quinta-feira, setembro 18, 2014

Gente miserável

Não é apenas o salário mínimo que é miserável, tudo o que está sendo disto e feito neste capítulo revela miséria humana, a começar pelo comportamento dos políticos que usam a miséria dos mais pobres para manobras partidárias eleitoralistas. 
  
Quando ministros, líderes empresariais e líderes sindicais amigos do Ricardo Salgado falam em associar o salário mínimo à produtividade propondo aumentos simbólicos estão sendo miseravelmente desonestos. Desde que se discute o salários mínimo já este salário sofreu cortes por via dos aumentos de impostos e da inflação muito superiores ao aumento que se propõe.
  
Quando esta gente faz passar a ideia de que o país vai à bancarrota por causa de mais cinco ou dez euros de salário mínimo não só estão protegendo o que de pior há no meio empresarial português como centram o desenvolvimento da economia portuguesa no sucesso empresarial de empresas cuja sobrevivência depende dos salários mais baixos, habitualmente pago aos trabalhadores menos qualificados. Um economia que depende do sucesso destas empresas não tem qualquer potencial de crescimento.
  
Mesmo a opinião de Seguro e do seu pau mandado da UGT de que o salário mínimo deve depender do aumento da produtividade na economia é ridículo, o aumento da produtividade da economia é mais influenciado pelos sectores mais tecnológicos da economia do que pelas empresas que dependem de salários mínimos baixos. Não são as empregadas domésticas, os restaurantes que fogem aos impostos ou os subempreiteiros da construção civil que promovem o crescimento económico e o aumento da produtividade de que fala Seguro.
  
O debate do salário mínimo só revela que tempos empresários, governantes e políticos da oposição miseráveis, se a honestidade e competência desta gente fosse remuneradas devidamente ficariam muito aquém de receber o salário mínimo com que andam entretidos.