sexta-feira, maio 18, 2007

Uma nova vaga de independentes ou o golpe do baú?


Com as autárquicas intercalares de Lisboa regressou a moda dos independentes apresentados como personalidades puras, não contaminadas pelos vícios dos partidos. Até a Helena Roseta que ontem era militante hoje já apresenta as boas qualidades dos independentes, pouco falta para se apresentar como o mais puros dos independentes, atingiu tal grau de pureza depois de ter ficado ofendida por não ter sido escolhida por Sócrates nem para os órgãos dirigentes do PSD nem para candidata do PS.

Talvez seja tempo destes independentes de ocasião deixarem o espaço político que de forma mais ou menos oportunista pretendem ocupar depois de não terem conseguido atingir os seus propósitos.

Começa a haver independentes para todos os gostos, aqueles que o são (ou eram) e que concorrem em listas partidárias, como é o caso de Sá Fernandes, os que são por conveniência conjuntural como a Helena Roseta, para não falar dos que abandonam um partido para serem independentes de outro que lhes oferece melhores condições como se de mercenários se tratassem. Alguns destes independentes lembram-me os caixeiros-viajantes que negoceiam melhores condições com outro patrão contando com os clientes da sua empresa ou que decidem fazer um negócio por conta própria depois de terem conseguido uma boa carteira de clientes.

Pessoalmente prefiro os independentes que participam em listas partidárias preservando a sua liberdade de opinião, do que falsos independentes que recorrem a este estatuto como se fossem navios a hastear uma bandeira de conveniência para atravessarem o Canal do Suez ou mesmo.