sexta-feira, outubro 09, 2009

Autárquicas

Se tivesse que definir a campanha eleitoral das autárquicas numa palavra diria “paupérrima” Paupérrima nos argumentos, paupérrima na qualidade dos debates, paupérrima no marketing, paupérrima nos candidatos. Nem a capital se escapou a esta pobreza generalizada, o PCP apresentou o candidato vitalício sem projecto e para se bater contra a política de direita de Sócrates, o PSD apresenta alguém que como político já morreu ou devia ter morrido mas que insiste em andar por aí porque se esqueceram de o enterrar, o Bloco de Esquerda apresenta um candidato que se dirige ao eleitorado com um tutor ao lado e o PS aparece com uma união que se pode vir a revelar um saco de gatos.

A esmagadora maioria dos candidatos autárquicos são presidentes de autarquias que agora vêm cobrar aos eleitores o esbanjamento dos rcursos públicos em fantochadas eleitoralistas, valeu de tudo, desde carnavais com o Castelo Branco a idas a Cuba, desde viagens a Fátima a passeios de avião, de tudo valeu para assegurar que o povo assegura a continuidade de autarcas oportunistas. Na minha freguesia os ciganos, além do rendimento mínimo de de casas do Estado ainda beneficiam de cheques de compras passados pela junta que devem ser usados na mercearia de um conhecido militante do PSD que até já presidiu à junta, não admira que os mesmos ciganos que gritavam junto às mesas de voto contra Paulo Portas, por este ter falado em trabalhar, andam agora a distribuir a propaganda da coligação CDS/PSD.

Os mesmos eleitores que tão mal dizem dos políticos e da classe política vão entregar as autarquias a gente como Isaltino Morais ou Valentim Loureiro, o argumentos é que podem ser uns malandros mas serão bons autarcas. Compreende-se, os eleitores de Oeiras que beneficiam de infra-estruturas de acesso pagas pelos eleitores de Lisboa até perdoam ao seu autarca umas malandrices, o que é preciso é que Oerias continue a beneficiar da obra alheia para ser uma autarquia aparentemente bem gerida. Digamos que votam em Isaltino por ser o Robim dos Bosques.

As autarquias que deveriam ser uma escola de futuros políticos transformaram o país num sistema de feudos onde facilmente vingam políticos oportunistas e sem escrúpulos.