segunda-feira, setembro 10, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Palácio dos Marqueses de Frontera
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Vila Real [J. Ferreira]
 
Jumento do dia
   
Cavaco Silva
 
Passos Coelho ofende as instituições da democracia, goza com os juízes do Tribunal Constitucional e leva a sua estratégia de ser mais troikista ainda mais longe. E o que faz o suposto Presidente da República? Fica calado, deve achar que tudo isto é um espectáculo a decorrer no Pavilhão Atlântico.
     
 Derrubar Passos Coelho e o seu governo de imbecis

Derrubar Passos Coelho está a deixar de ser uma questão política para passar a ser um problema de higene pública.
 

  
 Ninguém pára a revolução
   
«Esqueçamos por agora. Esqueçamos as promessas de que tudo se ia resolver pelos cortes nas gorduras e diminuição dos custos intermédios. Esqueçamos a profunda ignorância sobre as razões da crise que atravessamos ou a suprema desonestidade de as sabendo não as dizer. Esqueçamos o facto de não haver uma linha de discurso governamental sobre os problemas do euro, da Europa ou da crise financeira global. Esqueçamos as mentiras sobre a confiança readquirida no nosso país, a tal que fez baixar as taxas de juro. Esqueçamos o facto de Passos Coelho se ter sempre oposto às medidas que efectivamente as fizeram baixar. Esqueçamos os constantes ataques ao Tribunal Constitucional.
   
É melhor esquecermos. Podemos dar por nós a pensar se não há um sério problema de legitimidade democrática quando se faz exactamente o oposto daquilo que se promete, a reflectir sobre uma tão evidente falta de preparação para o exercício de tão importantes funções ou a cismar sobre tanta ausência de sentido de Estado.
   
Concentremo-nos apenas em alguns "pormenores" da mensagem de sexta-feira do primeiro-ministro ao País.
   
Afinal, receita que até agora apenas provocou desemprego, falências em catadupa, recessão económica, é para manter. Tudo isso, mais os cortes sociais e tudo o que estamos a sentir no lombo, era preciso para atingirmos os 4,5% de défice, o número mágico que nos ia salvar. Apesar de todos os sacrifícios, de toda a miséria criada, não se chegou lá, longe disso.
   
Então, o que se faz agora para chegar aos 3% em 2013? Prescreve--se o mesmo medicamento, mas aumenta-se a dose: mantém-se o corte de dois salários aos funcionários públicos, os reformados continuam a ser assaltados (o dinheiro que deixam de receber não é do Estado, é deles) e agora também é retirado um salário líquido aos trabalhadores do sector privado.
   
É assim como tentar apagar uma fogueira regando-a com gasolina. Utilizar uma fórmula em dose superior que já provou estar errada e esperar resultados diferentes é, digamos, estúpido.
   
Porém, para diminuir os danos na economia, o Governo anunciou uma solução para aumentar o emprego. No papel a coisa funcionaria assim: as empresas passam a pagar menos do que pagavam para a Segurança Social, e com esse dinheiro que fica teoricamente em caixa decidem imediatamente contratar trabalhadores. Alguém se deve ter esquecido de explicar aos geniais pensadores governamentais que se as empresas não venderem os seus produtos não ganham dinheiro, e se não ganham dinheiro não podem empregar ninguém. Ora como as pessoas vão perder ainda mais poder de compra (toda a gente passa a pagar mais 63,6% à Segurança Social), é capaz de não resultar...
  
A hipocrisia suprema é falar de defender as pequenas e médias empresas com esta medida. Estas empresas trabalham para o mercado interno, como diabo se fala de ajuda quando se lhes retira clientes? Sim, as empresas precisam de financiamento como de pão para a boca, mas precisam também de vender. Sem financiamento algumas resistirão; sem clientes não há uma que resista.
  
Mas, calma, o Governo não está a ser ilógico, e vê o que todos vemos. Passos Coelho e Paulo Portas não pensam que o desemprego vai diminuir por as contribuições para a Segurança Social por parte das empresas baixarem. Seria insultar a inteligência dos líderes responsáveis por estas políticas achar que eles pensam que com uma economia em queda se criam empregos. Também, de certeza absoluta, não pensam que as pequenas e médias empresas vão ficar com uma tesouraria mais desafogada. Digamos que são mentiras piedosas. Há um caminho, não pode ser dito em voz alta, mas há um caminho definido: é preciso esmagar os salários, é fundamental empobrecer violentamente, sobre todos, quem trabalha por conta de outrem. O que é preciso é chegar a um limite em que cada um de nós estará disposto a trabalhar dezoito horas por uma côdea. Para que esse homem novo surja é preciso destruir a economia, criar ainda mais desemprego, forçar mais empresas a falir (a taxa de IVA para a restauração está a cumprir na íntegra a sua função, por exemplo) e depois da destruição total da economia, como por milagre, tudo será maravilhoso.
   
Claro que não houve anúncios nos cortes na despesa, claro que as renegociações dos valores das parcerias público-privadas foram mais uma vez atiradas para as calendas, claro que não houve a mínima preocupação em tributar outras formas de rendimento que não o trabalho, claro que a preocupação sobre o tremendo aumento da desigualdade que estas medidas vão ainda mais gerar pura e simplesmente não existe. É cada vez mais claro que nada disso importa para o Governo: o que é vital é empobrecer os portugueses, esses homens e mulheres que têm vivido num permanente regabofe. No entretanto, destrói-se por completo uma economia e, se não acordarmos, um país.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   

 Situação explosiva
   
«Feito o debate sobre a eficácia no emprego das medidas anunciadas por Passos Coelho (ninguém pode garantir o seu fracasso ou o seu sucesso), sobra a consequência altamente provável que este anúncio terá no consenso político até aqui existente.
   
O Partido Socialista, que vinha preparando caminho para poder saltar fora deste consenso, passou a ter uma boa "desculpa" para votar contra o Orçamento. O Governo não negociou com a troika o tempo a mais que exigia Seguro e isso tem como consequência um reforço da austeridade.
   
O líder do PS só precisava mesmo de uma boa "desculpa" porque as eleições autárquicas do próximo ano e as pressões internas, vindas da ala esquerda e dos "órfãos" de Sócrates, deixavam Seguro numa posição muito difícil. Se o Governo tivesse pedido à troika mais flexibilidade, e a tivesse obtido, o PS estaria obrigado a abster-se no Orçamento e perderia capital político para agregar, nas autárquicas, o voto dos descontentes.
   
O resultado das autárquicas pode, aliás, ser o rastilho para uma situação política explosiva. Até há bem pouco tempo todas as notícias nos garantiam uma coesão indestrutível na coligação, agora todas as semanas há sinais de desagregação na maioria. Com a RTP como pano de fundo, até Paulo Portas já assumiu que "é preciso trabalhar para recuperar o sentido de compromisso" com que foi formada a coligação. Um péssimo resultado nas autárquicas irá aprofundar o clima de desconfiança entre os dois parceiros, porque é da natureza partidária tratar da sobrevivência quando as coisas começam a correr mal.
   
Quebrado o consenso político, se vier a confirmar-se o voto contra do PS, agrava-se o risco de se quebrar também o consenso social, porque os eleitores socialistas irão engrossar a fileira dos contestatários. Nesta matéria não sou, no entanto, tão pessimista.
   
Não há métodos científicos para determinar até que nível os diferentes estratos da sociedade conseguem suportar os sacrifícios exigidos. É uma verdade de La Palisse que a cada nova medida de austeridade ficamos mais perto do limite suportável, mas o ser humano tem uma capacidade inimaginável de adaptação e a maioria dos portugueses ainda tem mais a perder do que a ganhar com o fim da paz social em que temos vivido. E, sejamos honestos, ninguém deitará a perder o que tem para entrar, por solidariedade, numa luta de resultados imprevisíveis.
   
A paz social, no entanto, para ser duradoura, exige compromissos de todas as partes. Estado e patrões têm de convencer os trabalhadores de que a bonança, quando vier, é para todos.» [DN]
   
Autor:
 
Paulo Baldaia.
      
  
     
 Direita afronta a democracia
   
«A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) disse este domingo que as novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo são "uma afronta ao Tribunal Constitucional", considerando que penalizam "mais uma vez" os rendimentos do trabalho.» [CM]
   
Parecer:
 
Esta direita está a pedir um saneamento.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se a demissão de Passos Coelho.»
      
 Amigo? Só se for da tua tia!
   
«O primeiro-ministro publicou hoje uma mensagem no seu mural da rede social Facebook reiterando que as medidas de austeridade que anunciou na sexta-feira "representam um passo necessário e incontornável no caminho de uma solução real e duradoura".
   
Na mensagem, Pedro Passos Coelho dirige-se aos portugueses chamando-lhes "amigos" e afirma que esse foi "um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer": ter de "informar os portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, de que os sacrifícios ainda não terminaram".» [DN]
   
Parecer:
 
Este está a ficar à rasca e recorrer ao Facebook para propaganda.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 Direita apaixonou-se por Hugo Chavez?
   
«O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, iniciou no sábado uma visita de dois dias a Caracas, onde decorrem as reuniões de trabalho de 7.ª Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral, na qual participam 40 empresas.
  
Paulo Portas foi recebido pelo homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, com "uma surpresa", a interpretação de duas peças musicais por um dueto venezuelano.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Dantes gozavam com o governo de Sócrates, agora não largam os ditos a Hugo Chavez e passam a via em Cacas. Isto é mesmo um governo do caracas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 Chantagem idiota
   
«O vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, disse hoje acreditar que o Partido Socialista (PS) não vai faltar ao seu “sentido de responsabilidade” no momento da votação do Orçamento do Estado para 2013.
   
“O PS é um partido importante, não é um partido de protesto. É um partido de alternativa, de Governo, um partido que deve ser um partido de estadistas. E numa altura difícil, como esta, é sempre fácil colocarmo-nos do lado daqueles que apenas protestam”, afirmou aos jornalistas o vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), em resposta a uma questão sobre a possibilidade de o PS votar contra o Orçamento do Estado.» [i]
   
Parecer:
 
Estes rapazolas do PSD são idiotas, adoptam uma verdadeira revolução fascista e ainda estão à espera que a esquerda vote favoravelmente o OE.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os rapazolas à bardamerda.»
   
 O Bispo que se cuide
   
«O bispo das Forças Armadas classificou, este domingo, de "ataque atroz aos trabalhadores" as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro e disse ser altura de dizer "basta".» [JN]
   
Parecer:
 
A esta hora as arrastadeiras já estão a preparar o material da vingança para a primeira página do Correio de Manhã.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»