segunda-feira, março 22, 2010

A derrota anunciada do PSD

Qualquer pessoa com bom senso conclui que nenhum dos três candidatos à liderança do PSD está à altura de José Sócrates, não têm programa, não apresentam propostas credíveis, têm dados uma péssima imagem nos debates e na foram pouco leal como lutam pela liderança. O único que poderia bater Sócrates é Paulo Rangel, mas apenas num concurso de mentiras, como pode o cavaquismo propor um líder que tem uma leve ideia de que foi militante do CDS?

Se fossem peixes num aquário pertenceriam à categoria dos limpa fundos, tal é a apetência destes candidatos para se alimentarem da caca da vida política portuguesa, em vez de apresentarem ideias optaram por se alimentarem da sujidade atirada para a democracia portuguesa por gente sem escrúpulos. Até mesmo Pedro Passos Coelho, que ao longo de anos tentou estruturar um projecto político, até escreveu ou mandou escrever um livro para dar consistência intelectual às suas ideias dispersas, não resistiu à tentação de concorrer com os outros candidatos e lá pediu a demissão do Procurador-Geral.

As directas do PSD têm proporcionado um espectáculo triste ao país, mostram um partido que à falta de melhor parece confundir o país com uma feira e fez da escolha do líder uma barraca de jogos onde os candidatos tentam mostrar que são os mais capazes a derrubar José Sócrates atirando-lhe bolas de trapos. Se nos concursos de beleza as concorrentes mostram os seus dotes físicos, nesta barracada eleitoral os candidatos tentam provar aos militantes que são os melhores a golpear o líder do PS. A única pessoa que ainda não percebeu que em vez de uma passagem de modelos isto é uma feira é Manuela Ferreira Leite, de cima da sua postura de independência face aos três candidatos veio sugerir aos militantes que não votem no mais bonito, por outras palavras, disse-lhes que optassem como da última vez, isto é, votem no mais feio.

Passos Coelho concorre porque perdeu nas últimas directas, Aguiar-Branco concorre para se vingar dos cavaquistas que o traíram e Paulo Rangel está convencido que é a última Coca-Cola do deserto só porque ganhou umas directas que, como disse o autarca das Caldas da Rainha qualquer um ganharia.

Razão têm os que aguardam por melhor oportunidade para se candidatarem às directas, isto é, quando considerarem que a vitória do PSD é possível. Morais Sarmento, Rui Rio ou Marcelo de Sousa limitaram-se a dizerem “presente” para desaparecerem de seguida. Sinal de que nem com candidatos dignos desse nome acreditam numa vitória eleitoral do PSD. Quanto mais com estes candidatos.