domingo, novembro 01, 2009

Semanada

Esta semana o país foi surpreendido com o lançamento de mais uma telenovela da vida política real, realizada pela equipa do Palácio de Palmela esta telenovela foi realizada ao longo de um ano e segundo os promotores foram utilizadas as mais avançadas tecnologias da Mossad israelita. Com a novela “Freeport” a perder embalagem, a novela “BPN” a correr o risco de acabar a meio por falta de artistas e a novela “Operação Furacão” a acabar sem ninguém ter dado por isso e sem se ter sabido o final, os realizadores do Palácio de Palmela decidiram retomar a liderança das audiências lançando novos artistas e sugerindo uma trama que nos faz pensar que é desta que os magistrados se livram “dele”.
O lançamento recorreu às melhores técnicas do marketing, preservando o essencial da trama novelística e omitindo histórias mais picantes que estarão reservadas para uma fase mais adiantada da novela, os realizadores despertaram o apetite destapando alguns segredos do guião. Uma televisão teve direito a ler o capítulo do guião relativo ao mandato de detenção do empresário corrputo, outro jornal teve direito ao resumo dos primeiros episódios ainda antes do lançamento, alguns jornalistas tiveram direito a acompanhar a equipa de filmagens enquanto estava a ser rodado o primeiro episódio. O resultado foi o pretendido, conseguiu-se um grande impacto e os habituais telespectadores  ficaram logo excitados e a imaginar quais os próximos artistas.
Até Manuel Alegre, que com a telenovela “Freeport” deu a entender que preferia outros passatempos, desta vez sentiu-se incomodado com tanta publicidade e questionou se esta forma de lançar novelas não violaria a lei. Jerónimo de Sousa ficou em grande excitação e está tão ansioso por conhecer o final que pediu que fossem apresentados dois episódios por dia a fim de encurtar o seu sofrimento. Paulo Portas, homem de águas profundas e dado a romances envolvendo submarinos foi fiel a si próprio e pediu que esta novela fosse aprofundada, para se conhecesse tudo a fundo.
Com estes truques os programadores do Palácio de Palmela estão a fazer concorrência desleal às telenovelas da TVI, ao menos as da estação dos Monizes as telenovelas têm princípio, meio e fim, pelo contrário, as novelas do Pinto Monteiro ninguém sabe quando começam, ninguém consegue destrinçar quando vão a meio e raramente acabam. Mas Pinto Monteiro pouco se importa com esta forma de concorrência desleal, o certo é que faz sombra a Cavaco que vai ter de esperar mais uns tempos para conseguir que a seu trabalho de reconquista da atenção dos telespectadores para a sua novela da recandidatura presidencial e o próprio Marcelo já anda por aí a dizer que de nada serve os telespectadores saberem a que horas vão para o ar os seus romances de cordel, o que o povo quer é saber dos próximo episódios da nova novela do Monteiro.
Até o Paulo Rangel anda incomodado agora que estava a fazer uma aposta séria na sua imagem para conseguir passar no casting da novela da escolha da nova liderança do PSD, já emagreceu, mudou o penteado e até se deixou dos factos às riscas com que imitava Paulo Portas e lembrava os mafiosos de Nova Iorque. Agora que estava a abrir telejornais com aquele ar de orador de RGA viu a sua notoriedade ser ultrapassada pelas novas personagens da novela Face Oculta.