Jumento do Dia
Perante os dados positivos no plano orçamental Rui Rio reagia desvalorizando os resultados apresentados por Centeno e prometia ir ainda mais longe. Quando era notícia que o governo tinha conseguido os défices mais baixos em democracia o agora líder do PSD respondia no passado dia 8 de janeiro que iria ainda mais longe:
«Rui Rio não quer ir só além do PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento), mas também além de Centeno. Numa altura em que o Governo socialista atinge valores de défice historicamente baixos, o candidato à liderança do PSD defende, em entrevista à SIC, que para o país ter “finanças públicas bem geridas, as contas devem ter um superávite para poderem ter défice quando a economia começa a cair.” Foi isso que quis para a câmara do Porto, é isso que quer aplicar ao país, embora saiba que a opinião é “politicamente incorreta“.
Rui Rio explicou ainda que só faria pior que Maria Luís Albuquerque “no sentido do rigor do rumo“, até porque considera que o Governo PSD/CDS devia ter tido “uma combinação das medidas diferente“, que tivesse tido “mais cuidado com os pensionistas”.»
Agora, talvez depois de a líder do CDS pegar no argumento das receitas fiscais enquanto o seu líder parlamentar dizia algumas baboseias, o líder do PSD mudou de política orçamental como quem muda de camisa ou de secretário-geral e deu o dito pelo não dito e já é contra os superávites.
«O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou hoje que será mais importante para Portugal baixar a carga fiscal do que ter grandes 'superavits', embora defenda que se deve lutar para conseguir pequenos excedentes orçamentais nas contas públicas.
Numa conferência na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), com o tema "Portugal depois do ajustamento", Rui Rio voltou a defender a importância dos acordos de regime entre os partidos, dizendo que essa foi uma das razões porque quis liderar o PSD.
Na sua intervenção marcadamente económica, Rio defendeu que o objetivo no futuro deve ser reduzir a dívida pública e caminhar para "pequenos 'superavits' orçamentais", para que o país continue num caminho de credibilização externa.
"E se de repente há uma conjuntura económica que até permite um orçamento português com 3% de 'superavit'? Eu diria: Não quero, baixo a carga fiscal. Prefiro baixar os impostos e ficar com um 'superavit' de 0,5%", sustentou, considerando que "esse toquezinho positivo" já será suficient» [Observador]