Num tempo em que se fala de poupar o PS fez aprovar uma reforma do estatuto de deputado que cria a figura do assistente do deputado, isto é, cada deputado poderá vir a ter um assistente pessoal, para além dos assessores dos grupos parlamentares. Quer isto dizer que todos aqueles senhores que vemos sentados no parlamento vão ter um assistente a ajudá-los, o que no caso de alguns ilustres representantes imagino que terão a ingrata tarefa de ir à tabacaria mais próximo comprar o jornal.
Ao que parece a medida não é para implementar já, Jaime Gama percebeu que ninguém iria simpatizar pelo que a adiou para quando as verbas forem suficientes, afirmando que não iria haver aumento do orçamento da Assembleia da República. Ora, o que não faltam por aí são despesas públicas inúteis mesmo em serviços cujos orçamentos não são reforçados.
Note-se que os deputados não estão assim tão mal assessorados:
«Para fundamentar esta posição, Jaime Gama apresentou dados sobre a verba anual atribuída a cada grupo parlamentar: o PS, com 76 assessores (121 deputados), recebe 2,2 milhões de euros; o PSD, com 53 assessores (75 deputados), tem 1,7 milhões de euros; o PCP, com 24 (12 deputados), e o CDS/PP, com 22 assessores (12 deputados), recebem cada um 660 mil euros; o BE, com 26 assessores (oito deputados), conta com 524 mil euros; e Os Verdes, com 12 assessores, tem 203 mil euros. A partir destes dados, verifica-se que a despesa média anual oscila entre cerca de 4,6 e 7 milhões de euros.» [Correio da Manhã]
Como se entende, por exemplo, que os Verdes, organização política que não passa de um transgénico obtido a partir do pólen do PCP tenha 12 assessores ou que o Bloco de Esquerda empregue 26?
Para que servirá a muitos deputados terem assistentes se muitos deles não passam eles próprios de assistentes?