sábado, março 06, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTOGRAFIA JUMENTO

Andorinhas-das-chaminés (Hirundo rustica)

FOTOGRAFIAS DOS VISITANTES D'0 JUMENTO

Pintural mural, Moita

IMAGEM DO DIA

[Natacha Pisarenko-AP]

«A building in Concepcion, Chile, lies in ruins after Saturday's 8.8-magnitude earthquake.» [The Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva, Presidente da República

Cavaco Silva não viu em directo a entrevista do primeiro-ministro a José Sócrates, verá no dia seguinte os vídeos da presidência, isto é, os vídeos que a Casa Civil coloca na intranet da Presidência da República. Compreendo perfeitamente Cavaco Silva, à hora a que Sócrates estava a ser entrevistado por Francisco Sousa Tavares na SIC Notícias passam telenovelas nos outros canais.

Vale a pena ver Cavaco Silva em ambiente informal, como na entrevista que deu à SIC, constata-se uma enorme diferença entre o Cavaco que lê os discursos e o Cavaco que só diz banalidades. Cada vez tenho mais dúvidas sobre as capacidades intelectuais do Presidente da República. Aquela mão que treme suscita-me muitas interrogações.

O SILÊNCIO PREOCUPANTE DE CAVACO SILVA

Quando se deu o caso do Freeport o Presidente da República ficou preocupado e chamou Pinto Monteiro.

Quando Dias Loureiro foi incomodado por causa do caso SLN Cavaco ficou preocupado e fez uma declaração pública de quase inocência do seu velho companheiro.

Quando se deu o famoso caso das pressões sobre os investigadores do caso Freeport Cavaco Silva ficou preocupado e chamou o sr. Palma, o verdadeiro patrão dos magistrados do Ministério Público.

Quando se falou do jornal da Dona Moniz também ficou muito preocupado com a liberdade de imprensa.

Quando estalou o famoso caso das escutas a Belém ficou preocupado mas disse que só falaria depois das eleições.

Agora que o país assiste indignado a uma tentativa de destruição de um governo eleito pelos portugueses o Presidente da República nada diz, mantém o silêncio e aguarda tranquilamente que as fugas ao segredo de justiça destruam José Sócrates e todos os que o apoiem.

Ao que deverá o silêncio de Cavaco Silva? Significa que há cavaquistas envolvidos nestas manobras ou está mais preocupado com a subida do PSD ao poder e com a sua reeleição do que com a saúde que deveria defender?

O GOLPE DE ESTADO

«Como tanta coisa em acelerada mudança a técnica do golpe de estado também está em franca evolução. Com exceção de alguns estados falhados, os golpes à Pinochet passaram de moda. Já não é preciso meter tanques e soldados na rua para tomar de assalto...

Como tanta coisa em acelerada mudança a técnica do golpe de estado também está em franca evolução. Com exceção de alguns estados falhados, os golpes à Pinochet passaram de moda. Já não é preciso meter tanques e soldados na rua para tomar de assalto o poder. Já não é preciso derramar sangue, assassinar e torturar. Hoje, no mundo desenvolvido, existem outros meios bem mais poderosos para usurpar o que foi conquistado por via legítima e democrática.

Os golpes "civilizados" são muitas das vezes de tipo palaciano. Sucedem no interior das elites dirigentes e raramente chegam ao domínio público. Dos casos recentes e conhecidos temos a forma como Yeltsin cedeu o poder a Putin por via de uma inusitada declaração televisiva. Há também os casos de pura fraude. É hoje evidente que Al Gore ganhou as eleições americanas de 2000, só que através da impostura na contagem de votos na Florida e sucessivas intervenções judiciais o poder foi entregue a Bush.

Trata-se de casos pontuais. A técnica do golpe de estado em democracia tem evoluído com recurso à manipulação dos chamados contrapoderes. Sobretudo da justiça e dos media. No primeiro caso, temos um exemplo na tentativa de "impeachment" - destituição de um eleito por via de um processo formal -, do Presidente Clinton a propósito do seu caso com Monica Lewinsky. Através do equivalente a uma "comissão de inquérito" o procurador Kenneth Starr, numa saga digna de Hollywood, tentou por todos os meios, lícitos e ilícitos, derrubar o Presidente.

Mas, numa sociedade crescentemente dominada pelos media, são estes que vão jogando um papel determinante nos processos de conquista ilegítima do poder. De tal modo que se fala hoje de um novo conceito, precisamente, o de golpe de estado mediático.

Militar ou civil, fraudulenta ou formal, judicial ou mediática, a metodologia é sempre a mesma. Cria-se desordem e insegurança sob qualquer pretexto, para depois, os mesmos que estão na origem da instabilidade se apresentarem como salvadores da Pátria.Em Portugal estamos a viver o mecanismo. A tentativa de golpe de estado em curso tem seguido a cartilha com denodo. Tudo tem servido para descredibilizar o primeiro-ministro e gerar uma sensação de grande instabilidade política. Desde coisas claramente insignificantes, como a licenciatura de José Sócrates, até insinuações graves de corrupção, abuso de poder e até essa pérola que é o atentado ao Estado de Direito por via telefónica. Os meios são também conhecidos. Cirúrgicas fugas de informação; quebra constante do segredo de justiça; devassa da vida privada; agentes da justiça prontos a infringirem a lei que deviam defender; jornalistas dispostos a ampliarem a mais irrisória intriga ou mesmo a se tornarem agentes diretos da manipulação; intensa promiscuidade entre políticos, jornalistas, polícia e magistratura.

É igualmente clara a origem do golpe. A direção do PSD não se conformou, nem conforma, com o resultado das últimas eleições e procura, por todos os meios, subverter o voto popular. Mesmo se nesse processo se provoca a demolição sistemática do edifício constitucional - veja-se a exigência descarada da demissão do Procurador e do Presidente do Supremo -, e um prejuízo efetivo, social e económico, do país.

Acresce que numa fase de disputa interna, vai imperando no PSD a tendência de radicalização das posições mais extremistas. Quando ontem se falava da necessidade de garantir a estabilidade governativa, hoje fala-se já abertamente de derrube do Governo. Aliás, circula a ideia de que vencerá as eleições internas aquele que for capaz de garantir o "impeachment" de Sócrates, verdadeiro e único objetivo de tanta intriga, para o que o PSD possa finalmente regressar ao poder.

Portugal é neste momento um tubo de ensaio do golpe de estado em democracia. O desfecho desta operação terá significativas consequências. Se o golpe vencer, a democracia vai ter de se adaptar a estes ataques, o que só pode acontecer com a diminuição das liberdades cívicas e individuais e crescente perda de transparência da ação política. Neste sentido, não é Sócrates ou o PS que estão em causa. É a liberdade individual e a capacidade de decisão coletiva que estão em risco. Por isso mais uma vez há que ter a coragem de dizer: no pasarán! E só é pena que muitos dos que se dizem liberais e de esquerda sejam coniventes com um tão evidente ataque à liberdade e à democracia.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Leonel Moura.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ELOGIO DA IMPRENSA E DOS SEUS HOMENS LIVRES

«O inquérito na Comissão de Ética tem obtido resultados pungentes. Até agora, os deponentes que por lá passaram debitaram umas banalidades e revelaram uma assustadora ignorância da nossa História próxima recente, como uma indigência comovente do que é jornalismo. Apenas Francisco Pinto Balsemão disse algumas coisas acertadas. Não espanta. Ele é um homem que, no "Diário Popular", de que foi proprietário, conheceu a agressiva intervenção da Censura. Com uma Redacção na maioria constituída por jovens redactores que não morriam de amores pelo salazarismo: alguns deles, como Mário Ventura, tinham passado, duas vezes, pelas masmorras de Caxias. Balsemão conhece as diferenças das épocas e possui, sobre todos os outros preopinantes, a experiência de moral em acção. Não nos esqueçamos que, quando foi primeiro-ministro (já depois de Abril, evidentemente), o jornal que mais o atacou, às vezes quase irracionalmente, chamava-se e chama-se "Expresso", de que é dono.

Escuso-me a dizer o que, profissionalmente, penso, hoje, daquele semanário, cuja leitura abandonei, por viscosa, há mais de três anos. Mas o que penso, obsta-me, por motivos de ordem higiénica. Mas Balsemão é outra coisa. Como dizia um querido amigo, Manuel Magro, outro dos grandes de que o "Diário Popular" dispôs, "o homem tem a democracia até à medula."

Quero dizer, com isto, que Francisco Pinto Balsemão, sobre ter a carteira profissional de jornalista, de que se orgulha, sabe do que fala quando fala de jornais. Ao contrário de muitos daqueles simpatizantes de jornalismo, que pela Comissão de Ética têm passado. O depoimento dele seguiu-se ao de Manuela Moura Guedes, cujo conteúdo e objectivos deixo de largo. Cansei-me de campeões da liberdade.

Aquilo vai levar a nada. O que não sucederá, quase de certeza, com a Comissão de Inquérito Parlamentar. Vai--se saber, então, se José Sócrates e seus apaniguados "socialistas" acondicionavam, em aconchego tenebroso, um plano sinistro para dominar a liberdade de expressão. Apurada a verdade dos factos, comprovada como verdade que o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento, chamado que for para averiguações dos acontecimentos - o seu destino está marcado: terá de ser despedido, por indecente e má figura. Será a primeira vez que um primeiro-ministro de Portugal sofrerá de tal pena e de tal vergonha.

Todavia, tem de se saber se ele é ou não culpado de indignidade moral. Os senhoritos e senhoritas que por lá têm debitado banalidades e espelhado um narcisismo risível nada acrescentam à verdade que se procura. Por outro lado, os deputados, valha-os Deus!, manifestam um desconhecimento absoluto da especificidade do jornalismo e das singularidades dos profissionais. Este último pormenor está longe de ser despiciendo: a feira de vaidades que é a Imprensa (lato senso), o concentrado de egos que acalenta e o amontoado de ódios que embala são de molde (quando se os conhece) a fazer fugir o espírito mais coriáceo.

Alguns dos responsáveis pelas publicações deviam envergonhar-se pelo que dizem e pelo papel que vêm representando. Já praticaram censura interna, já procederam a práticas de omissão e de perseguição (a forma mais hedionda de censura), já foram as vozes caninas da ideologia dominante. Deviam, caso estivessem interessados e soubessem, preocupar-se mais com a natureza dos conteúdos, com a gramática e com a fundamentação das notícias que apresentam.

A batalha pela tiragem, no caso dos jornais, e pelas audiências, quanto às televisões, atingiu níveis nunca vistos e extremamente perigosos. A informação deixou, na esmagadora maioria dos casos, de ser contextualizada, social e historicamente; e a opinião contrária, habitualmente, é obtida através do telefone. Um descrédito que tem acentuado a degenerescência da profissão e a decadência de uma classe que, mesmo nas horas mais ominosas do fascismo, conseguiu manter a cabeça fora do lodaçal, e não capitular. E, podem crer os Dilectos, foram anos e anos dolorosos e difíceis, que aniquilaram grandes jornalistas e destruíram sonhos maiores e decentes ambições.

João Chagas [1863-1925], que foi um dos maiores jornalistas portugueses de sempre, político emérito, grande prosador e homem de bem, escreveu, em "As Minhas Razões", reflexões admiráveis, e extremamente actuais acerca do tema de que discreteei. Um excerto:

"Está absolutamente demonstrado que só os poderes enfraquecidos perseguem a Imprensa e, por outro lado, está igualmente demonstrado que nem por isso se tornam mais robustos e que, ao contrário, acabam quase sempre por se declarar vencidos. Só os poderes enfraquecidos temem a Imprensa, porque a Imprensa não é para temer. Só a verdade é temível, disse o velho Thiers, que um tão belo papel representou no acto de protesto contra as Ordenanças de Julho.

"Os juízos da Imprensa só são eficazes quando são justos, porque, apesar de tudo, quando se pensa da influência da Imprensa sobra a opinião, nem por isso é menos certo que são, afinal, os votos desta que ela acaba por formular. Não é geralmente o jornal que faz a opinião, é a opinião que faz o jornal, e o jornal é, quase sempre, o último a exprimi-la."

Dilecto: agora, ia por aí fora, na reprodução desta extraordinária reflexão sobre jornalismo. Que fique pois, e somente, como um voto de gratidão e homenagem aos autênticos profissionais portugueses, que nos legaram páginas e páginas imortais, nas quais a liberdade está marcada como desejo, realidade e luta. E como imposição da honra, da dignidade e da honradez.
Aos outros, o meu profundo desdém.»
[Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O PODER

«Eis o direito à liberdade de expressão definido como o confronto entre o jornalista e "o poder" (ou seja, para Moura Guedes, o governo). Seguiu-se, por feliz coincidência, Balsemão, o mais notório patrão de media português. Tratado pelos deputados (todos) com a reverência trémula que se reserva às santidades, despediu "telefonemas" e "pressões" como "normais", asseverando que a capacidade dos media de lhes resistir depende do seu sucesso. Ou seja: do dinheiro que fazem. Mas, avisa, por ter noção disso o governo tem tentado impedir o sucesso dos media. Como? Legislando. Exemplos: a concessão de direitos de autor aos jornalistas (que, resumiu Balsemão, prejudicam os meios; traduzo eu, impedem os meios de fazer o que entendam com o trabalho dos jornalistas); a intenção de impedir a concentração dos meios de comunicação; a existência de uma entidade reguladora; as regras da publicidade. A lista é longa mas resume-se facilmente: Balsemão quer que seja "o mercado" a decidir o que é ou não aceitável, o que os media podem ou não fazer. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

JORNALISTAS DO SOL CONSTITUÍDAS ARGUIDAS

«As jornalistas do Sol Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo foram hoje constituídas arguidas no inquérito instaurado pelo procurador geral da República à divulgação de notícias sobre escutas telefónicas efectuadas no caso Face Oculta. Em declarações à Lusa, a jornalista Felícia Cabrita explicou que foram chamadas ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) onde foram constituídas arguidas, não tendo nenhuma delas prestado declarações, usando uma prerrogativa prevista na lei. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Receio que isto não passe de uma operação de fachada destinada a lavar a cara cada vez mais suja dos agentes da justiça. O mais certo é isto dar no arquivamento ou num julgamento com base numa acusação mal formulada e sem sustentação em provas. Por outras palavras, estou convencido de que vão usar o dinheiro dos contribuintes para uma manobra cujo único objectivo é desviar as atenções para o golpe de estado em curso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se às arguidas se já receberam cópias dos seus próprios processos.»

MARINHO PINTO SEM PAPAS NA LÍNGUA

«"O poder judicial está, neste momento, empenhado em derrubar o primeiro-ministro. Alguém tem dúvidas disso?", acusou esta sexta-feira Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, na Faculdade de Direito do Porto.

O bastonário explicou que José Sócrates, "bem ou mal, tocou em alguns privilégios da corporação" que, por isso, está "empenhada em derrubá-lo".» [Correio da Manhã]

Parecer:

Ahja alguém com coragem neste país de políticos oportunistas e de cobardias.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a coragem de Marinho Pinto.»

MAIS UMA DOR DE CABEÇA PARA O BLOCO DE ESQUERDA?

«Manuel Carvalho da Silva, líder da CGTP, tem sido um nome falado como o próximo candidato da Esquerda a entrar na corrida às eleições Presidenciais, depois de Manuel Alegre e de Fernando Nobre.

A ideia foi esta sexta-feira avançada pelo dirigente do PSD Alexandre Relvas no programa ‘Edição da Noite’, na Rádio Renascença (RR). » [Correio da Manhã]

Parecer:

Por quanto mais tempo demorará o apoio do BE a Manuel Alegre?

É engraçado como o BE apoio Manuel Alegre na esperança de lucrar com a divisão interna do PS e agora arrisca-se a ficar ele próprio dividido. Se a candidatura de Fernando Nobre já dividiu o BE, a de Carvalho da Silva vai deixar a frente da extrema-esquerda à beira de uma crise de nervos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Francisco Louçã.»

HAJA HUMOR

«O primeiro ministro, que correu esta sexta-feira pelas ruas de Maputo, disse no final que faz o seu 'jogging' porque "é preciso esta em forma" ou, caso contrário "comem-nos vivos". José Sócrates respondeu assim com algum sentido de humor e ironia aos ataques de que diz ser alvo dos seus opositores em Portugal. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Eles que pousem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Sócrates que em vez de usar água de colónia que use piri-piri, pode ser que venhamos a ver algum magistrado a matar a sede na fonte em frente ao Palácio de Belém.»

PROTEGEM-SE UNS AOS OUTROS

«"Acho lamentável as declarações do doutor João Correia, que ainda não despiu a veste de advogado e ainda não vestiu a veste de secretário de Estado da Justiça", disse à Lusa Rui Rangel, sublinhando que de "uma pessoa de Estado" espera-se "ponderação, consenso e sensatez" e não afirmações de que ficou "com a impressão" que neste ou naquele processo houve contaminação política do MP.

"É exigível outro tipo de comportamento, de declaração, e que contribua para prestigiar as instituições e fazer baixar o ruído", sustentou Rui Rangel, observando que se João Correia "não despiu a veste de advogado então deixe de ser secretário de Estado da Justiça".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Andaram todos na mesma escola, protegem-se uns aos outros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao magistrado preocupado com a soberania o que diz do que se está a passar aos olhos de toda a gente.»

CORISTA DO VATICANO FORNECIA PROTISTUTOS

«"Ele a que horas tem de regressar ao seminário?" A pergunta não teria nada de mal se não tivesse sido feita por Angelo Balducci, o ex-presidente do Conselho das Obras Públicas italiano já preso por corrupção, ao homem que lhe fornecia prostitutos para encontros amorosos a troco de avultadas quantias. O destinatário da chamada - transcrita nas 72 páginas de escutas a Balducci agora divulgadas - era Chinedu Thomas Ehiem, nigeriano membro do selecto coral da Capela Giulia, entretanto afastado pelo Vaticano.

Identificado apenas como "Mike", Ehiem esteve em contacto com Balducci durante os últimos dois anos. Vinte e quatro meses durante os quais forneceu prostitutos ao engenheiro a um ritmo de dois a três por semana. Seminaristas da sua maioria, a escolha recaía por vezes também sobre imigrantes ilegais em busca de dinheiro e de uma autorização de residência em Itália.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Será que vem com o papa para cantar em Lisboa?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Nunciatura Apostólica.»

NÃO CONVÉM

«O Governo vai propor aos sindicatos mecanismos de monitorização conjunta dos dados de adesão à greve, mas a medida não agrada às estruturas sindicais que acusam o Executivo de se estar a imiscuir na sua organização interna.» [Público]

Parecer:

Assim a adesão às greves fica sempre acima dos 90%.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

A RESPOSTA DOS ELEITORES

«O primeiro-ministro mentiu no Parlamento quando disse que não sabia que a Portugal Telecom queria comprar a TVI e essa mentira é injustificável. É esta a convicção da maioria dos portugueses, de acordo com uma sondagem da Intercampus feita para o PÚBLICO. Mas nem essa "mentira" nem a alegada ligação de José Sócrates a escândalos recentes lhe retiram condições para governar. Aliás, se as eleições fossem hoje, o PS voltava a ganhar e reforçava mesmo a sua votação, ficando à beira da maioria absoluta. Um paradoxo com diferentes explicações, na análise dos politólogos.» [Público]

Parecer:

Com sondagens destas os amigos de José Sócrates que se cuidem, devem estar todos sob escuta para aparecer outro processo, de processo em processo até à vitória final.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Desligue-se o telemóvel.»

O BLOGUE DO PISCA-PISCA

O "Valor das Ideias" o blogue de Carlos Santos, uma estrela da blogosfera que depois de uma passagem pela esquerda está agora na galáxia da direita, entrou em regime de intermitência, um fenómeno estranho cuja causa um amigo meu sugeriu resultar de ter ligado o blogue ao pisca-pisca do automóvel.

Acho que não, o jovem apoiante de Cavaco Silva no Facebook deve ser um admirador da Rute Marlene e em homenagem à cantora popular vai mudar o nome do blogue. Um dia destes quando o abrirmos vamos constatar que em vez de se chamar "O valor das Ideias" mudou para "Blogue do pisca-pisca"

SAPRONO ANDREY

MIGROS