sábado, julho 05, 2014

Portugnografia política

Quando questionado sobre o manifesto da reestruturação da dívida Álvaro Beleza, um braço direito de Seguro, sugeriu aos seus autores que se inscrevessem nos Novos Rumos. Durante três anos Seguro remeteu sempre para o BCE a solução da dívida, a sua divergência com a direita nunca foi em torno da causa da crise ou das políticas mas sim em torno do papel do BCE. Agora que interessa a Seguro transportar a bandeira da reestruturação da dívida na sua luta contra António Costa já o ainda líder do PS se lembrou da necessidade de renegociar a dívida.
  
Para Cavaco não há qualquer diferença entre a Quinta da Coelha e o Palácio de Belém a não ser no facto de no palácio ter as contas todas pagas, não sendo necessário tocar nas suas pensões que graças a Passos Coelho até vão regressar aos valores normais. Da mesma forma que confunde a Quinta da Coelha com o Palácio de Belém o ainda presidente também confunde o Cavaco Presidente com o Aníbal de Boliqueime. Quem ataca um ofende o outro e quem não lhe reconhece as qualidades que não tem ou lhe assaca as culpas que são dele não pode esperar elogios ou parabéns.
  
São dois exemplos , mas poderiam ser muitos mais de como a nossa classe política sofre de pequenez, de nanismo ético e intelectual, usando o estatuto político para protegerem as personagens que as circunstâncias levaram ao poder. Na política portuguesa vale tudo e vencem os mais dotados para os truques, para as manipulações para o uso indevido do poder.
  
Foi esta classe política que enquanto acusou os pobres de excesso de consumo e lhe aplicou um programa de austeridade digno de uma experiência de Mengele, permitiu aos bancos alemães vender a dívida soberana portuguesa, enquanto a banca portuguesa continuava a especular enquanto os seus banqueiros vinham para a televisão apoiar o governo e sugerir que o povo ainda aguentaria mais austeridade se fosse necessária.
  
Aquilo que se passa em Portugal é do domínio da pornografia política e sempre que os nossos políticos aparecem numa televisão deviam colocar a bolinha vermelha, não há grande diferença entre a maior parte dos nossos políticos e as putas de estrada, tanto uns como as outras deitam-se com quem lhes pagam e não hesitam em transmitir aos outros as peçonhas de que padecem.