Apesar de o problema energético ser um dos maiores entraves ao nosso desenvolvimento económico, para além dos problemas de dependência em que Portugal fica, é raro haver uma discussão séria sobre o mesmo. Os ecologistas ficam felizes se forem instaladas umas quantas ventoinhas e os industriais aproveitam para defenderem a solução nuclear.
No Diário de Notícias de ontem o economista Sarsfield Cabral escreveu um artigo (ver post anterior) que merece ser lido e cujas conclusões merecem uma reflexão.
Há na sociedade portuguesa a falsa convicção de que o problema energético é apenas uma solução de recursos, uns sonham com jazidas petrolíferas, outros com soluções ecológicas e alguns com o milagre do nuclear. Só que todas as energias têm custos.
O facto de se ter reservas de petróleo não significa que se possam comprar gasolina ao preço da água, a não ser no Médio Oriente ou no Texas a exploração do petróleo tem custos elevados. As explorações no oceano ou em ambientes difíceis com a Sibéria tem custos muito elevados. Além disso a qualidade do petróleo varia e com a qualidade varia o seu preço, um petróleo de menor qualidade significa custos acrescidos da refinação.
Se fossem descobertas jazidas de petróleo em Portugal o país poderia resolver o seu problema da Balança Comercial e ficaria menos dependente da importação de energia. Mas isso não significa que a nossa energia seria muito mais barata, aliás, não haveria grande vantagem em descer significativamente o preço da energia pois isso só conduziria ao desperdício.
O grande problema da economia portuguesa não reside na inexistência de reservas energéticas para além dos recursos hídricos e do urânio, a nossa dependência energética é mais um problema político (como sucede com o Japão) do que um problema económico. O nosso problema económico reside mais na forma como desperdiçamos energia do que no facto de a termos de importar. Infelizmente não importamos apenas petróleo.
O problema da economia portuguesa reside no desperdício, importamos muito mais do que seria necessário, produzimos mais caro e ficamos mais vulneráveis às condições de mercado. As respostas à falta de recursos energéticos são a busca de soluções alternativas e a poupança. Portugal não fez nem uma coisa nem outra, damo-nos ao luxo de manter gravuras que podiam estar num museu e ser facilmente vistas para não construir uma barragem e nada fazemos para poupar.
O potencial das poupança de energia em Portugal é tão grande que podemos dizer que há petróleo no Beato, petróleo mais barato do que o da Sibéria, de melhor qualidade do que o de Cabinda e que para ser explorado exige investimentos menores do que o do Mar do Norte. Basta poupar.
No Diário de Notícias de ontem o economista Sarsfield Cabral escreveu um artigo (ver post anterior) que merece ser lido e cujas conclusões merecem uma reflexão.
Há na sociedade portuguesa a falsa convicção de que o problema energético é apenas uma solução de recursos, uns sonham com jazidas petrolíferas, outros com soluções ecológicas e alguns com o milagre do nuclear. Só que todas as energias têm custos.
O facto de se ter reservas de petróleo não significa que se possam comprar gasolina ao preço da água, a não ser no Médio Oriente ou no Texas a exploração do petróleo tem custos elevados. As explorações no oceano ou em ambientes difíceis com a Sibéria tem custos muito elevados. Além disso a qualidade do petróleo varia e com a qualidade varia o seu preço, um petróleo de menor qualidade significa custos acrescidos da refinação.
Se fossem descobertas jazidas de petróleo em Portugal o país poderia resolver o seu problema da Balança Comercial e ficaria menos dependente da importação de energia. Mas isso não significa que a nossa energia seria muito mais barata, aliás, não haveria grande vantagem em descer significativamente o preço da energia pois isso só conduziria ao desperdício.
O grande problema da economia portuguesa não reside na inexistência de reservas energéticas para além dos recursos hídricos e do urânio, a nossa dependência energética é mais um problema político (como sucede com o Japão) do que um problema económico. O nosso problema económico reside mais na forma como desperdiçamos energia do que no facto de a termos de importar. Infelizmente não importamos apenas petróleo.
O problema da economia portuguesa reside no desperdício, importamos muito mais do que seria necessário, produzimos mais caro e ficamos mais vulneráveis às condições de mercado. As respostas à falta de recursos energéticos são a busca de soluções alternativas e a poupança. Portugal não fez nem uma coisa nem outra, damo-nos ao luxo de manter gravuras que podiam estar num museu e ser facilmente vistas para não construir uma barragem e nada fazemos para poupar.
O potencial das poupança de energia em Portugal é tão grande que podemos dizer que há petróleo no Beato, petróleo mais barato do que o da Sibéria, de melhor qualidade do que o de Cabinda e que para ser explorado exige investimentos menores do que o do Mar do Norte. Basta poupar.