Tal como já havia feito nos últimos dois anos optei por ira para a Praia do Três Pauzinhos abandonando a auto-estrada na saída por Beja, seguindo em direcção de Vila Real de Santo António. Comparando a cotação do tempo com a da gasolina e portagens optei por gastar no tempo e poupar no resto, numa ida e volta poupo uma maquia razoável, evito ter de aturar umas centenas de doidos desarvorados a ultrapassar-me sem respeitar quaisquer regras. Demorei mais uma hora na viagem, mas como saí mais cedo pare evitar enchentes não fiquei a perder.
Enquanto circulei na auto-estrada fui ultrapassado por largas dezenas de automobilistas cheios de pressa de não fazer nada, coisa que até sou capaz de compreender, em tempos não deixava os cento e muitos cavalos descansados, só que dar de comer a tanta bicheza em 300 quilómetros sai caro. Os tempos são de aperto e o preço da gasolina é um bom conselheiro em matéria de regras de trânsito.
Mas aposto que muitos dos que passaram por mim a centos e muitos já perderam horas a discutir o preço do combustível, uma boa parte deles irá mesmo aproveitar a oportunidade de estar no Sotavento do Algarve para irem encher o depósito a Ayamonte. Só que a percentagem de automóveis que circulam nos limites de velocidade são uma minoria, diria mesmo que são uma excepção.
A crer no comportamento dos portugueses diria mesmo que o combustível está a preços de saldo, são muito poucos os que conduzem de forma a minimizar o seu consumo. Este comportamento faz-me lembrar a velha convição dos Benfiquistas, quando a equipa está em apuros dizem logo que “Mantorras” resolve, a equipa pode jogar mal que o Angolano vai lá e desfaz o adversário. Aliás, a generalidade das equipas tem o seu resolvedor de problemas, no estádio do Sporting são sempre visíveis os cartazes a dizer que “Liedson resolve”.
Enquanto portugueses comportamo-nos como os adeptos de equipas em apuros, encontramos sempre quem nos resolve o problema,em regra é o governo, se este for mal sucedido recorremos ao presidente, se nem assim a coisa vai pedimos que entre a líder da oposição e quando tudo falha há sempre alguém que assegurar que se Salazar (no Benfica seria o Eusébio) fosse vivo haveria de encontrar uma solução.
Para quê preocuparmo-nos ou empenharmo-nos na solução dos nossos problemas? O Mantorras resolve.