domingo, outubro 04, 2009

Semanada

Esta semana foi como que uma síntese dos últimos três anos, ao grandes interveniente políticos oram os que mais marcaram o país, mais pela negativa do que pela positiva, Cavaco sentiu necessidade de relançar a sua recandidatura a Belém depois de entrar em pânico por ouvir muita gente falar em renúncia, o Ministério decidiu premiar as eleições autárquicas tirando um dos seus processos do congelador e a Ongoing comprou a Media Capital.

Começa a ser tempo de os portugueses esquecerem as suas diferenças e dizerem aos senhores magistrados do Ministério Público que estão fartos de ver a democracia a ser gozada por senhores que em vez de investigarem transformaram a justiça numa máquina de fabricar suspeitas sobre tudo o que é político. A Procuradoria-Geral mais parece um armazém frigorífico de acusações, insinuações e suspeitas do que uma instituição que vela pela legalidade democrática.

Quando os portugueses esperavam que o Caso Freeport fosse concluído e que as investigações do Caso BPN levasse à identificação e condenação dos maiores gatunos que este país conheceu, parece que o MP optou por voltar a meter estes dois casos no frigorífico e para distraírem os “idiotas” dos portugueses relançam o caso os submarinos, que, pelos vistos, estava congelado há anos. A isto não se chama justiça, chama-se central de golpes de Estado.

Pinto Monteiro só não conseguiu ser a vedeta da semana porque Cavaco Silva, depois de uma semana desastrosa para as suas ambições políticas veio fazer a mais idiota das intervenções que algum Presidente fez, pior do que esta intervenção só aquela em que Américo Tomaz disse que “desde a última vez que cá vim é a primeira vez que cá venho”. Cavaco não disse nada de inteligível, não esclareceu nada, limitou-se a fazer um discurso com a voz embargada, tentando apelar à ternura dos portugueses. O político firme, duro e calculista voltou a estar próximo do choro, algo que nunca lhe tínhamos vistos nos tempos de primeiro-ministro, mas a que é exímio nos últimos tempos, já tinha recorrido ao mesmo truque quando “explicou” os seus negócios accionistas em que com a ajuda de Oliveira e Costa parece ter ganho um bom pecúlio que, como se sabe, acabou por ser pago com o dinheiro dos portugueses.

No meio de uma semana agitada ninguém reparou na compra da Media Capital pela Ongoing, desta vez ninguém questionou o domínio de duas estações de televisão por um mesmo grupo, para isso bastou que no negócio estivesse o chefe da família Moniz, a garantia de que Sócrates esteve de fora.