Um ministro da Economia de um governo de esquerda vai à República Popular da China publicitar as vantagens de investir em Portugal, apregoando para quem o quis ouvir que os trabalhadores portugueses não só ganham mal como ainda por cima protestam menos que os chineses.
Uma directora nomeada por um governo de esquerda por ser de confiança política saneia adversários políticos com base em conversas que lhe são contadas e, como se isso não bastasse, ainda suspende preventivamente o funcionário. O presidente da distrital do PS do Porto justifica o saneamento porque lhe terão chegado informações (só Deus sabe como um quadro do PS tem acesso a informações sobre o comportamento de funcionários de uma Administração Pública paga pelos impostos de todos os portugueses, será que também são os contribuintes a pagar a que rede de bufos que o informa?). Os deputados do PS opõem-se a que a ministra da Educação vá explicar a situação, justificando esta posição com base num processo disciplinar que está em curso, sabendo-se que um processo disciplinar não passa de um processo administrativo em que todas as decisões são tomadas por entidades da confiança política do PS, começando pela escolha do instrutor e acabando na decisão final; como é mais do que certo que vai haver um recurso para o Supremo Tribunal Administrativo em vez de ser a ministra a ir ao Parlamento vai ser o Parlamento a visitar a ministra no lar de terceira idade onde ela estiver a passar tranquilamente os seus últimos dias.
O governo de esquerda desvaloriza os funcionários públicos, proletarizando-os, retirando-lhes os direitos e fazendo regabofe dos anos que dedicaram ao Estado, faz das negociações com os sindicatos um processo manhoso em que se limita a dar conhecimento do que já decidiu e promove medidas contra as quais o próprio Sócrates se manifestou na campanha eleitoral.
O ministro das Finanças de um governo de esquerda dá cobertura política e justifica um director-geral que faz coação sobre os funcionários em vésperas de uma greve geral, o primeiro grande atentado contra o direito à greve em democracia.
O governo de esquerda promoveu um aumento generalizado dos impostos, principalmente dos que são pagos pelos que menos ganham ou pelos que mais estão a deixar de ganhar e, em contrapartida, reintroduz os benefícios ficais, que favorecem os mais ricos e proporcionam lucros adicionais à banca.
O governo de esquerda supera a crise com uma receita digna de Milton Friedman e apesar de promover uma transferência brutal de riqueza dos mais pobres para os mais ricos não consegue resultados palpáveis, para além de um raquítico aumento das exportações tradicionais.
Ainda bem que o Governo é de esquerda! Que mais nos poderia acontecer se se tivéssemos um governo de direita...