sexta-feira, abril 20, 2018

PROPOSTA



Há uns anos, quando era candidato à autarquia de Lisboa, António Costa fez uma gracinha pouco original e promoveu uma corrida entre um burro. A ideia teve a sua graça e, como era de esperar, o burro ganhou. O elogio ao asinino eleitoralista não se deve a qualquer forma de solidariedade, já que na época este humilde palheiro ainda não tinha aberto as portas. Ganhou porque era óbvio e Costa sabia que não podia ganhar.

Nestas corridas com regras viciadas tivemos um programa televisivo que visava humilhar adultos comparando os seus conhecimentos com pequenos génios de 10 anos. O programa tinha como título "Sabe mais do que uma criança de 10 anos?" e foi apresentado em 2007 por Jorge Gabriel. As crianças levavam uma ensaboadela prévia e iam para o programa com as respostas na ponta da língua, invariavelmente sucedia o mesmo que aconteceu na corrida promovida pelo António Costa, os adultos eram enxovalhados.

A propósito destas duas brilhantes ideias do passando, que estão na linha de programas televisivos como a Cornélia, o programa mais idiota da história do país, que quase paralisava o país, para não referir o programa "agora ou nunca", onde um coitado ficou famoso a gritar "ponha, ponha, ponha", chorando baba e ranho, enquanto o mesmo Jorge Gabriel lhe metia uma iguana em cima da careca, também tive uma ideia.

Que eu saiba, Jorge Coelho e Paulo portas só poderão ter estudado gestão se ocasionalmente foram colegas do Miguel Relvas nalguma universidade virtual, nos seus currículos não constam cursos de direito. Também não me parece que emitir despachos, ir a jantares de lombo assado, assinar cartas de demissão e outras pesadas tarefas governamentais qualifiquem alguém para conhecer os letreiros de uma faculdade de gestão, daquelas onde o Passos Coelho não conseguiu entrar.

É por isso que proponho um programa televisivo que juntaria Paulo Portas e Jorge Coelho a estudantes do primeiro ano das diversas faculdade de gestão em testes de avaliação de conhecimentos de gestão empresarial. Sejamos honestos tanto um como o outro pareciam rezes mirandesas cheias da famosa posta a olharem para um palácio. Na política aprende de tudo, mas nada de gestão.

A ida de políticos para negócios em empresas empresas de obras públicas que investem em países que todos sabemos como funcionam, não se explica porque seguindo o esquema ridículo da Independente, os nossos governantes tenham direito a um PhD de Harvard em finanças. Poderão levar um PhD no que quiserem e onde quiserem, mas de finanças é que não acredito.

Estas promoções a grandes gestores ou a catedráticos não é só ridícula, é um atentado contra a democracia porque desprestigia o exercício da política aos olhos dos cidadãos. É por estas e por outras que a extrema-direita está a crescer e os políticos portugueses t~em cada vez menos prestígio.