domingo, agosto 31, 2008

Semanada


Luís Filipe Menezes comparou Manuela Ferreira Leite o que permite muitas interpretações, será porque anda devagar ou porque anda mesmo apesar de já ser um clássico? Talvez seja porque agora é quase tão raro ver um Fiat 600 como dar de caras com Manuela Ferreira Leite, eu até receio cruzar-me com a senhora, vou apanhar um susto por não saber se é mesmo a líder do PSD ou algum fantasma que anda a atormentar Santana Lopes e Luís Filipe Menezes. Só acredito que é mesmo Manuela Ferreira Leite se a senhor me disser qual a próxima crítica de Cavaco Silva ao governo, desde o congresso do PSD que sempre que Manuela Ferreira Leite aparece é para nos dizer o mesmo que Cavaco irá dizer uns dias depois, a última vez que isso sucedeu foi quando criticou Sócrates por não dar palmadinhas nas costas aos polícias. Longe vão os tempos dos secos e molhados, quando um governo em que Cavaco Silva era primeiro-ministro e a Manuela ministra, mandou os polícias carregarem sobre os polícias.

Um pouco mais rápido do que um Fiat 600 foi Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, que veio adoptar medidas contra a criminalidade, pondo em xeque os magistrados ao pedir que se aplique a medida da prisão preventiva. Só é pena que não o tenha feito e que, em vez de pedir alterações da lei, não tenha assumido no comunicado que é a ele e não ao Governo a execução da política criminal. A não ser que o Procurador-Geral a quem cabe a defesa da legalidade desta República venha dizer que afina já não exige a coordenação de tudo e mais alguma coisa e passou a defender que cabe às polícias a coordenação do combate ao crime.

Bem, talvez a questão da criminalidade não seja uma questão nem do PGR nem dos polícias, talvez seja um problema a resolver pelo ministro do Trabalho. Pelo menos é o devemos concluir ao ouvir Jerónimo de Sousa defender que a vaga de crimes é uma consequência. Está-se mesmo a ver que os mariolas que por aí andam decidiram fazer assaltos à mão armada depois de se terem cansado de irem ao Centro de Emprego para saberem se havia qualquer coisinha para eles. Mas se Jerónimo de Sousa tem razão o problema da criminalidade é fácil de resolver, em vez de empregar os quatro mil polícias que Portas propõe, empregam-se os dois mil gatunos que por aí anda, se forem para polícias até se poupam nas armas, os futuros mancebos da PÁS e da GNR já tem arma, voltamos ao tempo em que os trabalhadores tinham as suas próprias ferramentas.