terça-feira, setembro 16, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Cogumelo do Parque Florestal de Monsanto
 Jumento do dia
    
Passos Coelho

A forma como Passos Coelho se iliba de responsabilidades no caso BES elogiando o trabalho do sô Costa e uma obra prima do oportunismo, da cobardia e do cinismo político. Já não restam quaisquer dúvidas sobre a estratégia para o BES, quem ganha com o negócio, quem decide e quem vai levar com as culpas.

«O primeiro-ministro Passos Coelho comentou, esta segunda-feira, as soluções encontradas pelo Banco de Portugal para a crise no BES, cujo último episódio foi a renúncia de Vítor Bento e respetiva equipa, sustentando que o governador Carlos Costa "tem vindo a tomar boas decisões" e que o Governo tudo fez para “minimizar os riscos” e “promover uma boa venda do Novo Banco”.

À margem das comemorações dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Universidade Nova de Lisboa, Passos Coelho comentou as mais recentes mexidas no Novo Banco, nomeadamente a saída de Vítor Bento e consequente entrada de Stock da Cunha, elogiando o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pelas “boas decisões que tem vindo a tomar”.

O Governo “fez tudo o que estava ao nosso alcance para dar todo o apoio ao governador do Banco de Portugal (BdP) nas boas decisões que tem vindo a tomar, minimizar riscos e promover um boa venda do Novo Banco, que agora está filiado no fundo de resolução mas que precisa de um comprador”.» [Notícias ao Minuto]

«O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho garantiu esta manhã que "o que ocorreu com o BES não ajuda a recuperação da nossa economia", mas também "não ajuda um Governo que tem eleições no próximo ano". E garante que se estivesse preocupado com as eleições este problema não teria sido tornado público, pelo menos neste momento.

Passos Coelho, que falava aos jornalistas em Lisboa, à margem da sessão comemorativa dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde, sublinhou que a venda do Novo Banco, construído a partir dos melhores ativos do BES, "terá que ocorrer no prazo de dois anos". E revelou ainda que esta operação é do interesse de todos, do sistema financeiro e dos cidadãos, realçando uma certeza: quanto mais tempo decorrer até à venda do Novo Banco, "maior o risco dessa operação".

O primeiro-ministro elogia a forma como todo o processo tem sido conduzido, destacando que não são os contribuintes que estão a suportar os custos, mas antes "os bancos portugueses através do Fundo de Resolução", sendo por isso do interesse destes que esta situação seja resolvida "da forma mais expedita possível".» [Expresso]

 Que se lixe o BES

Passos Coelho faz tudo para passar a falsa ideia de que se mantém a sua afirmação do "que se lixem as eleições", dá jeito fazer a sua revolução liberal com a desculpa de que o faz pelo país, da mesma forma que escondeu as suas medidas mais brutais atrás do memorando.

Entre salvar ou não o GES deu jeito passar a ideia de que separa negócios da política, uma declaração tão conveniente que o próprio Seguro fez suas as palavras de Passos Coelho. Meses depois de o BES se arrastar nos bastidores Passos Coelho tinha de escolher entre salvar o GES e o BES ficando com a fama de ter ajudado a família Espírito Santo ou deixar cair o BES independentemente das consequências. Passos Coelho ignorou as consequências e mediu apenas a solução que lhe era eleitoralmente mais vantajosa.

Da mesma forma agora quer vender o BES o mais depressa possível, entre a incerteza do valor futuro do banco e uma venda mesmo com prejuízo Passos Volta a escolher a que lhe traz mais vantagens eleitorais e volta a dizer "que se lixe o BES". Que se lixe o BES e o país, o que Passos quer é evitar uma derrota eleitoral, mesmo que isso lhe custe uma coligação à esquerda ou mesmo o lugar de primeiro-ministro.

 António Arnaut merecia mais

Seguro aproveitou o aniversário do SNS para se colar a esta instituição ao lado do seu fundador, para isso fez uma encenação miserável cujo único objectivo foi aparecer ao lado de Arnaut fazendo um discurso de campanha para as directas, desrespeitando um militante que não manifestou apoio a nenhum dos candidatos e que defendeu a realização de um congresso, proposta recusada por Seguro.
 
Seguro, que agora parece ser do BE, criticou violentamente a política deste governo para a saúde, o problema é que se esqueceu que as medidas mais brutais para o sector foram adoptadas pelo orçamento de Estado para 2012, o orçamento em que Passos foi para além da troika e que Seguro não votou contra.
 
Foi com o OE 2012 em cuja votação António José Seguro se absteve que Passos Coelho fez aprovar as seguintes medidas:

  • Taxas moderadores ficam mais caras.
  • Isenções só para quem ganhe menos de 628 euros.
  • Multas para quem não pagar as taxas moderadoras.
  • Pensionistas perdem medicamentos gratuitos.
  • Comparticipações do Estado descem.
  • Prescrições por princípio activo avançam em 2012.
  • Serviços de urgência vão ser encerrados.


      
 Um erro é um erro e isso não é pouco
   
«Há dias, na crónica "O caso da Rainha que se fechou em copas", citei uma frase de João Ferreira do Amaral, que escreve regularmente no blogue 31 da Armada. Para situar o autor, eu disse que João Ferreira do Amaral, em coautoria com Francisco Louçã, escrevera um livro sobre o euro, há pouco lançado. Depois, dediquei-me ao assunto, isto é, demonstrar que ao recusar dar opinião sobre o referendo da independência da Escócia a Rainha Isabel II não merecia ser felicitada como o era na citada frase ("Talvez não exista maior exemplo do que deve ser um chefe de Estado, sempre acima do jogo político...") Ora, há este porém: João Ferreira do Amaral do blogue não é João Ferreira do Amaral do livro. Já sabia que nos blogues era preciso contornar o escolho do pseudónimo, fiquei a saber do necessário cuidado com a homonímia. Mas esse é um problema meu, não dos leitores e, sobretudo, não é de quem viu atribuída a si uma frase que não era sua. Não foi o professor João Ferreira do Amaral, autor de A Solução Novo Escudo, que escreveu aquela frase. Logo, quaisquer que sejam as razões que me levaram ao erro, o essencial é que houve erro meu. O professor João Ferreira do Amaral foi, por mim, metido numa história com a qual não tinha nada que ver. Peço-lhe desculpa. Outro assunto, menor: Francisco Louçã escreveu um texto no Público, intitulado "Bastava um minuto de trabalho, caro Ferreira Fernandes". Louçã escusava de pôr "caro", ambos sabemos ser falso.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

PS: gostei da resposta à utilização do "caro" por parte de Francisco Louçã. Ora toma!

      
 Irresponsabilidade policial
   
«A PSP emitiu um comunicado a explicar a intervenção da polícia com disparos de arma durante os incidentes verificados no domingo, no jogo V. Guimarães- FC Porto.

"Trinta minutos após o início do encontro, dois grupos organizados de adeptos não legalizados e afetos ao Vitória envolveram-se em confrontos na bancada do estádio e quando a polícia se aproximou foram de imediatas arremessadas em direção aos polícias grades de ferro, cadeiras, paus de bandeira, moedas, isqueiros e cinzeiros, situação que colocou seriamente em risco a integridade física dos policiais e por forma a fazer cessar as agressões foram efetivados disparos com arma calibre 12 shotgun. Disparos efetuados com munição policial, menos letal. Após a intervenção policial foi possível garantir a segurança nas bancadas até final do jogo".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Se a polícia vai desatar aos tiros sempre que alguém atira "objectos" este país começa a parecer a Síria, é óbvio que a intervenção policial foi excessiva e os responsáveis pelos tiros devem ser alvos de um processo disciplinar. Não se percebe a razão que leva polícias todos equipados para o caso de lhes atirarem objectos desatam aos tiros dentro de um estádio de futebol, só pode ser ou cobardia ou abuso da força.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se o apuramento de responsabilidades.»
  
 Boas novas do ajustamento
   
«Portugal registou nos seis primeiros meses do ano um défice de 5000 milhões de euros na balança comercial (diferença entre as exportações e as importações), sendo o quinto maior saldo negativo dos 28 países da União Europeia, mostram dados publicados nesta segunda-feira pelo Eurostat.

As exportações estagnaram nos 23.900 milhões de euros, enquanto as importações cresceram 4%, para 28.900 milhões. No mesmo período do ano passado, o défice comercial ascendia a 4000 milhões de euros. O aumento homólogo é, assim, de 25%.

De Janeiro a Junho, o maior saldo negativo pertenceu ao Reino Unido, com uma diferença entre as exportações e as importações de 60.200 milhões de euros. França registou um défice comercial de 36.900 milhões de euros, seguindo-se Espanha, com um saldo negativo de 11.900 milhões, e a Grécia, com 10.600 milhões.» [Público]
   
Parecer:

Desta vez a santinha da Horta Seca não falou e muito menos anunciou milagres, anda mais ocupado com a venda do BES que nem sequer é do seu pelouro do que a fazer comparações com os dados das estatísticas do comércio externo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento à santinha da Horta Seca.»

 As políticas da Merkel já começam a dar frutos
   
«A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu esta segunda-feira em baixa as perspetivas de crescimento das suas economias mais avançadas, assinalando, no entanto, que a zona euro continua a ser “a ovelha negra” da recuperação.

De acordo com a avaliação económica intercalar da OCDE, divulgada esta segunda-feira, a zona euro apresenta um risco de deflação que poderá perpetuar a sua situação e até mesmo agravar a crise da dívida.

A OCDE estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro aumente este ano 0,8%, menos quatro décimas face às estimativas de maio, e 1,1% em 2015 (menos seis décimas).» [Observador]
   
Parecer:

Portugal vai com vento pela popa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento à santinha da Horta Seca.»
  

   
   
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