, a República Democrática Alemã, pudesse defender-se de uma permanente invasão 'branca' e de um constante fluxo de emigração ilegal".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Isto é como fazer uma visita ao Parque Jurássico, Correia da Fonseca só não explica porque motivo é que os alemães queriam fugir se na RDA era o paraíso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um saco de cimento a Correia da Fonseca para que ele faça um muro no seu quintal.»
AGORA É O GOVERNO QUE TEM UM PROBLEMA "PACTOLÓGICO"
«O ministro da Administração Interna lançou o desafio para que exista um pacto para a segurança interna, similar ao da Justiça assinado com o PSD em Setembro de 2006. A proposta surge depois de, na quinta-feira, Luís Filipe Menezes ter ameaçado romper com aquele acordo político-parlamentar. O presidente dos sociais-democratas acusou os socialistas e o Governo de estarem a aprovar legislação ao arrepio do espírito do pacto.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Parece que Sócrates decidiu tratar a "pactologia" de Menezes e optou por tratar o cão com pêlo do próprio cão
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Menezes que consulte um médico de pactologia geral.»
CM DO SEIXAL (PCP) NÃO QUER PAGAR INDEMNIZAÇÃO
«A Câmara Municipal do Seixal recusa-se a indemnizar a família da criança que em 1999 foi encontrada sem vida numa estação de esgotos da Arrentela, depois de ter caído num esgoto sem tampa. A sentença foi proferida no tribunal do Seixal a 17 de Setembro deste ano, depois da repetição parcial do julgamento, que, tal como o JN noticiou a 18 de Setembro, ficou a dever-se a falhas na gravação dos depoimentos de testemunhas.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
No melhor pano cai a nódoa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Peça-se comentário a Jerónimo de Sousa.»
PORTUGAL PERDE NEGÓCIOS POR FALTA DE COMUNICAÇÃO
«Dos 27 países da União Europeia, Portugal é o que reporta maiores efeitos negativos nas suas exportações devido a uma deficiente estratégia comunicacional. Esta é uma das conclusões do estudo, divulgado este ano, Efeitos na Economia Europeia da Escassez de Competências em Línguas Estrangeiras nas Empresas (ELAN). Ao estudo, encomendado pela Comissão Europeia ao CILT, um centro de línguas estrangeiras do Reino Unido, responderam 1989 pequenas e médias empresas.
As conclusões da investigação estão na origem de um Fórum Empresarial para o Multilinguismo, que será lançado hoje, em Lisboa. Presidido pelo belga Étienne Davignon, ex-vice-presidente da Comissão Europeia e presidente da companhia aérea Brussels Airlines, o fórum tem como objectivo "ajudar as companhias europeias a serem mais competitivas" por via do reforço das suas competências em línguas estrangeiras, disse ao PÚBLICO o comissário europeu para o Multilinguismo, Leonard Orban, responsável pela iniciativa.» [Público assinantes]
Parecer:
Talvez seja tempo de apostar e melhorar o ensino das línguas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao ministro da Economia.»
COBRANÇAS COERCIVAS ESTÃO AQUÉM DAS PREVISÕES
«Segundo um documento apresentado por Azevedo Pereira, o novo director-geral dos Impostos, no passado dia 9 num seminário para dirigentes da administração fiscal, e ao qual o PÚBLICO teve acesso, desde Janeiro e até ao final de Outubro, a DGCI tinha arrecadado de forma coerciva 1247,5 milhões de euros. Um valor que está ligeiramente acima do cobrado no mesmo período do ano passado, mas que fica 5,4 por cento abaixo do objectivo fixado para esse mês. Em termos anuais, a meta fixada para a totalidade do ano fica também ameaçada uma vez que para atingir os 1600 milhões de euros propostos, a DGCI terá de arrecadar em Novembro e Dezembro mais de 350 milhões de euros. No ano passado, nesses mesmos dois meses, a cobrança ficou-se pelos 260 milhões de euros.» [Público assinantes]
Parecer:
É a consequência da gestão manhosa do anterior director-geral que deixou de fora os distritos onde haviam mais dívidas por cobrar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o dr. Macedo sobre as razões porque se esqueceu de cobrar as dívidas fiscais em Lisboa.»
O FIM DO MEMÓRIAS DO CÁRCERE, O BLOGUE CUJO FIM ESPERAVA
Soube pela caixa de comentários que o autor do Memória do Cárcere vai "sair" o que significa que poderá acabar uma das experiências mais interessantes da blogosfera portuguesa:
«Hoje completo trinta anos de existência.
Já levei um banho de água fria do nosso Núcleo Duro para aclarar as ideias, e fui chamado ao Director para me notificar que vou sair em liberdade no dia 25 de Novembro. Que melhor prenda poderia ter?
Mas estou assustado.
Um dia destes tive a visita do meu amigo Jorge – um ex-companheiro do Palacete que já saiu – que me colocou a par da situação aí por fora; vive-se em dificuldades permanentes e prevêem chuva e ventos fortes para esta semana. Os empregos escasseiam, o graveto é curto, e a motivação pessoal, por si só, pode não chegar para fazer face aos primeiros encontrões.
Também me fez saber que o País está pobre e preso. Pobre em recursos e em ideias. Preso a contratos dos mais endinheirados onde à mínima falha dum gajo que daqui sai está fodido e a tendência é uma recaída. Não daquela merda que faz rir, porque nunca estive para aí virado, mas sim da alteração climática do sistema. Das ondas de choque que irei encontrar.
Mas, como diz uma nossa leitora amiga, vou tentar “transformar a revolta em luta”. Tentar acertar o passo em novos caminhos e com outros companheiros. Tentar dar razão ao dito tão popular de que o crime não compensa. E pode acontecer que tudo não passe apenas dum susto às primeiras impressões.
Fiquem bem.»
Aqui fica uma palvra de apreço e o agradecimento pelo comentário simpático:
«Da janela do meu "quarto" serão as minhas últimas visitas a este blog. Mas voltarei, porque me marcou. Aqui, sabe-se um pouco mais do que vai acontecendo no dia-a-dia e, para além do resto, continuarei a nutrir uma estima pessoal pelo seu autor. Até à próxima. »
Reproduzo as palavras que lhe enviei por mail:
«Caro amigo,
Fiquei a saber pelo seu comentário e pelo post que colocou que a partir do dia 25 vai para o outro lado do muro, uma imensa prisão com muros imaginários e guardas prisionais não fardados, onde as regras são substituídas pela sorte na vida, onde cada um cumpre uma pena sem o saber.
Espero e desejo que tenha a sorte do seu lado para que possa recuperar algum do tempo perdido e para que a liberdade tenha um sabor agradável. Sorte porque é essa mesma sorte que nos distingue, sorte ao nascer, sorte em cada momento de uma vida pode ser o disparo numa roleta russa em que somos jogadores involuntários.
Conto com os seus comentários e tenho esperança de que dê continuidade ao projecto que iniciou.
Para o que for necessário estou ao seu dispor.
Um abraço do tamanho da liberdade.»
Por fim, aqui ficam os parabéns pelo aniversário do Zé "Prisas" Amaral.
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