sábado, maio 19, 2007

Que partidos temos?


É frequente o debate sobre a esquerda ou sobre a direita, de vez em quando há quem fale de ideologias mas raramente se questionam os partidos a não ser quando se fala mal dos políticos. A verdade é que se os partidos são necessários e da sua saúde depende a saúde da democracia então há razões para estarmos preocupados, os partidos estão mesmo mal.

O PCP acha que o mundo vai dar uma volta e regressar aos primeiros anos do século XIX, dessa forma não precisa de repensar os seus objectivos e princípios, para os seus dirigentes é o mundo que está de pernas para o ar, lembra-me a senhora que foi ver o filho fazer o juramento de bandeira e chegou à conclusão de que o seu rebento era o único que marchava com o passo certo. Paradoxalmente é o partido que tem mais militância jovem.

O Bloco de Esquerda não passa de um galheteiro, com os estalinistas de um lado, os trotskistas do outro e outras correntes no meio para segurar as duas garrafas. É um partido com vergonha das suas ideias que arranja fórmulas como a “esquerda moderna” para esconder os seus princípios políticos e as grandes divergências entre os seus líderes. O certo é que a fórmula tem sido bem sucedida e o BE consegue despertar simpatias em segmentos sociais que têm mais medo do comunismo do que o diabo da cruz.

O PS parece um museu de cera, se não fossem personalidades como António Vitorino as suas sedes pareceriam casas assombradas, cheias de fantasmas. O seu estado de saúde é tão mau que um partido com tantos barões ajoelha-se perante um Sócrates de quem ninguém conhece valores ou ideias, tanto poderia ser do PSD, como do PS ou do CDS.

O PSD é o espectáculo triste a que se te assistido, abandonado, esquecido pelas personalidades que o transformaram no maior partido português, ficou entregue a gente sem qualquer brilho, que por lá andam em busca de bons negócios. A geração mais nova são “tigres” de que António Preto é um bom exemplo. As figuras do passado que ainda por lá andam não passam de relíquias sem idade para aguentarem mais duas eleições legislativas, personalidades como Manuela Ferreira Leite ou Pinto Balsemão nem com botox conseguirão disfarçar a idade e a geração que se segue é aquilo que se tem visto, depois de Santana Lopes veio Marques Mendes e a próxima desgraça que se dá pelo nome de Luís Filipe Menezes á está na fila de espera.

O CDS parece-me um daqueles hotéis grandiosos que foram perdendo qualidade e estrelas e que acabam por ser viabilizados por prostitutas de rua por lá já não param nem os antigos nomes nem a clientela de outros tempos.

Mais do que de uma refundação ideológica a democracia carece de uma urgente refundação partidária.