FOTO JUMENTO
Carregando com o mundo na Rua Augusta
IMAGEM DO DIA
[José Jácome / EFE]
«Fuego nocturno. Erupción del volcán Reventador, en la zona amazónica ecuatoriana.» [20 Minutos]
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva
Se a política portuguesa se regresse pelas normas do mercado de acções a intervenção de cinco minutos de Cavaco Silva era o segundo forte indício do crime de "inside trading", tal abuso já tinha sido evidente quando Ferreira Leite fez suas as dúvidas privadas de Cavaco a propósito dos custos das obras pública, repetiu-se agora com a intervenção da líder do PSD a avisar que vinha aí um conflito institucional.
Quando um Presidente da República abandona a cooperação institucional com o governo e a líder do partido da oposição, uma sua ex-ministra, antecipa as posições da Presidência denunciando uma intimidade que ultrapassa em muito o que é normal entramos num pântano institucional. É isso que a ambição de poder de Cavaco Silva está a levá-lo a a fazer, sendo agora de esperar que
Nestes anos Cavaco nada mudou na forma cínica de gerir o poder a não ser num único ponto, quando era primeiro-ministro queria ser presidente, agora que já conseguiu ser presidente, mais por falta de adversário do que por mérito próprio, quer ser presidente e primeiro-ministro ao mesmo tempo e Ferreira Leite é o pau mandado ideal para lhe proporcionar esse passo agora que deveria estar a passar os seus dias num centro de dia para a terceira idade.
É bom lembrar que o Expresso afirmou e reafirmou após um desmentido da Presidência da República que Cavaco Silva teve um papel activo na escolha de Manuela Ferreira Leite.
OS OBSCUROS ASSESSORES DO PRESIDENTE
Ao contrário do que sucede, por exemplo, nos EUA em Portugal os assessores do Presidente são personagens anónimas, que se escondem no anonimato para fazer política. Através deles o Presidente diz o que não convém dizer em público, participa nos trabalhos do PSD como afirmou o Expresso a propósito da escolha de Ferreira Leite.
Nunca se ouve falar do nome de um assessore, até parece que são fantasmas, aparecem e desaparecem. Foi o que sucedeu com a comunicação de 5 minutos. A forma como a comunicação foi divulgada foi pouco digna da Presidência da República, não houve um comunicado para todos os órgãos de comunicação social, foi um assessor que "deu a dica" ao Público, um jornal onde tudo se faz para derrubar o primeiro-ministro. Ao longo dia os portugueses souberam o que o conspirador de Belém combinou com o director do Público, que era uma assunto transcendente e só isso justificava a interrupção das férias.
Enfim, uma palhaçada.
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O JORNALISMO DE JPP
«Pergunta: "Escreve num jornal onde há uma cruzada declarada contra José Sócrates?" Resposta: "Sim, com que eu na maioria dos casos estou de acordo." As frases entre aspas fazem parte de uma entrevista a José Pacheco Pereira conduzida por João Céu e Silva e publicada esta semana no DN.
O entrevistado escreve e opina em muitos meios - e sobre um deles, o seu blogue Abrupto, diz na mesma entrevista que lhe dá "mais poder" que "uma secretaria de Estado" - mas o único jornal da sua carteira pessoal de intervenções é o diário Público. Assim, ficamos a saber que Pacheco Pereira não só admite existir "uma cruzada declarada contra José Sócrates" por parte do Público, como está "na maioria dos casos de acordo".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Fernanda Câncio.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
THATCHER E GESTORES PÚBLICOS
«Soube-se que o Governo tinha contratado um sócio do famoso banco de investimento Lazard Brothers para presidir à British Steel. Somando a indemnização ao banco pela saída temporária do seu sócio, o ordenado e os prémios de sucesso, o valor era astronómico. Thatcher teve de responder, na habitual sessão da Câmara dos Comuns, ao fogo da oposição. A resposta foi simples, cortante e esclarecedora: para atingir tais valores, ele teria de transformar a Bristish Steel numa empresa com resultados positivos. Nesse caso, o que lhe seria pago - a tal conta astronómica - correspondia a um dia dos prejuízos anuais da empresa, ou seja, a cerca de 0,27% dos prejuízos anuais existentes! Se tivesse sucesso, por cada libra que ele ganhasse, o erário público ganhava 364 libras. E salvava a empresa da falência. Os britânicos calaram-se e esperaram. E, ao fim de alguns anos, o sócio do famoso banco teve sucesso. Ganhou o Reino Unido e ganhou ele. E devíamos todos ter ganho uma lição.
Em Portugal, estão os jornais cheios com notícias sobre o que ganham os gestores públicos. A inveja entre nós, é sabido, dá-nos lugar no Guinness (e já Camões, et pour cause, terminou simbolicamente Os Lusíadas usando essa palavra que é a que melhor nos define como povo); e a compreensível revolta contra as dificuldades gerais facilmente se transforma numa irritação contra quem ganhe mais do que outros.
A minha tese é que os gestores públicos deviam poder ganhar muito mais do que ganham, se atingissem difíceis objectivos que seriam negociados antes de tomarem posse. A tese dominante em Portugal é que devem ganhar bem, mas não muito, e que não devem ser remunerados pelo sucesso, que sabemos ser a palavra mais maldita da língua portuguesa.Se o gestor da British Steel viesse para Portugal (as grandes figuras do mundo também têm as suas maluqueiras), teria de aceitar que a sua equipa fosse escolhida com o beneplácito do partido que estivesse na altura no poder, iria ganhar de acordo com uma tabela que é igual para todos, beneficiaria de um bom automóvel e de umas viagens, teria um pequeno prémio que pouco dependeria do que fizesse. Vamos imaginar, por exemplo, que aceitava gerir a CP. Quer mudasse a empresa, quer não mudasse, tudo seria para ele financeiramente mais ou menos irrelevante. Não teria por isso nenhum estímulo real para mudar o que estivesse mal e para melhorar fortemente os resultados. Para ter sucesso, teria de discutir duramente com fornecedores (incluindo os trabalhadores), clientes (incluindo o Estado, que, ao impor certos preços, funciona, na prática, como grande comprador), alterar práticas e atitudes. Seria, claro, estigmatizado pelos media, incomodado pelos partidos, boicotado pelos quadros (que não podem ser substituídos), os seus colegas de administração tudo fariam para lhe tirar o lugar, os ministros demorariam meses a tomar decisões que eram urgentes, acabaria seguramente por desistir ou - o que é pior - por se acomodar.
Lembro-me de um médico que dirigia um importante serviço num dos maiores hospitais portugueses. Estávamos na primeira metade dos anos 90. Com muito esforço e capacidade negocial, conseguiu obter dos fornecedores reduções de cerca de 250.000 contos no custo do que tinha de encomendar para o serviço. Ninguém, evidentemente, lhe agradeceu. Pelo contrário, só deve ter tido problemas com isso. E o resultado foi que... no ano seguinte o orçamento do seu serviço foi reduzido em 250.000 contos! Para aprender. E para perceber que não deveria voltar a ousar o que fizera.
E quem não se lembra do que teve de ouvir o anterior director-geral dos Impostos, apesar ou por causa do seu sucesso, da inviabilidade de lhe pagar à altura do seu valor, da inveja de que foi vitima?
Uma grande parte dos problemas portugueses nasce neste tipo de mentalidade. A generalidade dos opinion makers, dos burocratas que a si mesmo se chamam - e não estão a gozar connosco - "políticos", dos jornalistas travestidos em comentadores nas suas intervenções e nos títulos das suas peças, não tem dúvidas. Se querem ser populares, devem embarcar na luta contra o sucesso, o êxito, a exigência, o rigor, o prémio. Devem comparar o que ganha o contínuo com o que ganha o presidente da administração e rasgar vestes e arrancar cabelos com horror. No fundo, no fundo, a mentalidade dominante em Portugal acha que pouco ou nada distingue o que faz um e o que faz o outro e que, por isso - como se dizia que acontecia na China maoísta -, todos deviam ganhar o mesmo em cada empresa.
Os gestores públicos em Portugal ganham em regra pouco. Mesmo as empresas que funcionam bem, como a CGD, remuneram claramente abaixo dos valores de mercado. Ora essas empresas estão num mercado competitivo e o que ganham os seus dirigentes deve ser comparado com os concorrentes e não com o que ganha cada um dos portugueses ou cada um dos empregados das mencionadas empresas.
Não tenhamos ilusões. Se em Portugal fosse culturalmente possível fazer o que Thatcher fez no caso da British Steel, se o director de serviço do hospital e a sua equipa tivessem - para formação, por exemplo - metade do que pouparam, se o director-geral dos Impostos fosse remunerado por objectivos, Portugal tinha mudado.
Se o Estado tiver coragem, deve avançar nessa direcção. Infelizmente, não o vai fazer. É a vida, como terá dito António Guterres.» [Público assinantes]
Parecer:
Por José Miguel Júdice.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A TAXA EURIBOR VOLTOU A SUBIR
«As taxas Euribor a seis meses - as mais utilizadas nos créditos à habitação mais antigos em Portugal - fecharam o mês de Junho nos 5,156%, fixando a média do mês nos 5,148%. Uma subida face à média de 5,088% de Junho e uma progressão vincada face aos 4,326% de Fevereiro. O que significa que, nos contratos com base em revisões semestrais, as prestações vão voltar a subir. » [Diário de Notícias]
Parecer:
A culpa é do Sócrates.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se ao Avô Boca Doce, ao tipo da Fenprof e a Carvalho da Silva de que a culpa é das políticas neo-liberais do Sócrates.»
PCP QUER USAR PROFESSORES
«Os professores ameaçam voltar a sair à rua, com uma manifestação, designadamente, na altura das próximas eleições legislativas, em 2009, revelou ontem Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof (Federação Nacional dos Professores). "Se for preciso, para limpar algumas das medidas mais negativas, pôr mais cem mil professores na rua, faremos isso", adverte o dirigente sindical, considerando que os docentes têm sido alvo de "uma desvalorização como nunca aconteceu". » [Diário de Notícias]
Parecer:
Nunca o descaramento do PCP foi tão longe.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos professores se acham que Manuela Ferreira Leite vai alterar o que quer que seja.»
O PRIMEIRO DE JANEIRO VAI SER JORNAL GRATUITO
«O jornal O Primeiro de Janeiro, que completa este ano 140 anos de existência, deverá passar a gratuito. Uma notícia que surge na sequência do anúncio ontem feito à redacção do jornal pela directora Nassalete Miranda. Os cerca de 30 jornalistas do título detido pelo empresário Eduardo Costa foram informados de que este será suspenso durante Agosto para uma reformulação gráfica e de imagem e que tentará regressar em Setembro. Decisão que, sabe o DN, não afectará os serviços comerciais, a administração e os quadros do Norte Desportivo, publicado conjuntamente com O Primeiro de Janeiro.» [Diário de Notícias]
Parecer:
É a morte anunciada de mais um jornal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
FERREIRA LEITE JÁ FALA EM NOME DE CAVACO SILVA
«Para Ferreira Leite, a lei não vem pôr em causa a "cooperação estratégica" entre o Governo e o Presidente da República. "Até porque isto é um diploma que saiu da Assembleia", justificou, notando que é aí que o problema será resolvido. Adiantou, por isso, que vai "falar com o presidente do grupo parlamentar [do PSD], para que sejam alertados os deputados sobre os pontos que estão em dúvida, naquele diploma".» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Quem é Ferreira Leite para assegurar que a comunicação "danoninho" não põe em causa a cooperação entre Presidência e Governo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se foi ele que combinou com Ferreira Leite que a líder do PSD iria tranquilizar o país.»
FENPROF DÁ NEGA AO GOVERNO
«A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) fez ontem uma avaliação "muito negativa" da actuação do Governo no último ano lectivo, atribuindo um "não satisfaz" ao executivo pelas "políticas devastadoras contra a escola pública". O sindicato não esconde que pretende utilizar as eleições legislativas de 2009 para "pressionar" o Governo e obrigá-lo a "revogar" algumas medidas adoptadas nos últimos anos, admitindo realizar nova manifestação de professores em pleno período eleitoral. » [Público assinantes]
Parecer:
Não admira, tanto quanto se sabe no nosso sistema de ensino é a nega, os únicos com positiva, na opinião da Fenprof, são os professores.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Sócrates que matricule o Governo numa escola privada, com professores como o líder do PSD, que conhece melhor o caminho da sede do PCP do que o da escola onde supostamente está colocado, poucas hipóteses terá de passar, o insucesso escolar é a norma.»
LEMBRAM-SE DE TAVARES MOREIRA?
«O Tribunal de pequena instância de Lisboa veio ontem dar razão ao Banco de Portugal (BdP), mantendo as coimas e as inibições de actividade aplicadas em 2003 aos ex-administradores do Central Banco de Investimentos (CBI) Tavares Moreira e José Lemos, assim como ao corretor Nuno Contreras de Oliveira. Tavares Moreira vai contestar a sentença no Tribunal da Relação.» [Público assinantes]
Parecer:
Foi ministro das Finanças de Cavaco Silva.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Cavaco Silva.»
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
- O "Terra dos Espantos" também se espantou com a prosa fecal de Pedro Namora.
- O "Entrelinhas" passou a constar na lista de links d'O Jumento.
- O "Ser e estra na vida" gostou da escolha de António Capucho para Jumento do Dia.
- O "Juiz de Meia-Tigela" escolheu O Jumento para um dos seus favoritos. Obrigado.
- O "PS Lumiar" gostou do comentário a propósito da questão da exclusividade dos médicos.
- O "PS Lumiar" pergunta se há mesmo crise.
- O Jumento faz parte dos hábitos do "Alvarinho de Friestas".
- O "Notícias d'Aldeia" sugere o post dedicado ao modelo económico da pobreza.
- "A Minha Matilde & C.ª" gostou do vídeo da Greenpeace.
- Ainda a solidariedade d'"O país a nú".
SEIKO