A notícia de que o Tribunal Constitucional considerou provado que a Somague pagou uma factura no valor de 233.415 euros por serviços prestados ao PSD e à JSD pela empresa Novodesign quase tem passado desapercebida, como se de um assunto pouco relevante se tratasse. Mas não é bem assim, a Somague é uma grande empresa de obras públicas e, portanto, depende dos “favores” do Estado, o PSD era liderado pelo actual presidente da Comissão da EU e o montante não é propriamente irrelevante. Perante todo este silêncio vale a pena tecer alguns comentários.
É evidente que os partidos que governam, e quando se fala em governar fala-se também das autarquias e dos governos regionais, vivem de financiamentos, ninguém acredita que as quotas e os subsídios do Estado cheguem para as despesas correntes. Portanto, ninguém quer discutir o assunto, até porque as grandes empresas de obras públicas deverão ter cuidado de distribuir ovos por todos os ninhos.
À frente da Somague está um tal Vaz Guedes que, para além de contar com uma boa imprensa (nos dias de hoje para se ter boa imprensa basta ter dinheiro para alimentar burros a pão-de-ló) foi um dos fundadores do Compromisso Portugal, uma agremiação que de vez em quando se reúne para dizerem o que o Governo deve fazer. Ou seja, os mesmos que exigem transparência do Estado são os que corrompem o sistema político.
A Somague não é uma fundação, trata-se de uma grande empresa de obras públicas vendida recentemente a capitais espanhóis pelo mesmo Vaz Guedes que em tempos mobilizou empresários para a defesa da manutenção dos centros de decisão em Portugal. A Somague pertence hoje à Sacyr Vallermoso mantendo-se os Vaz Guedes na sua gestão, o que se compreende pois como se vê conhecem bem o “mercado português”.
Como se pode perceber pelas notícias nem sequer houve um grande cuidado em dissimular a operação, alguém escreveu mesmo nas facturas que foram pagas que se tratava de trabalhos para o PSD. Isto significa um grande à vontade neste tipo de pagamentos por parte da Somague. À vontade e impunidade.
Espera-se agora que o Ministério Público não se limite a investigar esta operação, que já está bem analisada pelo Ministério Público. É mais do que evidente que esta operação não passa da ponta do iceberg e que os pagamentos da Somague deveriam ser passados a pente fino e, com base nos elementos aí colhidos, partir para uma análise do financiamento das campanhas partidárias.
É evidente que os partidos que governam, e quando se fala em governar fala-se também das autarquias e dos governos regionais, vivem de financiamentos, ninguém acredita que as quotas e os subsídios do Estado cheguem para as despesas correntes. Portanto, ninguém quer discutir o assunto, até porque as grandes empresas de obras públicas deverão ter cuidado de distribuir ovos por todos os ninhos.
À frente da Somague está um tal Vaz Guedes que, para além de contar com uma boa imprensa (nos dias de hoje para se ter boa imprensa basta ter dinheiro para alimentar burros a pão-de-ló) foi um dos fundadores do Compromisso Portugal, uma agremiação que de vez em quando se reúne para dizerem o que o Governo deve fazer. Ou seja, os mesmos que exigem transparência do Estado são os que corrompem o sistema político.
A Somague não é uma fundação, trata-se de uma grande empresa de obras públicas vendida recentemente a capitais espanhóis pelo mesmo Vaz Guedes que em tempos mobilizou empresários para a defesa da manutenção dos centros de decisão em Portugal. A Somague pertence hoje à Sacyr Vallermoso mantendo-se os Vaz Guedes na sua gestão, o que se compreende pois como se vê conhecem bem o “mercado português”.
Como se pode perceber pelas notícias nem sequer houve um grande cuidado em dissimular a operação, alguém escreveu mesmo nas facturas que foram pagas que se tratava de trabalhos para o PSD. Isto significa um grande à vontade neste tipo de pagamentos por parte da Somague. À vontade e impunidade.
Espera-se agora que o Ministério Público não se limite a investigar esta operação, que já está bem analisada pelo Ministério Público. É mais do que evidente que esta operação não passa da ponta do iceberg e que os pagamentos da Somague deveriam ser passados a pente fino e, com base nos elementos aí colhidos, partir para uma análise do financiamento das campanhas partidárias.