domingo, outubro 11, 2009

Umas no cravo e outras tantasna ferradura

FOTO JUMENTO

Baixa de Lisboa vista desde o Elevador de Santa Justa

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O Jumento fotografou Pedro Santana Lopes no momento em que testava a indumentária que usará no cao de ter de voltar a andar por aí.

JUMENTO DO DIA

Pinto Monteiro

O Procurador-Geral da República aproveitou o dia de reflexão, um dia de escassez em notícias, para dar nas vistas. O homem gosta mesmo de se ver ao espelho...

MARCELO HESITA?

«No PSD cresce a convicção de que Marcelo Rebelo de Sousa tenciona mesmo avançar para uma candidatura à liderança social-democrata. Isto porque, segundo fontes sociais-democratas, o professor tem mantido contactos telefónicos com várias personalidades do partido para lhes pedir que não esmoreçam perante o mau resultado das legislativas.

"Se não estivesse minimamente interessado na liderança por que daria ao trabalho de andar a motivar o partido?" - questiona uma fonte social-democrata. Marcelo tem dito que só "ponderará" sobre uma eventual candidatura à presidência laranja quando Manuela Ferreira Leite "terminar o mandato". » [Diário de Notícias]

É evidente que Marcelo pretende fazer um compasso de espera para se certificar se Cavaco tem ou não condições para ser reeleito, até porque depois das legislativas Cavaco Silva está muito fragilizado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo tabu de Cavaco.»

OPERAÇÃO FURACÃO ESTÁ EM FASE DE CONCLUSÃO?

«O Procurador Geral da República (PGR) revela que «está em vias de conclusão» o mega processo resultante da «Operação Furacão», envolvendo grandes empresas portuguesas em esquemas de evasão fiscal e branqueamento de capitais.

Pinto Monteiro escusou-se a avançar uma data para a conclusão, alegando que no passado o fez e esse prazo não foi cumprido, informa a agência Lusa.

«A operação Furacão é um mega processo que já foi partido em vários, que se arrastou este tempo todo. Eu acho que [isto] não pode acontecer, processos que demorem este tempo todo», frisou, considerando que há empresas que «serão isentadas» porque pagaram as suas dívidas fiscais, mas isso será «daqueles casos em que a lei o permite» » [Portugal Diário]

Quase aposto de que não vai dar em nada. A verdade é que ao longo do tempo o furacão foi-se transformando numa brisa suave.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

UM PRÉMIO NOBEL COM CADA VEZ MENOS FAVOR

«Pode dizer-se que nalguns destes conflitos houve circunstancialmente recuos e acordos pontuais de curta direcção, mas eles não são substancialmente distintos daqueles que a administração, tida como mais beligerante, de Bush tinha conseguido. A diferença substancial é que, mal ou bem, Bush era temido até por ser errático e não afastar a possibilidade de retaliação militar e Obama não o é de todo. Obama é "estimado", até ao dia em que a sua administração fique acossada e ele tenha que fazer alguma coisa após muita hesitação. É uma péssima atitude, porque a última coisa que é preciso no mundo dos dias de hoje é um presidente americano vedeta de todos os preconceitos "olímpicos" da esquerda europeia,bon chic bon genre, cheio de "atitude", mas dando um tempo precioso a estratégias confrontacionais nucleares, como a do Irão e da Coreia do Norte. Na verdade, Obama pagou este Prémio Nobel, enfraquecendo a capacidade dos EUA de funcionarem como um poder de dissuasão político e militar capaz, ou seja, favorecendo a guerra em vez da paz. Quando, mais cedo ou mais tarde, este período de aparente graça e vazio terminar, a fasquia do conflito estará muito mais elevada e nessa altura o diploma sueco do inventor da dinamite estável atribuído ao Presidente na moda pouco lhe servirá.» [Público]

Mais um pouco e Pacheco Pereira defendia que quem merecia ganhar o Prémio Nobel era George Bush. O historiador da Marmeleira anda mesmo com azar, vê o seu pequeno mundo desmoronar-se à sua volta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se.»

AVES DE LISBOA

Periquito-de-colar [Psittacula krameri]
Local: Quinta das Conchas

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico Tropical

UM PRÉMIO NOBEL COM CADA VEZ MENOS FAVOR

«Pode dizer-se que nalguns destes conflitos houve circunstancialmente recuos e acordos pontuais de curta direcção, mas eles não são substancialmente distintos daqueles que a administração, tida como mais beligerante, de Bush tinha conseguido. A diferença substancial é que, mal ou bem, Bush era temido até por ser errático e não afastar a possibilidade de retaliação militar e Obama não o é de todo. Obama é "estimado", até ao dia em que a sua administração fique acossada e ele tenha que fazer alguma coisa após muita hesitação. É uma péssima atitude, porque a última coisa que é preciso no mundo dos dias de hoje é um presidente americano vedeta de todos os preconceitos "olímpicos" da esquerda europeia,bon chic bon genre, cheio de "atitude", mas dando um tempo precioso a estratégias confrontacionais nucleares, como a do Irão e da Coreia do Norte. Na verdade, Obama pagou este Prémio Nobel, enfraquecendo a capacidade dos EUA de funcionarem como um poder de dissuasão político e militar capaz, ou seja, favorecendo a guerra em vez da paz. Quando, mais cedo ou mais tarde, este período de aparente graça e vazio terminar, a fasquia do conflito estará muito mais elevada e nessa altura o diploma sueco do inventor da dinamite estável atribuído ao Presidente na moda pouco lhe servirá.» [Público]

Parecer:

Mais um pouco e Pacheco Pereira defendia que quem merecia ganhar o Prémio Nobel era George Bush. O historiador da Marmeleira anda mesmo com azar, vê o seu pequeno mundo desmoronar-se à sua volta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM BASTONÁRIO IMPRUDENTE OU MAL AVISADO?

«O dr. Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, criticou, em conferência de imprensa, o "excesso de alarme e zelo" na resposta à gripe A H1N1. "Não passa de uma gripe, uma doença banal, pouco letal, (...) isto é, uma doença banalíssima e não é preciso andarmos todos assustados." Quanto a não andarmos assustados, de acordo. Lembro o lema que adoptei desde o princípio desta gripe: "não há razão para alarme, há razão para preocupação informada". Tudo o resto dito pelo bastonário merece algumas observações.

Um bastonário não é qualquer pessoa, representa toda uma profissão essencial em relação a este assunto (embora, inevitavelmente, com membros seus a dizerem dislates), e vem legitimar uma corrente de opinião que está a menorizar a pandemia de gripe. Já não se trata de pessoas com comportamentos primários, como se viu ao princípio, agora são frequentemente pessoas educadas.

O dr. Pedro Nunes é oftalmologista, deve ser pouco versado em virologia ou infecciologia. Por isto, presumo que tenha pedido conselho a colegas especialistas, nos órgãos da Ordem. Se não o fez, foi imprudente. Se o fez, foi mal aconselhado.

Muitos clínicos, e parece-me ser este o caso, não compreendem a diferença de raciocínio para a saúde pública. Os clínicos lidam com doentes, com indivíduos, pensam em termos da gravidade do caso clínico. A saúde pública lida com grandes números, também com impactos económicos e sociais. Neste caso, para muitos médicos, a gripe é aquela mão-cheia de doentes que vão ver, feliz-mente com quadros clínicos geralmente benignos. Para um epidemiologista ou um decisor de saúde pública, esta gripe são dois ou três milhões de infectados. Para um virologista, esta gripe é jogo de escondidas com um vírus traiçoeiro, que de repente (esperemos que não) se pode mostrar não tão amigável.

Custa-me ver que a maior figura da classe médica não saiba ver uma coisa elementar: as consequências globais - incluindo as sociais - de duas doenças (no caso, duas variantes da gripe, a pandémica e a sazonal) com a mesma gravidade clínica individual e a mesma taxa de mortalidade são completamente diferentes, em grandes números, consoante o número de casos e a "taxa de disseminação" (termo incorrecto mas de compreensão geral) da doença. Numa gripe sazonal podemos ter à volta de 1000 mortes, na pandémica podemos ter 10.000. Isto é o mesmo para o bastonário?

Por outro lado, o dr. Pedro Nunes afirma concordar com o nosso plano de vacinação, independentemente de já ser muito significativa a percentagem de médicos que, por vezes emocionalmente e sem fundamento, declaram não quererem ser vacinados. Não percebo esta incongruência na posição do bastonário. Então uma doença banalíssima justifica o gasto enorme de 3 milhões de doses de vacina, na situação de constrangimento financeiro do SNS? E justifica que grávidas sem patologias especiais - mas internacionalmente consideradas como primeiro grupo de risco - fiquem para trás, em prioridade, em relação a médicos? Que médicos, os que vão tratar, segundo o bastonário, uma doença banalíssima, provavelmente, a seu ver, quase uma constipação a tratar com cama e chá quente?» [Público]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DMITRIY GRECHIN

MELTIN'S POT