Graffiti na Graça, Lisboa
Anda por aí muita gente ofendida com um vídeo onde Maitê Proença além de mostrar que, afinal, não são só os trapos que envelhecem, evidencia a ignorância da conhecida actriz brasileira em relação a Portugal e a Lisboa. Coitada da Maitê, diz que a ditadura durou mais de 20 anos e logo de seguida aponta para a frente e diz que ali está o mar. Enfim, podia ser pior, se estivesse no Parque das Nações ainda dizia que ali ao lado estava a Barragem de Castelo de Bode.
Ainda bem que a Maitê Proença só embirrou com um três de pernas para o ar e com a fonte do Castelo de São Jorge, imaginem se a actriz portuguesa se lembrasse de visitar Lisboa com mais atenção e desatasse a exibir os podres que todos conhecemos e com os quais transigimos no dia a dia. Mas se fosse uma actriz estrangeira, pior ainda, se fosse uma brasileira, o que não seria se nos mostrasse como realmente somos.
O que seria da nossa auto-estima se a Maitê tivesse penetrado num qualquer bairro e encontrasse aquilo a que a publicidade televisiva designa por ecopontos. Imaginem só se a pequena comentasse algo assim: “os lisboetas são tão idiotas que apesar de toda a publicidade ainda não perceberam que os mesmos servem para recolha de materiais recicláveis e não são lixeiras a céu aberto.
Imaginem que ia ao Bairro Alto ou a qualquer outro bairro popular se lembrasse de concluir que em Lisboa em vez de se usarem cadernos de papel se recorre às paredes da cidade e mesmo aos monumentos para ensinar os idiotas a escrever ou, mais simplesmente, a fazerem assinaturas. E quando deixar de estar distraída a ler as paredes vai constatar que a vizinhança decidiu transformar a rua em WC canino e se não tiver cuidado ao passar as tascas ainda apanha com uma daqueles de que se costuma dizer que se tivesse casca era um ovo.
Ainda bem que a Maitê não vive por cá e não quererá saber da nossa vida política, senão punha meio Brasil a rir à gargalhada quando lhes contasse que por cá os assessores do Presidente vão para os jornais lançar falsas acusações de que o Presidente está a ser vigiado pelo primeiro-ministro. E se ouvir falar de Oeiras põe muito brasileiro a pensar que Portugal fica para os lados do Burundi, só por essas bandas é que alguém condenado em primeira instância (o que significa que se provou a acusação, não podendo haver recurso sobre matéria de facto) vai a votos e ganha a maioria absoluta.
Nós os portugueses somos uns tipos curiosos, damos cabo do país mas quando alguém repara decide bricar ficamos todos ofendidos. Aplicamos ao país um dizer popular muito respeitado por estas bandas, o que se come em casa não se diz na rua, foi esse o princípio que Maitê Proença desrespeitou, sendo brasileira é quase portuguesa e, portanto, está sujeita a essa regras, deve respeitar a omertà colectiva em torno das nossas vergonhas.
Bem, mas da próxima esperemos que a Maitê Proença compre uns lencinhos de papel, não vá alguém dizer-lhe também que se tivesse casca era um ovo.
Ainda bem que a Maitê Proença só embirrou com um três de pernas para o ar e com a fonte do Castelo de São Jorge, imaginem se a actriz portuguesa se lembrasse de visitar Lisboa com mais atenção e desatasse a exibir os podres que todos conhecemos e com os quais transigimos no dia a dia. Mas se fosse uma actriz estrangeira, pior ainda, se fosse uma brasileira, o que não seria se nos mostrasse como realmente somos.
O que seria da nossa auto-estima se a Maitê tivesse penetrado num qualquer bairro e encontrasse aquilo a que a publicidade televisiva designa por ecopontos. Imaginem só se a pequena comentasse algo assim: “os lisboetas são tão idiotas que apesar de toda a publicidade ainda não perceberam que os mesmos servem para recolha de materiais recicláveis e não são lixeiras a céu aberto.
Imaginem que ia ao Bairro Alto ou a qualquer outro bairro popular se lembrasse de concluir que em Lisboa em vez de se usarem cadernos de papel se recorre às paredes da cidade e mesmo aos monumentos para ensinar os idiotas a escrever ou, mais simplesmente, a fazerem assinaturas. E quando deixar de estar distraída a ler as paredes vai constatar que a vizinhança decidiu transformar a rua em WC canino e se não tiver cuidado ao passar as tascas ainda apanha com uma daqueles de que se costuma dizer que se tivesse casca era um ovo.
Ainda bem que a Maitê não vive por cá e não quererá saber da nossa vida política, senão punha meio Brasil a rir à gargalhada quando lhes contasse que por cá os assessores do Presidente vão para os jornais lançar falsas acusações de que o Presidente está a ser vigiado pelo primeiro-ministro. E se ouvir falar de Oeiras põe muito brasileiro a pensar que Portugal fica para os lados do Burundi, só por essas bandas é que alguém condenado em primeira instância (o que significa que se provou a acusação, não podendo haver recurso sobre matéria de facto) vai a votos e ganha a maioria absoluta.
Nós os portugueses somos uns tipos curiosos, damos cabo do país mas quando alguém repara decide bricar ficamos todos ofendidos. Aplicamos ao país um dizer popular muito respeitado por estas bandas, o que se come em casa não se diz na rua, foi esse o princípio que Maitê Proença desrespeitou, sendo brasileira é quase portuguesa e, portanto, está sujeita a essa regras, deve respeitar a omertà colectiva em torno das nossas vergonhas.
Bem, mas da próxima esperemos que a Maitê Proença compre uns lencinhos de papel, não vá alguém dizer-lhe também que se tivesse casca era um ovo.