FOTO JUMENTO
Castro Marim
IMAGEM DO DIA
[Borja Suarez / REUTERS]
«El rostro de la desgracia. Uno de los 15 inmigrantes rescatados por Salvamento Marítimo a bordo de una patera que naufragó a 80 millas al sureste de Fuerteventura.» [20 Minutos]
JUMENTO DO DIA
Serão os verde eufémios uma OGM do BE?
Quando ouvi o suposto representante dos verde eufémios justificar a desobediência civil como forma de intervenção em democracia lembrei-me logo de um curso sobre o tema que o BE deu em tempos aos seus militantes. O verde eufémio tinha um discurso político demasiado bem estruturado para se tratar de um espontâneo e ideologicamente bem definido para não se pensar logo que estaríamos perante alguém das escolas do PCP ou do BE. Como o PCP não recorre a este tipo de golpes, resta-nos a suspeita de que estamos perante uma manobra de propaganda não assumida do BE.
Ainda o milho não estava no chão e já Miguel Portas estava a justificar os actos e a dar fundamentação ideológica à destruição de propriedade alheia. Como o incidente ainda não estava bem aproveitado Louçã aproveitou o comício de Tavira para retomar o tema.
Aproveitou uma dúvida do ministro da Agricultura para dar um ar de virgem ofendida por ter considerado que o ministro insinuou que havia ali a mão do Bloco. Talvez Loução tenha razão, os verdes eufémios não são bloquistas, são uma OGM (Organização Geneticamente Modificada) do Bloco de Esquerda.
DIREITO DE RESPOSTA
De Jorge Silva, do "Notários Privados" recebi a seguinte resposta feita a propósito de um comentário ao parecer encomendado ao professor Canotilho sobre a constitucionalidade de algumas medidas adoptadas no âmbito do SIMPLEX:
«Ex.mo Sr.
Autor de "O Jumento"
Desde já, aproveito a oportunidade para cumprimentá-lo e dar-lhe os parabéns pelo seu blog que acompanho, assiduamente.
Passados os cumprimentos vamos ao motivo pelo qual lhe escrevi este e-mail, no passado dia 28 de Julho comentou em dois posts o Parecer solicitado ao Professor Canotilho pela Ordem dos Notários, tendo por duas vezes colocado em causa o autor do texto e o teor do dito.
Por considerar que não conhece muito bem este tema irei, seguidamente, contribuir com alguma informação que julgo relevante:
1.º O parecer foi pedido ao Professor Canotilho pela Ordem dos Notários e não pela Associação de Notários .
2.º
a) A Ordem não “encomendou” um parecer nos termos indicados no seu texto, primeiramente, considerando que o comportamento do Governo e algumas das normas dos diplomas do Simplex eram inconstitucionais, confrontou o MJ com tal posição e apenas obteve como resposta que já tinham sido pedidos pareceres pelo Governo a três juristas e todos se manifestaram em sentido contrário ( os citados pelo MJ quando confrontado com o parecer do Professor Canotilho).
b)A Ordem dos Notários solicitou então ao Governo os pareceres em questão para melhor perceber quais os argumentos indicados pelos Juristas contratados, porém para nosso espanto o MJ recusou pois considerou serem tais textos de natureza política.
c) Posteriormente, a Ordem dos Notários solicitou por escritos os pareceres, tendo os ditos sido negados novamente com o mesmo fundamento político (julgo que de imediato foram accionados os mecanismos legais, não tendo ainda sido proferida decisão pela autoridade competente)[ como aparte, destaco que agora temos um Governo que paga três pareceres com o erário público, usa-os para justificar a legalidade das suas políticas e nega-se a divulgar o teor dos mesmos]
d)Perante isto à Ordem dos Notários pouco mais lhe restou que solicitar ao Professor Canotilho um parecer, visto que do lado do MJ existiam 3 e a escolha era óbvia pois este Jurista é um dos mais reputados constitucionalistas portugueses e julgo que até à data o único com trabalhos publicados sobre a questão suscitada.
e) O parecer ao contrário do que afirma não é um imenso fardo de palha, mas um enquadramento jurídico de factos objectivos que se coadunam com uma tese do referido Professor, publicada muito antes de os Notários terem sequer pensado em tomar posse como privados e, muito mais importante que a conclusão que serviu de base aos títulos da imprensa são os parágrafos que a antecedem, visto que esses sim permitem desmontar os argumentos do Governo, ao contrário da mera classificação como inconstitucional que apenas nos permite uns escassos momentos de mediatização.
3.º Os Notários não pretendem de forma alguma que esta questão seja julgada na praça pública mas sim nos tribunais e na altura devida intentarão as acções que considerarem convenientes, mas até lá temos todo o direito de nos defender publicamente visto que os primeiros a esgrimirem pareceres foram os membros do Governo e nós ficamos calados.
Termino, com a promessa que, brevemente, lhe enviarei alguns documentos sobre este tema, para que da próxima vez quando o comentar esteja mais informado.
Os melhores cumprimentos do também “Bloguista” Jorge Silva.»
A SÍNDROME PORTUGUESA DO CHAPELEIRO LOUCO
«Existe uma tacada no bilhar que é feita com o taco na vertical e que permite imprimir à bola efeitos aparentemente mágicos: o massé. O massé não é isento de riscos (nem para a integridade do taco nem para a do pano da mesa de bilhar) e quando um jogador se arrisca a tentar esta tacada numa competição a assistência sustém a respiração. O massé é o triplo mortal do bilhar.
É frequente a tacada ser violenta e dada quase em cheio no meio da bola (ainda que nem sempre tenha de o ser) e acontece que esta fique num primeiro momento estática, sem saber bem o que fazer, para disparar em seguida numa curva que parece desafiar as leis da física e fazer uma carambola que parecia impossível.
O massé permite proezas admiráveis, tem sempre um grande efeito e são raros os mestres que o dominam. Os espectadores mais impressionáveis consideram um massé um sinal de perícia e há novatos talentosos que acham de bom tom tentar uma destas tacadas de vez em quando, só para exibir o seu virtuosismo. Os verdadeiros bons jogadores, porém, sabem a verdade: quando um jogador faz uma série de carambolas e, a dada altura, se vê obrigado a fazer um massé... é porque errou a jogada anterior. O massé é uma jogada de recurso, sempre arriscada, e que não deve ser necessária. Pode ser um remendo genial, mas é quase sempre um remendo. Para quem não tenha a mínima ideia de como se joga bilhar, explique-se que há sempre um duplo objectivo em cada jogada: fazer carambola e deixar as bolas em boa posição para fazer a carambola seguinte. Quando se tem de recorrer ao massé significa que não se conseguiu cumprir a segunda parte deste programa.
Vem isto não a propósito de bilhar mas da vida de inúmeras empresas que vivem em massés permanentes, sempre encurraladas em desesperadas soluções in extremis, exigindo triplos mortais constantes aos seus trabalhadores, sempre numa situação tão crítica que os projectos têm de se pôr em prática já para a semana em vez de se reflectir neles durante um mês. Se alguém pensa que a lentidão é portuguesa, desengane-se. O que é bem português é a pressa, a urgência e a precipitação. O que é português é fazer já, em cima do joelho e nas costas do envelope, porque estamos tão atrasados como o Chapeleiro Louco e não temos tempo a perder. E ficamos satisfeitíssimos quando "conseguimos fazer". Com qualidade? Com êxito? Bom... não se pode ter tudo.
Em Portugal é tudo tão urgente que não há tempo para planear (o planeamento é considerado nos meios tecnocratas, na prática, como uma desculpa para não agir), nem para discutir (a discussão é também considerada nos meios tecnocratas como uma desculpa para não agir, para mais com laivos de esquerdismo, e é substituída com vantagem por focus groups) e muito menos para reflectir (a reflexão é também considerada nos meios tecnocratas como uma desculpa para não agir e é substituída com vantagem por brain stormings de um dia "num hotel").
Em Portugal a regra é a excepção e a excepção a regra e os gestores adoram viver neste regime de excepção, de "reestruturação" constante, de urgência permanente, de truques em vez de técnica, de jeitos em vez de procedimentos, de desenrascanços em vez de normas, de empurrões e solavancos em vez de fluidez, porque isso lhes dá a justificação para todos os abusos e a desculpa para todos os fracassos ("É verdade que os resultados ficaram aquém das expectativas, mas pusemos isto de pé num tempo-recorde"). Além de que é mais fácil alinhar datas num calendário do que definir uma estratégia de longo prazo, mobilizar uma equipa ou definir qual é a excelência que se procura. Este clima de "urgência" evita, por outro lado, que se reflicta alguma vez no facto de que a situação crítica em que a empresa se encontra, essa mesma "urgência", é fruto de uma série de jogadas anteriores, igualmente apressadas e igualmente irreflectidas. Por outras palavras: a "solução urgente" de hoje gera inevitavelmente os "problemas urgentes" de amanhã.
Todos os Verões (e este não foi excepção) sei de amigos e conhecidos, quadros de empresas, que são obrigados a anular as férias marcadas há meses, a adiá--las, encurtá-las, entremeá--las de reuniões e "projectos", devido a "urgências" na empresa, trabalhos que afinal é preciso entregar mais cedo, "reestruturações" que têm de ser feitas em meia dúzia de dias, transformando num nó de stress um período que deveria ser retemperador. Estas perniciosas "urgências" têm a sua razão de ser, que não se resume à incompetência generalizada das organizações. Elas servem para transmitir aos chefes dos chefes uma falsa ideia de actividade, para mascarar as pequenas tiranias dos capatazes a quem hoje chamamos gestores, para impor soluções sem dar tempo para as discutir e para garantir a impunidade quando chega a hora dos resultados. Tal como o bilharista que falha o massé recebe um aplauso pela ousadia da sua solução impraticável, assim os modernos capatazes vêem os seus prémios subir quando conseguem transmitir a ilusão de agitação nas suas unidades, por pífio que seja o resultado.
A situação não revela apenas desrespeito pelos direitos dos trabalhadores (ainda se poderá falar de direitos dos trabalhadores sem ser acusado de "sabotar a economia", para usar uma expressão cara ao tempo de Estaline?), ela revela como muitas empresas realizam a sua "aposta no capital humano": não como a promoção do bem-estar dos seus trabalhadores e das suas capacidades de inovação, mas como a mera exploração sem limites do seu trabalho.» [Público assinantes]
Parecer:
Um bom artigo de José Vítor Malheiros.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
OS MAGISTRADOS TAMBÉM GOSTA DE VIAJAR À BORLA
«A participação foi feita internamente e teve como destinatário Pinto Monteiro, o número um do Ministério Público, que determinou a averiguação imediata das alegadas cumplicidades existentes entre procuradores e dirigentes do FC Porto, designadamente para apurar se algumas dessas ligações podem ter contribuído para que as investigações contra Pinto da Costa tivessem sido arquivadas.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Ao que se deverá tanta generosidade de dirigentes desportivos para com os magistrados...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se todas as situações conhecidas.»
A PONTA DO ICEBERG
«As suspeitas foram levantadas quando numa inspecção do fisco à sociedade Brandia Creating – Design e Comunicação, onde se integra a Novodesign, foi encontrada uma factura emitida à Somage, com data de 15 de Março de 2002, no valor de 233.415 euros e outras sete, com a mesma data e de montante acumulado no mesmo valor que a anterior, com a indicação “por serviços prestados ao PPD/PSD”. As facturas passadas ao PSD foram posteriormente anuladas e remetidas à Somague. Anexo havia também um documento interno com ordens para transformar as sete facturas ao PSD numa só à Somague.» [Correio da Manhã]
Parecer:
A Somague devia esclarecer a que título e com que contrapartidas financiou o PSD.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se a Somague e o PSD»
COMEÇARAM AS ZANGAS COM A MORGADO?
«A equipa de Maria José Morgado perdeu um dos seus elementos. Sacramento Monteiro, um dos cinco investigadores da Polícia Judiciária (PJ) que a magistrada escolheu para integrar a sua força especial de investigação ao processo "Apito Dourado", apresentou demissão. Ao que tudo indica, a saída é motivada por uma promoção. Mas há quem garanta que a decisão também encontra razão em divergências com a liderança de Morgado.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Uma promoção muito oportuna.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apurem-se as causas.»
MARQUES MENDES DIZ QUE SÓCRATES É DERROTÁVEL
«Luís Marques Mendes acha que José Sócrates não é imbatível nas próximas eleições legislativas. "O actual primeiro-ministro é perfeitamente 'derrotável' em 2009. Mais, ele deve ser derrotado, isso é essencial para o País", disse ontem o líder do PSD, numa sessão de apresentação do seu site, que se realizou num hotel de Lisboa.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Marques Mendes tem razão, só ainda não reparou que não é por ele que Sócrates é derrotável.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marques Mendes em quem estava a pensar para a liderança do PSD quando fez tal afirmação.»
DEPUTADOS CONTRIBUEM PARA DIMINUIR DIÓXIDO DE CARBONO
«Segundo uma resolução ontem publicada em Diário da República, que estabelece a eficiência energética e a redução progressiva das emissões de gases com efeito de estufa (em especial de dióxido de carbono) como orientação para o funcionamento do Parlamento, haverá auditorias periódicas às instalações e ao funcionamento da Assembleia para verificar a adequação das medidas adoptadas e monitorizar a evolução dos resultados.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Confesso que quando li o título da notícia pensei que os nossos deputados iriam adoptar dietas que produzem menos gás metano.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos deputados que evitem alimentos que levam à produção de gases intestinais.»
MÉDICO DE UMA PRISÃO FRANCESA RECEITOU VIAGRA A UM PEDÓFILO
«Un médico de una cárcel francesa ha reconocido que recetó Viagra el pasado junio a un pederasta condenado, arrestado la semana pasada tras raptar y violar a un niño, apenas un mes y medio después de cumplir una pena de 17 años cárcel por delitos sexuales contra menores.
El médico acudió el pasado domingo a la comisaría de Caen (noroeste de Francia) y explicó a la policía que desconocía el historial penal de Francis Evrard cuando le recetó este producto contra la impotencia masculina, según informaban el lunes fuentes judiciales.» [20 Minutos]
GOVERNO AVANÇOU COM IA APESAR DA POSIÇÃO DE BRUXELAS
«Apesar de Bruxelas apenas ter tornado pública a sua posição sobre a tributação automóvel em Portugal a 3 de Julho do corrente ano, já a 18 de Outubro do ano passado, através de carta, a CE tinha notificado Portugal de que não estava a cumprir a chamada directiva do IVA. Nessa carta, Bruxelas exigia a Portugal que lhe apresentasse as suas observações sobre o assunto, no prazo de dois meses, reservando-se o direito de formular posteriormente um parecer fundamentado sobre o caso, o que veio a acontecer no passado mês de Julho. Perante esta carta, as Finanças, com base num parecer de Dezembro de 2006 do Centro de Estudos Fiscais (CES), a que o PÚBLICO teve acesso, terão respondido, defendendo a legalidade do sistema nacional. Meses mais tarde, já em Março do corrente ano, o Governo decidiu avançar com a reforma da tributação automóvel, que se encontra em vigor, mantendo a incidência do IVA sobre o ISV. Em Julho, Bruxelas concluiu o referido parecer fundamentado e deu mais dois meses ao Estado português para se explicar, reservando-se agora o direito de colocar uma acção judicial junto do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE).» [Público assinantes]
Parecer:
A ilegalidade é uma evidência.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao pai (por adopção forçada) do Iva que altere a lei.»
O JUMENTO NO TECHNORATI
- O "Portugal e Outras Touradas" recomenda a leitura do post onde se comparam os verde eufémios aos talibans.
- O "Macroscópio" chama a atenção para os veados.
- O "Fio Fino" foi ver como se tira o caro do parque de estacionamento.
- O "exilezone // porta viii" também desconfia dos verde eufémios.
- O "Argos Zoom" parte de uma imagem do palheiro para criticar a gestão autárquica da Amadora.
FURACÃO 'DEAN' VISTO DO ESPAÇO
BMW X VS LAND ROVER CLÁSSICO
HELP DESK
AL CHILAZO
Advertising Agency: TBWA, Guatemala
Creative Director: Luis Felipe Asteguieta T. "Tigui"
Art Directors: Caja Digital, Marlene RendónCopywriters: Chalí, Michael Alfaro
Illustrators: Caja Digital / Polotronix
Photographer: Caja Digital
Additional credits: Daphne Jaeger
HITAM
Advertising Agency: Petakumpet, Jogjakarta, Indonesia
Creative Director / Art Director: Dedi a.k.a Rokkinvisual
Copywriter: Husni mu'Arif
Photography: Wonderland Studio
106 DOMESTIC VIOLENCE HOTLINE
Advertising Agency: Saatchi & Saatchi Brussels, BelgiumCreative Director: Philip Vandenberghe
Art Director: Patrick Vermeylen
Copywriter: Caroline D'hont
Photographer: Wim Vanderwegen