Em Portugal criou-se a ideia de que são os governos que caem, levando as oposições a ignorar a necessidade de apresentarem uma alternativa. Os partidos da oposição comportam-se como forças de guerrilha que têm por obetivo ferir o inimigo a qualquer custo. Aos olhos dos eleitores isto significa a ausência de alternativas.
A exceção a esta regra foi a apresentação dos cenários macroeconómicos por um grupo de economistas liderado por Mário Centeno. Só que a oposição está presa a uma política e é incapaz de se demarcar das opções extremistas de Passos Coelho.
REGRA 2 LER OS JORNAIS DA MANHÃ PARA TER ARGUMENTOS À TARDE
Se nos últimos meses eliminarmos os debates políticos promovidos pela oposição com base em notícias de jornais percebemos que a maioria dos nossos políticos em vez de estudarem o país preferem esperar que sejam os jornalistas a darem-lhes argumentos. Líderes como Assunção Cristas, Rui Rio ou Catarina Martins dizem à tarde o que leram nos jornais durante a manhã.
REGRA 3 NÃO LARGAR O OSSO
Seja qual for o governo é inevitável que o SNS seja notícia, ou há problemas numa urgência, nalgum hospital surge a legionella, nalguma urgência morre alguém. Mas isso sucedeu com este governo logo se descobriu que tudo o que de mal sucedia era prova da continuação da austeridade. Catarina Martins teorizou e descobriu que o problema era das cativações, o mau da fita era o Centeno. Agora que não há cativações e aumentou a despesa é o Centeno que devia investir mais, mas recusa-se a fazê-lo para brilhar.
Há mais de dois anos que Cristas, Passos e depois Rio e Catarina Martins não largam o osso, cada vez que alguém se engasga com um osso, apanha uma gripe ou tem uma diarreia depois de abusar de figos torrados a culpa é inevitavelmente do Mário Centeno.
REGRA 4 DERRUBAR O ELO MAIS FORTE
O raciocínio é primário, se um ministro brilha, então, é esse que deve ser atacado. É um princípio idiota já que seria bem mais fácil derrubar um ministro fraco do que um que tenha prestígio. Quando as boas notícias vinham do aumento do emprego a oposição tentou derrubar o ministro do Trabalho, agora que o sucesso está no défice há que derrubar Centeno.
Tudo isto revela estupidez, o único ministro que caiu por ser frágil foi a ex-ministra da Administração Interna, mas neste caso a oposição ficou a apanhar bonés. Andava tão distraída a inventar mortos por suicídio que foi Marcelo a empurrar a ministra pela borda fora.