sábado, setembro 13, 2014

O BES e os dois PREC

Quis o destino que o PREC da direita que coincide com a actual legislatura promovesse uma série de reencontros com o PREC dos anos setenta e se a família Espírito Santo pode simbolizar muito do que sucedeu há mais de trinta anos, acaba por marcar o PREC da direita da segunda década do século XXI. Se o PREC da esquerda mais conservadora nacionalizou o banco dos Espírito Santo, o PRECA da direita mais conservadora acabou por fazer o mesmo, mas foi mais longe, não se limitou a nacionalizar o banco, acabou por o destruir, mudou-lhe o nome, saqueou-o e prepara-se para o vender pelo valor do mobiliário.
 
Na primeira nacionalização ninguém foi enganado, ninguém ganhou confiança para comprar acções do BES empurrado por investidores que tinham sido tão bem sucedidos no BPN e quando o país achou que devia privatizar o Banco este existia, tinha o mesmo nome, o seu património financeiro não tinha sido delapidado.
 
Aquilo que se tem passado com o actual BES é digno de uma quadrilha onde se misturam os gangster do Al Capone com os Khmers Vermelhos de Pol Pot. Quando o destino do Banco já estava mais do que traçado ainda levaram muitos pequenos accionistas a serem enganados colocando as suas poupanças num banco que ia ser saqueado poucos dias depois. A encenação foi perfeita, quem não confiaria num anúncio publicitário onde se garantia a estabilidade onde as gajas boas caracterizadas de meninas dinâmicas foram substuídas a título voluntário por personalidades como Maria Luís Albuquerque, Cavaco Silva José António Seguro, Carlos Costa, Ricardo Salgado e Passos Coelho?
 
Roubados mais alguns accionistas o plano prosseguiu, promoveu-se um assalto ainda com a participação e poio de uma família Espírito Santo assustada e que fazia tudo o que Carlos Costa e a ministra das Finanças iam decidindo. Num sábado à noite coube a Marques Mendes o trabalho sujo de preparar a opinião pública e testar a sua reacção, no domingo avançou Carlos Costa e instalou-se como proprietário Virtual de um BES a que chamou Novo Banco.
 
Destruída a marca, quebrada a relação de confiança entre o banco e os seus melhores clientes começou a debandada dos depositantes saqueados por gente de bons princípios como o Ai Aguentam e o rapazinho do Millennium. Banco que ontem estavam em dificuldades, estão hoje confortáveis e com rácios que garantem a sua saúde financeira. Primeiro ficaram com os melhores clientes, depois divulgaram que iam investir mais no no banco, isso deu-lhes o direito de exigirem que a sucata do BES fosse vendida rapidamente e o Carlos Costa e a Maria Luís fizeram-lhes obedientemente a vontade.
 
Hoje sabe-se que o país foi intoxicado com mentiras que conduziram à queda do banco, sabe-se que os negócios do BES foram saqueados por concorrentes em dificuldades, agora procuram sucateiros para se livrarem rapidamente do Novo Banco.
 
Cavaco sugere que não sabia de nada, Seguro guincha, Passos goza com eles e o país suporta os custos desta ajuda adicional aos bancos que depois de apoio do Estado saquearam o BES ou o que restava do BES. Vale a pena comparar o o PREC dos anos 7º com este PREC ainda em curso.