domingo, setembro 23, 2012

Semanada


Nesta semana os portugueses tiveram a oportunidade de assistir a uma ópera bufa com grandes actores e que se prolongou ao longo de dias, começou com um primeiro-ministro com um QI que parece situar-se entre o deficiente mental e o imbecil, que anuncia um roubo colectivo aos trabalhadores portugueses, empurrando muitas famílias para a insolvência e uma hora depois está mais a sua fisioterapeuta a rir à gargalhada num teatro de Lisboa.
   
O artista principal fez o mundo rir ao sugerir que um país que está a entrar numa espiral de recessão o que precisa é de mais uma boa dose de austeridade, e se o Estado já tem dinheiro que baste então tira-se um ordenado aos abastados empregados para darem aos proletários patrões. Assim, o pessoal do Partido Comunista Chinês esfrega os punhos cerrados de alegria enquanto o seu serviçal Catroga arrecada os pentelhos da TSU dos seus 10.000 trabalhadores ricaços para que a mercearia da esquina que tem a electricidade desligada por falta de pagamento possa pagar os salários atrasados.  A solução do imbecilóide de Massamá foi tão apreciada pelas instituições internacionais que o FMI já está a pensar em sugerir ao mundo o corte de um salário aos trabalhadores para financiar as amantes dos patrões, dizem que patrões felizes e satisfeitos investem mais e, portanto, criam emprego.
   
Outro bom desempenho nesta ópera bufa foi ao do submarinista do governo, ora emerge, ora submerge e da última vez que veio cá acima encomendar tremoços deu um tiro no porta-aviões deixando-o a meter água por todos os lados. A verdade é que passada a crise o submarinista é a face humana do governo enquanto o imbecilóide não passa de moço de recados do Gasparoika, o submarinista é inteligente enquanto o imbecilóide devia estar na CERCI, o submarinista sobreviveu enquanto o imbecilóide é um cadáver político na morgue governamental que acabará por ser enterrado como mendigo já que ninguém o vai querer levantar e muito menos fazer de carpideira.
   
José Seguro decidiu fazer finalmente uma boa interpretação e deixou o sogro do dono do Pavilhão Atlântico a falar sozinho, se este sonhava ser o salvador da pátria que se desunhasse pois depois de derrubar um governo tão legítimo quanto ele se a ideia era aparecer como salvador da pátria teria de o seu com o seu afilhado de Massamá. Ao recusar ir para o governo sem o aval dos eleitores fechou a porta da história ao Silva da Coelha, ao assegurar que iria remeter o OE para o Tribunal Constitucional retirou-lhe qualquer margem para assobiar para o ar no momento de promulgar mais um golpe inconstitucional.
   
Do lado do PCP o papel é sempre o mesmo, o secretário-geral da CGTP disse, com a arrogância do costume, que não ia à manifestação porque estaria a organizar a do dia 29 e acabou por ser um dos mais activos manifestantes, ao mesmo tempo que a organização do PCP, a estrutura que mais trabalhou para ajudar Passos e Portas a chegarem ao poder, quase esqueceu a manif do dia 29 para se concentrar nos seiscentos mil manifestantes do dia 15. Para este PCP, bem como para o BE nesta versão de liderança conjugal, nada muda, em vez de uma ópera bufa optam sempre pela palhaçada.