Quando Manuela Ferreira Leite era ministra das Finanças do governo liderado por Durão Barroso foi decidido um aumento do IVA em 2%. Apesar da economia não estar em recessão e de o consumo não se ter retraído a receita daquele imposto, isto é, a evasão fiscal “comeu” as receitas fiscais com que estava a contar.
Gaspar e Maria Luís Albuquerque foram igualmente vítimas de surpresas nas contas, cortaram nos rendimentos e na hora de contabilizarem as receitas fiscais é que perceberam que uma boa parte dos cortes nos vencimentos da Função Pública e nas pensões acabaram por ser cortes na receita fiscal. Aumentaram o IVA sobre a eletricidade mas as pessoas cortaram no aquecimento, aumentaram o IVA sobre bens de consumo mas os pobres comeram menos e acabaram por comer as receitas fiscais.
Entretanto a eficácia fiscal aumentou, o e-fatura cercou a evasão fiscal limitando-a de forma significativa, por outro lado, a falência de muitas lojas tradicionais no setor do retalho levou as compras para as grandes redes de distribuição onde a evasão fiscal quase não existe. O encerramento de muitas pequenas lojas dos mais diversos produtos, desde os eletrodomésticos ao vestuário, passando pela alimentação ou pelo imobiliário, traduziu-se numa modernização das redes comerciais e na diminuição da evasão fiscal. As grandes redes concorrem entre si e com o comércio informal, seja o contrabando ou a contrafação.
Esta modernização da máquina fiscal e das redes comerciais promoveram um grande incremento da evasão fiscal. Curiosamente, o grande impato de algumas medidas fiscais acabaram por se fazer sentir com este governo, muito por culpa do anterior. Passos Coelho foi tão extremista cortando e assustando que acabou por impedir um aumento das receitas fiscais. A eficácia do fisco, designadamente na cobrança de dívidas e no IVA adquiriu toda a sua expressão em 2017 e 2018.
Passos Coelho, Cristas e agora Rui Rio foram palermas e só isso explica que depois se tenham apressado a reivindicar os louros do crescimento depois de terem anunciado a vinda do diabo e agora que esse crescimento se traduziu num aumento da receita fiscal em vez de partilharem os louros, deram o dito por não dito, para acusarem o governo de mais austeridade. Com idiotas destes até parece que o mundo do futebol se mudou para a política e Cristas e Rui Rio são infiltrados de António Costa na direita.