terça-feira, outubro 06, 2009

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Alfama, Lisboa

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

Mais do que por uma questão de isenção, Cavaco não compareceu na cerimónia tradicionalmente organizada na Praça do Município para chamar a si o protagonismo da data, não era por aparecer a uns metros de António Costa que iria favorecer o candidato do PS a Lisboa, aliás, a imagem de Cavaco anda tão mal que seria mais provável que António Costa perdesse votos com tão inconveniente companhia.

Com o seu discurso cavaco Silva fez mais um acto da sua pré-campanha para as presidências, pré-campanha que teve início logo no primeiro dia do seu mandato. Ouvir Cavaco Silva apelar "um esforço acrescido para a concretização da ética republicana e para a transparência na vida pública" quase dá vontade de rir, será um exemplo de ética republicana o comportamento do seu ex-assessor para a comunicação ou a sua comunicação ao país repleta de inverdades? Será transparência a forma como ajudou a prolongar durante vários meses as falsas suspeitas que o seu assessor lançou sobre o primeiro-ministro?

UMA PERGUNTA A MANUELA FERREIRA LEITE

Não vai dar uma ajudinha a Pedro Santana Lopes na campanha autárquica de Lisboa? Sempre fica mais perto do que o Porto ou mesmo Alcobaça.

AVES DE LISBOA

Pato-marreco no Jardim do Campo Grande

FLORES DE LISBOA

No Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

O QUE TEM DE SER TEM MUITA FORÇA

«Rebelo da Silva era um romântico. Em 1848 - estava Karl Marx a publicar O Manifesto Comunista - Rebelo da Silva escrevia sobre as trombetas e as charamelas da praça de Salvaterra, os veludos do conde dos Arcos a cavalo, a dama que num camarote escondia as rosas vivíssimas do rosto, o touro negro que investe e espera que o corpo ferido do conde lhe entre nos cornos, a dor do velho marquês de Marialvas, que vinga a morte do filho, e o rei D. José que toma uma decisão. Disso Rebelo da Silva escreveu um texto célebre: A Última Corrida de Touros em Salvaterra. Claro que não foi a última, era conversa de romântico... Herdeiro do Manifesto de Marx, o Bloco de Esquerda fez um programa eleitoral em que diz o que lhe repugnam as touradas. O BE tem uma única câmara e, essa, é a de Salvaterra de Magos. É no Ribatejo, a sua festa maior é dos Toiros e do Fandango, e os seus doces mais conhecidos são os barretes. Qual o espectáculo preferido da presidente da vila, Ana Cristina Ribeiro, que é do BE? Touradas. Há quem veja contradição nisto. Eu prefiro ver a confirmação do provérbio quioco: "As águias voam alto mas têm de baixar para comer." Isto é, Ana Ribeiro só é, nisto, o que o BE há de ser, no resto, quando for preciso. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUANDO É OUTONO

«No PÚBLICO de ontem saiu uma crónica minha a dizer que, no dia anterior, tinha tomado o último e melhor banho de mar deste ano. Mais uma vez, bastou eu escrever para se tornar mentira. Porque ontem tomei um banho, na mesma Praia das Maçãs, ainda melhor e mais comprido. Hoje e amanhã é provável que piore ainda mais a mentira. Quem sabe? Não há maneira de saber. Mas a água estava uma esmeralda fresca, passe a poesia rasca. Só a fome de ver a minha mulher (e de almoçarmos uma posta descomunal de badejo, confesso) me arrancou dobalancé daquele berço atlântico que bóia como se o oceano ainda fosse o nosso líquido amniótico.

Compreendi então que o tempo português não é como os outros. Ninguém sabe quando começa o Outono: o Outono, em Portugal, é muito curto. Por isso deve-se apreciá-lo mais. Só resta adivinhar quando começa...

Em Setembro não foi, com certeza. Em Outubro - até aqui - só ocorreu a parte botânica e cinematográfica, das folhas vermelhas a cair. Compreende-se porque é que Orlando Ribeiro passou tantas noites sem dormir, antes de perceber que tanto éramos mediterrânicos como atlânticos; sulistas como nortenhos; africanos como europeus.


Acho que é em Novembro que vem o nosso Outono. Num Novembro já um pouco adiantado e invernoso, para não dizer miserável. Está feito com o Inverno, mas comprometido ainda com uma Primavera que já não ama mas que não pode desiludir.

O Verão é o que se vê; o contrário do futuro do verbo ver.» [Público]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SANTANA LOPES FOI VER O PREÇO DAS MALAS DE VIAGEM NA FEIRA DO RELÓGIO

«Na Feira do Relógio , Santana esteve atento aos preços de malas de viagem. O candidato confessou que depois das autárquicas consegue tirar “umas feriazinhas”, antes da posse. “Talvez uma semana porque a tomada de posse na Câmara é daqui a três semanas”, explicou. Questionado sobre o destino, a resposta foi Figueira da Foz, porque nunca vai para longe, ou não fosse o responsável pela frase “vou andar por aí”, como o próprio recordou: “Antes dizia vou andar sempre por aí, agora vou estar aqui.”» [Correio da Manhã]

Parecer:

É um bom sinal, se vai comprar as malas à Feira do Relógio é porque vai viajar à sua custa, se viajasse à custa da CML o mais certo era comprar malas Luis Vuitton.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereçam-se umas malinhas de cartão a Pedro Santana Lopes.»

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