Com políticos sem escrúpulos e num mundo onde uma boa partes dos empresários retomaram a mentalidade do século XIX justificando-a com a globalização, os trabalhadores terão que encontrar soluções para impedir que o mercado laboral se transforme num verdadeiro mercado negro. Mas tenho muitas dúvidas de que os actuais sindicatos sejam a solução.
O mundo mudou e os sindicatos não só não evoluíram como há sinais de que mudaram para pior, à direita têm servido para trampolim de gente fraquinha como o Torres Couto e outros, servindo mais para satisfação de vaidades pessoais do que para a defesa do interesse dos trabalhadores, à esquerda estão cada vez integrados nas estruturas do “partido”.
Um modelo de organização de sindicatos inspirado no leninismo está em decadência e o sinal mais evidente disso é a sua perda de peso junto das classes laborar que os inspirou, basta olhar para o nosso país para se perceber que há muito que os sectores tradicionais deixaram de ser uma prioridade política dos sindicatos, estes concentram-se nos sectores onde os modelos de organização pouco mudaram, os sindicalistas com maior notoriedade deixaram de ser os dos metalúrgicos ou da construção civil para passarem a ser os dos funcionários públicos, dos magistrados e das polícia, o que não deixa de ser irónico. Estará oPCP a pensar em reformular o marxismo-leninismo atribuindo aos polícias e juízes o papel de líderes do proletariado?
Este sindicalismo está morto, como também está morto um sindicalismo que visa mais os objectivos do "partido" ou a vaidade pessoal dos sindicalistas do que o interesse dos trabalhadores, ainda mexe mas está mesmo morto.
São necessárias novas fórmulas de organização e soluções mais eficazes para as luta dos trabalhadores, um modelo herdado das fábricas da revolução industrial e formas de luta ritualistas e organizadas em função dos objectivos estratégicos do “partido” ou da vaidade de alguns sindicalistas já não fazem sentido.